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Construa a UJC

História da UJC

Difícil Infância

Os anos pós Revolução Russa de Outubro foram de grande movimentação no cenário do movimento comunista. A fundação da III Internacional – ou Komintern -, inspiradas não mais na estrutura de “federalismo”, como funcionava a II Internacional, mas sim sob a lógica de um Partido Internacional, no qual surge como um formulador de linhas gerais para os partidos comunistas filiados. No Brasil, em 1922 é criado o PCB, além de ter sua inspiração também na Revolução Bolchevique, o PCB era fruto do novo e em progressivo crescimento movimento operário brasileiro, que não mais se sentia contemplado nas teses do movimento anarquista e carecia de uma organização que unificasse as novas demandas, mobilizações e lutas, uma organização que pudesse formular um programa de intervenção política qualitativamente de maior envergadura, que extrapolasse os limites das “ações diretas e de pouco efeitos produtivos para o movimento operário”.

O PCB, que desde seu início buscava se enquadrar nas linhas do Komintern, procura desenvolver no Brasil a orientação de organizar sua Juventude Comunista, orientação esta que já percorria os PCs desde o II congresso do Komintern, em 1920, que havia também organizado o I Congresso da Internacional da Juventude Comunista. Em uma reunião do Comitê Central, no ano de 1924, o PCB já havia encaminhado a organização da Juventude Comunista. No entanto, este encaminhamento encontrou dificuldades em ser aplicado.

Apesar das adversidades, o II Congresso do PCB, realizado em 1925, resolveu que a Juventude Comunista, que até então havia atraído poucos novos membros desde sua aprovação, deveria receber uma maior atenção por parte dos membros da direção nacional do Partido. Após substituição decorrente de problemas de cunho pessoal, a tarefa de organizar a Juventude foi passada ao jovem estudante Leôncio Basbaum, que, em Recife organizara uma forte base da JC. No Rio de Janeiro, em 1926, se organizavam os primeiros DAs e CAs, já sob a influência da JC.

Devido à boa ação de Leôncio Basbaum, o Comitê Central lhe encarrega também; a tarefa de organizar a JC em nível nacional. Já no 1° de Maio de 1927, a Juventude Comunista possui uma participação de destaque nas mobilizações, mostrando não só a viabilidade como a necessidade de uma organização do gênero. Esta participação no 1° de Maio incentiva o comitê Central a apressar o processo de organização da JC e, desta maneira, no dia 1° de Agosto de 1927 é oficialmente fundada Juventude Comunista. Sua primeira direção é composta por Leôncio Basbaum, Jaime Ferreira, Elísio, Altamiro, Brasilino, Pedro Magalhães Arlindo Pinho. Logo após a fundação, a JC pede ingresso na Internacional da Juventude Comunista, onde não só é aceita como convidada a mandar delegado ao seu V Congresso, em Setembro de 1928.

Forte Influência Externa

O Movimento Comunista Internacional (MCI) passava então por uma forte disputa de projetos que culminaria, em fins dos anos 20, na vitória do segmento de Stalin e da política de “Classe contra Classe”, uma política de confrontação direta. Essa política, porém, ainda não havia atingido o PCB nem a JC. Em 04 de Janeiro de 1929, após o III Congresso do PCB, é realizado o I Congresso da JC, num momento de grande riqueza de formulações originais por parte do Partido, que na época possuía à sua frente Astrojildo Pereira. O congresso da JC formula ricamente sua intervenção no movimento de juventude, priorizando o meio sindical e cultural, a organização dos Centros de Jovens Proletários, além de manter o dialogo com o nascente movimento estudantil.

A JC entra na década de 1930 ainda sem muita expressão. Tanto o PCB quanto a JC, conseqüentemente, sofrem a crescente influencia do obrerismo, o que por sua vez engessou as organizações levando-as para um estreito isolamento político.

