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ELEIÇÕES DO DCE DA UFES: A UJC em defesa da Universidade Pública e contra a extrema-direita
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ELEIÇÕES DO DCE DA UFES: A UJC em defesa da Universidade Pública e contra a extrema-direita

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O modo de produção capitalista, em sua crise sistêmica, produz sérios impactos no Brasil. Os pacotes de “reformas” impostos pelo rentismo são acatados pelo governo Temer e pelo congresso corrupto com subserviência, incidindo diretamente nas condições objetivas de sobrevivência da classe trabalhadora. Entre as principais medidas antipopulares adotadas no momento estão os cortes no orçamento de políticas públicas, colocando em risco o ensino superior público e gratuito. Tais medidas, seguindo as orientações do Banco Mundial, fazem parte de uma estratégia de sucateamento e radicalização privatista no ensino superior brasileiro.

As universidades públicas brasileiras, que há anos vem sendo atacadas, hoje estão a beira da ruína com os cortes de investimento em educação, agravando o sucateamento e com a pauta da privatização e da abertura de cursos pagos. Na UFES esse processo está se dando de forma acelerada, com retrocessos na assistência estudantil, corte de bolsas, aumento de preço do RU, privatização do Hospital Universitário (EBSERH), entre outros.

O momento exige o enfrentamento aos retrocessos com os diversos setores da sociedade mobilizados em defesa dos direitos sociais alcançados com muita luta através dos anos e contra o conservadorismo e a extrema-direita em ascensão. Essa luta deve ser travada de forma organizada, fortalecendo e disputando as entidades de organização da sociedade, no caso da juventude, os CAs, DAs, DCEs, executivas de curso, demais entidades estudantis e sindicatos.

No caso do DCE da UFES, a chapa F5-Atualiza (PPS e JSB) após um ano e meio de gestão (excedendo em seis meses o prazo de validade do mandato previsto em estatuto) apresentou um completo descaso em relação às demandas dos estudantes, além de desmobilizar as lutas na universidade, como no episódio em que juntamente com a Chapa Opção (MBL, EPL e JPSDB) articulam o Movimento Desocupa, se opondo as mobilizações estudantis de diversos centros e quando desconsideram a convocação da greve estudantil aprovada em uma das maiores assembleias da história da UFES com mais de 1000 estudantes.

Entendemos que esta gestão do DCE-UFES só se preocupou com as questões administrativas da universidade e não estavam presentes nas lutas dos estudantes, não atendendo as demandas estudantis e principalmente na luta pela permanência da classe trabalhadora na universidade, isso reflete no grande enfraquecimento e total esvaziamento político do DCE na UFES.

O grave cenário marcado pelos desmontes da universidade e da falta de combatividade do DCE é agravado pela presença pela primeira vez em anos da extrema-direita organizada, apresentando chapa própria e sendo a terceira mais votada em 2016, reflexo da conjuntura nacional marcada pelo crescimento do reacionarismo. A chapa Opção, formada por militantes do MBL, PSDB e EPL, vem atuando defendendo um projeto de universidade privatizada, em alinhamento com os desmontes do governo de Temer.

Este não é só um movimento que defende um programa antipopular para a universidade, a chapa representa o crescimento da extrema-direita organizada, disputando os espaços da juventude para a construção de um projeto de sociedade que em nada tem para beneficiar a classe trabalhadora, apenas acentuar a violência que o sistema capitalista exerce sobre a grande maioria da população brasileira e mundial.

Além de defender um programa atrasado e privatista de universidade, a Chapa Opção não se inscreveu para as eleições do DCE e não aceita as normas democráticas do movimento estudantil, optando pela judicialização do processo eleitoral alegando irregularidades na condução do processo, desde a assembleia geral e a CEB (conselho de entidades de base) até o calendário eleitoral, mesmo eles estando presentes nos momentos de deliberativos do processo eleitoral e não se opondo em momento nenhum. Em um primeiro momento a decisão do juiz é pela suspensão das eleições, porém após a comissão eleitoral tornar-se parte do processo judicial o juiz reverteu sua decisão para o prosseguimento da eleição. Essa atitude demonstra total descaso com a entidade e a falta de compromisso com a democracia, sendo um verdadeiro ataque na intenção de impedir a organização estudantil.

Diante da correlação de forças e do abandono da entidade apresentados anteriormente, a tática adotada pela UJC foi mobilizar os estudantes para a construção de uma chapa com setores democráticos do movimento estudantil (Brigadas Populares, Kizomba e Movimento Mudança) em defesa da universidade pública e da existência de um DCE independente e combativo na UFES.

A UJC está neste momento fazendo o enfrentamento necessário ao reacionarismo e a extrema-direita, fazendo a disputa real da entidade e enfrentando as contradições do processo sem rebaixar nossa linha política. A aliança estabelecida na chapa Todas as Vozes com forças do campo democrático popular não é uma negação das grandes divergências políticas e programáticas entre nós, mas surgem a partir de demandas conjunturais e bem específicas do movimento estudantil na UFES, fazendo necessária uma chapa unificada com a pauta em defesa da universidade pública e no combate à extrema-direita.

Mesmo com as contradições da chapa seguiremos em defesa do nosso projeto de universidade e de sociedade, pautando a luta por uma Universidade Popular, na luta radical por um projeto de educação que atenda as demandas da classe trabalhadora e que seus conhecimentos produzidos possam ser voltados para a mesma.

Segue o link do programa de Chapa:

https://issuu.com/todasasvozes/docs/programa_-_todas_as_vozes__oficial_

A UJC segue na luta por uma universidade popular e pela construção do Poder Popular rumo ao comunismo.

Ousar lutar, ousar vencer!