Por João Victor Oliveira, integrante do Diretório Acadêmico de Ciências Sociais da UFPE (DACS/UFPE) e colaborador do site da UJC-Brasil
Hoje o nosso atual ministro da educação, Ricardo Vélez Rodríguez, compartilhou em uma coletiva de imprensa que “a ideia de uma universidade para todos não existe”, e que a universidade deveria ser reservada a uma elite intelectual do país.
O Brasil atualmente passa por uma série de ataques à educação, e esses ataques estão diretamente relacionado com a forma como o atual governo conseguiu se consolidar no poder. Fake News, difamações, distorções históricas, discriminação, foram todas as pautas da propaganda e da agitação do atual governo ainda em sua fase de disputa de eleições e construção do seu candidato. Tudo isso está diretamente relacionado com o projeto para educação que a burguesia quer para o país. A Escola com Mordaça (projeto Escola Sem Partido), a privatização de todos os ensinos, o desvio de recursos públicos para grandes monopólios privados da educação, o ataque ao conteúdo crítico do ensino, a militarização das escolas, são projetos que visam uma reestruturação da educação do país, visando o lucro, e a propagação da ideologia dominante.
Para isso ocorrer, é necessário que alguns processos históricos sejam apagados para ser possível enganar a população sobre qual deveria ser o nosso projeto nacional para educação Brasileira.
A reforma de Córdoba, e as experiências das universidades latino-americanas estão diretamente ligadas a esse tipo de fala grotesca feita pelo ministro. É preciso esconder da população que países como Argentina, Uruguai, México, foram muito além nas suas propostas para universidade e acabaram com o vestibular e conseguiram universalizar de fato toda a educação do país. O Brasil, país mais rico entre todos, tem como maior universidade a USP que tem uma média de 90.000 estudantes na universidade, porém a Universidad Nacional Autónoma do México tem em sua capital nas casas dos 320.000 estudantes, ou da Universidad de Buenos Aires, considerada a com melhor educação de toda América Latina, que tem mais de 300.000 estudantes na universidade, todas sem qualquer vestibular.
Retirar esses processos do horizonte Brasileiro, faz com que as experiências de luta pela universalização do ensino superior sejam apagadas, e até mesmo as pautas dos estudantes sejam enfraquecidas. Alienando a luta política do país, tornando-a medíocre e inofensiva aos interesses do capital.
É necessário a defesa das experiências latino-americanas e as conquistas dos povos oprimidos em nosso continente em relação ao ensino, e que aprendamos com essas experiências para conquistarmos o nosso próprio modelo de educação para o nosso país.
Pelo fim do vestibular!
Pela universalização do Ensino Superior!
Pelo fim dos monopólios privados!
Pelo fim da escola com mordaça!
Poder Popular!