Frente Ampla (Mudança da Linha Política)

Todavia, com o crescimento do movimento fascista na Europa, o Komintern se vê obrigado a recuar de sua política estreita, e, em 1935 é levado à frente do Komintern, Dimitrov, que efetua uma guinada na linha política do MCI com a busca pela construção das frentes únicas contra o avanço do fascismo. No seu relatório apresentado durante o VII Congresso do Komintern, elucidando o Fascismo, suas características e seu avanço, houve um importante espaço para abordar o tema das frentes antifascistas na juventude, onde, de maneira genérica, procurou fazer um balanço das atividades das Juventudes Comunistas: “Nossas Juventudes Comunistas continuam sendo, numa série de países capitalistas, organizações sectárias, desligadas das massas. Sua debilidade principal reside em que se esforçam ainda em copiar as formas e métodos de trabalho dos Partidos Comunistas, e esquecem que as juventudes comunistas não são os Partidos Comunistas da Juventude. Não percebem que são organizações com tarefas especiais. Seus métodos e formas de trabalho, de educação, de luta, hão de adptar-se ao nível concreto e as exigências da juventude”.

No Brasil, desde o ano anterior, já se sentia a necessidade da JC se integrar a um movimento mais amplo diante da fascistização do Estado com Getulio Vargas e sair do isolamento em que se encontrava. Foi com este espírito que a JC participou ativamente da Conferencia Nacional de Estudantes Antifascistas. Nesta ocasião ocorreu, além das grandes mobilizações promovidas pela Juventude Comunista, uma série de conflitos físicos entre os Comunistas e os Integralistas (Movimento de nítida caracterização fascista). Num dos mais famosos confrontos, a chamada Batalha da Sé em São Paulo, houve diversos feridos e quatro mortos, sendo um militante da Juventude Comunista. No Rio, houve violentos confrontos, na Cinelândia (centro da cidade).

A necessidade, cada vez maior, de se intensificar a luta contra não só a fascistização do Estado como também contra a Ação Integralista Brasileira, obrigava a Juventude Comunista a diversificar suas formas de resistência e lutas. Assim, é criado o jornal “Juventude” em 1935, Jornal que conclamava à unidade incondicional dos segmentos antifascistas.

Em um documento do CC do PCB sobre as resoluções do pleno do CC de Maio de 1935, o Partido apontava a necessidade de se organizar, além dos espaços da JC, os “mais amplos e variados organismos de massas, culturais, recreativos, esportivos etc, nas cidades e no campo”. A resolução apontava para que a JC formasse comitês juvenis da ANL, a Aliança Nacional Libertadora, e indicava também como prioridade, no meio estudantil, organizar o Congresso da Juventude Proletária, Estudantil e Popular, e que o congresso deliberasse por sua adesão à ANL, fazendo um trabalho paralelo entre os estudantes e entre os Jovens operários nas fábricas, sindicatos etc: “Formar e ampliar a JC dentro de amplos organismos de massa juvenis”.

Em comícios por todo o país, os jovens comunistas participavam e muitos eram presos em atos simbólicos, onde se enforcavam galinhas verdes, ironizando os integralistas (que assim eram conhecidos, devido às suas fardas verdes). Em Março, foi aclamado no teatro João Caetano, no Rio, por proposta de um dirigente da JC, o nome de Luís Carlos Prestes para presidente de honra da ANL.

Porém, com a radicalidade crescente da ANL, o Governo de Getúlio a coloca na ilegalidade, desencadeando uma série de prisões e atos arbitrários por parte do Estado, como o fechamento de sedes de partidos políticos, prisões e espancamentos. Com o fracasso dó Levante Comunista de novembro de 1935, se instaura no país uma violenta caça aos comunistas, ocasionando o desmantelamento do Partido e das organizações a ele ligadas.

Os Jovens Comunistas criam a UNE

Os jovens Comunistas passam a intensificar sua atuação no movimento estudantil, onde jogam papel fundamental para a criação da UNE, a União Nacional dos Estudantes, em dezembro de 1938. Um dos principais ativistas do movimento é o Jovem militante Irun Sant Anna (hoje ainda continua militando no PCB), que contribui de maneira decisiva nas mobilizações, agitações e organização do Movimento estudantil na então capital da República, Rio de Janeiro.

Na década de 1940, a JC se encontra dispersa e não orgânica. O que se tem é a militância jovem do PCB atuando de maneira hegemônica no movimento estudantil, onde a UNE começa a ganhar espaço e, mesmo com forte repressão, os comunistas se destacam nas mobilizações pela entrada do Brasil na II Grande Guerra. Em 1943 o PCB realiza a Conferência da Mantiqueira, aprovando como eixo principal a luta pela restauração das liberdades democráticas com anistia para os presos políticos. Amplas mobilizações, integrando todo o conjunto da sociedade civil, dos Estudantes à intelectualidade progressista, e, em abril de 1945, finalmente o Estado recua e o PCB volta à legalidade, podendo assim atuar livremente na sociedade. Nas eleições de dezembro de 1945, o PCB consegue uma expressiva votação, em campanha que empolgou toda a sociedade.

O PCB, então, coloca novamente, como questão de “ordem do dia”,a necessidade de reorganizar-se a Juventude Comunista, agora com um novo formato, como UJC, União da Juventude Comunista. Porém, o Partido Comunista teria uma curta trajetória na legalidade, já que foram caçados o Registro do PCB e todos os mandatos de seus deputados e de seu Senador, iniciando, dentro do governo Dutra, uma forte repressão e um grande sentimento Anti-Comunista. O Partido decide fechar a UJC.

Um Novo Começo

Em 11 de Novembro de 1950, o jornal “Voz Operária” publica as resoluções do Comitê Central do PCB sobre a reorganização da União da Juventude Comunista, dentro da nova linha do PCB, caracterizada por uma forte guinada à esquerda. A UJC, ao mesmo tempo em que se ampliava em sua base, com uma proposta de se tornar uma organização de massas, se estreitava em sua linha política: “O Partido tem o dever de indicar aos milhões de jovens brasileiros o caminho de sua organização e de sua unidade na luta pela paz, pela libertação nacional, pela democracia popular e pelo socialismo”, o documento chega a indicar uma caracterização de como deve ser a UJC, “A União da Juventude Comunista precisa ser uma ampla organização que abarque todos os jovens, moços e moças (…) que queiram lutar decididamente e aceitem a orientação do PCB. A UJC deverá ser a organização revolucionária da juventude brasileira, o instrumento de sua formação política, cultural e moral, educando seus membros nos princípios da luta de classes e do Marxismo-Leninismo-Stalinismo”.

O texto da resolução aponta a necessidade de a UJC atuar nos mais amplos movimentos da juventude, dando-lhes um corte de classes, e a necessidade de se organizar uma conferência de reorganização da UJC em nível nacional, onde a comissão nacional provisória da UJC se dissolveria.

A UJC que surge desta reorganização assume posturas nitidamente de confronto aberto contra a ordem burguesa, inclusive participando de lutas armadas no interior do País, onde se destacou a postura de seu presidente, o João sem Medo, como era conhecido o jovem João Saldanha.

Na década de 1950, a UJC teve importante intervenção nas campanhas da não participação brasileira na guerra da Coréia e do “Petróleo é Nosso”. Em 1956, integrou a chapa que reconquista a UNE da mão da direita, onde estava desde 1950, podendo, novamente, conduzir uma série de políticas mais progressistas na entidade. Destacavam-se também os Jovens Comunistas na UBES e a atuação decisiva e fundamental dos jovens comunistas para a construção dos CPCs, Centros Populares de Cultura. No plano internacional, a UJC estava associada com a União Internacional dos Estudantes e na Federação Mundial da Juventude Democrática, da qual foi também fundadora.

Com a crise do movimento comunista internacional, decorrente das resoluções do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, onde Kruschev faz duras críticas ao período da direção de Stálin na URSS e aplica uma serie de mudanças internas naquele país, como a abertura do Partido Comunista Russo para a filiação de qualquer pessoa sem nenhum critério. O PCB não fica de fora da crise e é atingido em cheio, principalmente em seu núcleo dirigente, onde se trava forte luta interna. Esta luta culminaria com a saída do Partido de vários dirigentes que adotariam uma linha de não autocrítica do período anterior e assumiriam uma postura sectária ao fundarem em 1962 o PC do B. Na UJC, alguns militantes saem e vão para o PC do B, atraídos pelo seu discurso então radicalizado e estreito. Mesmo com todos os problemas decorrentes da crise interna, a UJC consegue organizar o Seminário Internacional de Países Subdesenvolvidos, em 1963.

Início de uma Longa Noite

O Golpe civil-militar de 1964 que depôs o governo Jango, instala no Brasil uma ditadura com clara postura anti Comunista, que contribui com uma dispersão dos militantes. Porém ainda assim, no ano seguinte se organiza o congresso da UNE, onde a UJC assume cargos na direção da entidade, que então estava na ilegalidade. O movimento estudantil assume papel de vital importância no combate à ditadura civil-militar, onde em parte desenvolve a política do PCB de enfrentar a ditadura com amplos movimentos de massas em mobilizações reivindicando a volta da legalidade democrática. Com o maior tensionamento com a ditadura, diversos setores da juventude optam pela luta armada como forma de combate. Esta postura entrava em choque com a política do PCB e, portanto, da UJC, de combater a ditadura através das mobilizações de massa, o que acarreta novamente a saída de diversos militantes. O AI-5 viria para confirmar que a ditadura não estava disposta a ceder diante da radicalidade de segmentos da esquerda: ao contrário, a ditadura utilizava-se destas posturas para justificar o aumento da repressão.

Com a derrota dos segmentos armados da resistência à ditadura, esta volta sua atenção para o PCB, que era então responsável pelas maiores fissuras na ditadura, com amplas denúncias e passeatas que eram, de fato, as melhores formas de combatê-la. Desencadeia-se, assim, uma forte perseguição aos comunistas, 1/3 do Comitê Central do PCB é assassinado, assim como diversos militantes do Partido e muitos jovens da UJC, inclusive seu secretário geral, que foi “desaparecido” em 1975. Tal situação levou a UJC a praticamente deixar de existir, atuando mais em núcleos dispersos e com pouca funcionalidade. Mesmo assim Jovens Comunistas participaram do Encontro Nacional dos Estudantes que definiu pela reorganização da UNE.

Redemocratização e Crise

Com a volta dos exilados e com a lei da anistia, o PCB organiza uma comissão incumbida de reorganizar a UJC, porem já se iniciava, então, a disputa interna que culminaria no “racha” de 1992. Diversos membros da comissão de reorganização da UJC foram substituídos, vários jovens saíram do PCB com Prestes e outros se afastaram do PCB diante das novas posturas adotadas pelo Partido, importadas do Euro-Comunismo, que levavam o PCB a uma clara postura de conciliação de classes.

A UJC que ressurge neste cenário em 1985, junto com a legalidade do PCB, porém com o discurso muito diluído e de fraca capacidade de mobilização, o que afastava, paulatinamente, a juventude mais aguerrida das fileiras da UJC. O VII Congresso, em 1984 e o VIII Congresso em 1987, aprofundaram a linha conciliadora do PCB. Agravou-se a luta interna. A seqüência de acontecimentos que ocorreram no Leste Europeu no fatídico ano de 1989, e posteriormente com o próprio colapso da URSS, serviu para justificar uma suposta legitimação as posturas liquidacionistas dentro do PCB, que apontavam para a constituição uma nova organização, ideologicamente gelatinosa, que viria a ser o PPS. Porém é fundado o movimento nacional em defesa do PCB, que empolga e conta em suas fileiras com diversos militantes da juventude. É chamado, em caráter de extraordinário, o X Congresso, que ocorre de maneira confusa e não legitima, onde inclusive não-militantes puderam fazer uso do direito de voto. Retira-se do Congresso um expressivo número de militantes e delegados que durante o congresso, que denunciam as posturas liquidacionistas e antimarxistas dos que conduziam o congresso e organizam em outro local uma conferência nacional de reorganização do PCB, rompendo não apenas com as posturas liquidacionistas como com a política de conciliação operante no PCB nos anos de 1980.

Reorganizando-o, assim, de maneira revolucionária, sobre os pilares do Marxismo-Leninismo.

Reorganização dos Comunistas

Em Março de 1993 se realiza de fato o X Congresso do PCB, que aprova a reativação da UJC. As teses para o X congresso do PCB afirmavam “Ter especial atenção com a formação dos jovens comunistas, com a ativa renovação revolucionária da UJC, como instrumento de atuação dos comunistas na juventude, (…) Este é o grande investimento do Partido em longo prazo, pois os jovens são os verdadeiros continuadores da história, tradições e lutas do Partido Comunista Brasileiro”. As teses procuravam formular uma serie de bandeiras gerais para unificar a atuação da juventude.

Em 1994, no mês de Agosto, se dá o Congresso de reorganização da UJC no Rio de Janeiro, no Sindicato dos Médicos, onde é eleita uma diretoria nacional com o intuito de organizar a atuação da UJC nacionalmente. Na ocasião, é eleita como presidente da UJC a estudante e militante da UJC em São Paulo, Sofia Pádua Manzano. Nos anos seguintes a UJC volta a participar da UNE e procura desenvolver outras frentes de atuação. O mesmo quadro se manteria no XI Congresso.

Com a realização do XII Congresso do PCB, em 2000 foi aprovada uma resolução que permitia a ativação ou desativação da UJC nos Estados, conforme a prioridade de ação política e de organização do Partido em cada região. No Movimento Estudantil, os Jovens Comunistas atuavam através Movimento “A Hora é Essa, Ousar Lutar – Ousar Vencer”. Este priorizou, em âmbito nacional, a atuação dentro da UBES e UNE. Mesmo assim, se mantém a UJC organizada em alguns estados.

As resoluções do XIII Congresso do PCB apontam para a reorganização em nível nacional da UJC, como frente orgânica ao PCB, com suas direções, ações em linha gerais referendados pelo Partido, constituindo assim uma renovada UJC, adaptada às novas demandas e exigências históricas.

Foi constituída uma comissão nacional provisória da UJC, que organizou até a presente data as atuações da organização em diversas frentes e ocasiões, enquanto preparava o Congresso de Reorganização da UJC. A União da Juventude Comunista participou de diversos fóruns da UNE e UBES e do movimento estudantil,principalmente diversos DCEs e CAs, porém ainda de maneira dispersa, com uma atuação não muito unificada.

A UJC desenvolve trabalho cultural em diversos estados, dialogando com todo o conjunto da juventude, e novamente com o jovem trabalhador, trabalho este ainda em estagio embrionário, mas de grande potencial. No âmbito internacional, reativamos as relações internacionais, após diversas investidas nos FSM, e por último no Festival Mundial da Juventude, em Caracas, Venezuela, com uma expressiva e atuante bancada, o que contribuiu para reativarmos contatos que hoje estão sendo trabalhados em grau mais aprofundado, priorizando os contatos com as JCs Latino-Americanas, e a FMJD.

A consolidação da Reconstrução

Pela primeira vez em sua história,a UJC realizou dois congressos nacionais seguidos.Organizado na cidade de Goiânia,nas dependências da Universidade Federal de Goiás,o congresso marcou o aprofundamento político ideológico da juventude comunista com a consolidação do processo de reconstrução revolucionária do PCB,a partir das resoluções do XIV congresso dos comunistas brasileiros.A UJC se mantém como uma frente orgânica de massas do Partido Comunista Brasileiro, como um dos canais de mediação para a juventude da estratégica socialista proposta pelo partido.Durante o congresso da UJC, foram discutidos temas ligados as suas frentes de massa: Jovens trabalhadores, Cultura e Movimento estudantil, além de questões transversais e organizativas. Participaram do congresso nacional, em torno de 120 delegados representando 12 estados que participaram do processo congressual com discussões municipais e estaduais. Como prova de seu bom trabalho no campo internacional, prestigiaram o congresso camaradas da juventude comunista portuguesa e paraguaia, além de inúmeras saudações de outras Juventudes comunistas e da FMJD.

Neste último período a UJC intensificou sua intervenção no movimento estudantil(principalmente a partir da bandeira pela Universidade popular e reconstrução do ME pela Base), no movimento cultural através de interessantes e diferentes experiências e propostas dos núcleos de cultura dos Estado contudo ainda carecendo de melhores resoluções e política a nível nacional, e na organização dos Jovens trabalhadores.

A UJC, através de sua trajetória de mais de 80 anos, mostrou a possibilidade de se organizar de maneira revolucionária a juventude brasileira. Mesmo cometendo erros e desvios em sua história, esteve presente em momentos marcantes das lutas da juventude, e em vários momentos, extrapolando as lutas juvenis e assumindo de coração as mais relevantes lutas do povo brasileiro, ao qual ligou seu nome e história, combatendo, abertamente ou nas trevas, sacrificando vidas jovens em prol da causa mais jovem, a causa do amanhã, do vir a ser, do COMUNISMO.

A UJC reativa-se na prática, diariamente, atraindo diversos jovens, que vêem na UJC, a possibilidade de contribuírem para uma transformação qualitativa da sociedade, potencializando o ser humano na construção não apenas da nova sociedade, mas também na construção do próprio novo homem.