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Conheça o Plano de Trabalho das Diretorias do Movimento por uma Universidade Popular na UNE

Conheça o Plano de Trabalho das Diretorias do Movimento por uma Universidade Popular na UNE

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Entre os dias 10 e 14 de Julho foi realizado, em Brasília, o 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes. O primeiro congresso da UNE durante o governo de Jair Bolsonaro e seus correligionários, que escolheram a educação pública como um dos seus principais alvos de ataque. Este congresso demonstrou um significativo avanço nos seus espaços de discussão, que se apresentaram de forma mais politizada do que em edições anteriores, porém ainda é necessário avançar mais para que a entidade seja capaz de responder a altura dos desafios imposto aos estudantes nessa conjuntura.

Queremos construir a UNE que esteja preparada para articular e dirigir toda rede do movimento estudantil brasileiro, nas lutas contra o atual governo e nas que virão, para garantir nossas liberdades democráticas e barrar a retirada de direitos da juventude e dos trabalhadores. Para isso é necessário uma entidade massificada e presente no cotidiano dos estudantes, e não como ainda ocorre atualmente, presa a uma lógica de cúpulas e refém de pequenas disputas do movimento estudantil.

No ano de 2017 retomamos nossa atuação na União Nacional dos Estudantes, participamos ativamente do 55º CONUNE elegendo dois diretores para aquela gestão, ocupando as pastas de Políticas Educacionais e Extensão. E ao longo desses dois últimos anos construímos todos os fóruns e mobilizações organizados pela UNE, participamos de encontros nacionais e internacionais em defesa da educação pública, reafirmando nosso compromisso de construir verdadeiramente a nossa entidade. Nos somamos ao desafio de lutar não somente para defender, mas também reerguer a UNE, dando nossas melhores contribuições para a luta dos estudantes e pela formação da Universidade Popular.

Através dessas diretorias fomos capazes de ampliar nosso trabalho e conhecer mais profundamente a realidade das universidades brasileiras, a dinâmica do movimento estudantil e as demandas que unem os estudantes de todo o país. Por compreender que a defesa da educação pública deve estar sempre articulada com as perspectivas anticapitalista e antiimperialista, pautamos nossa atuação a partir das formulações do Movimento Por Uma Universidade Popular. Movimento que vem ao longo de vários anos elaborando um projeto de universidade alternativo ao projeto do capital, que seja capaz de colocar o ensino, pesquisa, extensão e toda a produção de ciência e tecnologia voltadas para atender as necessidades da classe trabalhadora.

Esse ano levamos para o 57º Congresso da UNE mais que o dobro de delegados que tivemos no último congresso, estudantes de universidades públicas e privadas de todas as regiões do país, comprometidos com a superação do atual modelo da educação brasileira. Nosso crescimento se deve à identificação dos estudantes com o programa do MUP, enquanto uma real alternativa para a educação, não estando presa as disputas imaturas que muitas vezes ainda se apresenta no movimento estudantil. Entendendo a necessidade de não se limitar apenas a ser oposição a atual direção majoritária, mas sim realizar a disputar de um programa político na construção da entidade.

Neste congresso também celebramos a volta da União da Juventude Comunista à diretoria executiva da UNE, entidade que ajudamos a fundar em 1937. Nos próximos dois anos ocuparemos as diretorias de Relações Internacionais, Universidades Públicas e Políticas Educacionais, dando continuidade a nossa tarefa de defender e reerguer a UNE como instrumento de luta para os estudantes brasileiros. Nossas diretorias estarão empenhadas no fortalecimento das lutas da juventude, construindo junto aos estudantes as bandeiras de luta e propostas concretas para melhorar a situação das instituições públicas de ensino e suas superior e suas demandas, assim como ampliar nosso trabalho de compreensão sobre a realidade das educação latino-americana e caribenha, sobretudo a brasileira.

Defendemos o fortalecimento da OCLAE (Organização Continental Latino-americana e Caribenha dos Estudantes), como ferramenta da luta unitária do movimento estudantil contra o avanço das políticas neoliberais no continente, assim como a retomada de campanhas de alfabetização a fim de superar os péssimos índices de analfabetismo na América Latina. Seremos resistência contra as investidas do atual governo brasileiro que aprofundando os ataques contra a autonomia e democracia universitária, liberdade de cátedra e o tripé ensino-pesquisa-extensão. Pautaremos a necessidade urgente de reforçar e assegurar as políticas de assistência estudantil, através da transformação PNAES em uma PL, e a defesa intransigente da lei de cotas.

Para além de denunciar a postura entreguista por parte do governo, defendemos a reestatização de empresas como a Petrobras, Eletrobras e Vale do Rio Doce, com destinação de parte dos seus recursos para financiamento da educação pública e sua ampliação. Faremos enfrentamento ao Programa Future-se, que representa uma verdadeira tentativa da classe dominante de destruir a educação pública e fortalecer a lógica da rede privada de ensino, que hoje concentra a maioria dos estudantes de nível superior no país. O ensino ofertado por essas instituições é de péssima qualidade, criando uma geração da classe trabalhadora, cada vez mais desqualificada, precarizada e endividada.
Desse modo, repudiamos o projeto de ensino-mercadoria, expressado através desse programa, exigimos o fim das taxas abusivas, o perdão da dívida do FIES e a defesa dos estudantes bolsistas, contra os monopólios privados da educação. Essas bandeiras emergenciais, para a garantia imediata da continuidade desses estudantes em seus cursos, não podem ser nosso projeto final. Queremos a universalização do ensino publico, gratuito, democrático e de qualidade, com o tripé ensino-pesquisa-extensão ligado diretamente aos interesses da classe trabalhadora. Não aceitamos que o orçamento público sirva como fonte de lucro para os grandes conglomerados privados e defendemos que a verba pública seja utilizada apenas no financiamento da educação pública.

Daremos continuidade na participação do Fórum Sindical Popular e de Juventudes de Luta Pelos Direitos e Pelas Liberdades Democráticas, assim como dos Encontros Nacionais de Educação (ENE), reafirmando o nosso compromisso com as lutas coletivas da juventude e dos trabalhadores do nosso país. Nos empenhamos para que a UNE seja um verdadeiro foco de mobilização estudantil, para que todas as medidas de retirada de direitos e retrocessos democráticos sejam acompanhados com luta e resistência.
Para cumprir essa tarefa tão importante, a entidade precisa estar presente na vida dos estudantes, propondo a construção de uma visão estratégica para a educação brasileira, com caráter popular e transformador que aponte para um Brasil sem injustiças e exploração. Nossas diretorias trarão como horizonte de sua atuação a construção da Educação Popular, que entendemos ser o projeto mais avançado para a educação brasileira, com o objetivo de atender as necessidades da classe trabalhadora, na perspectiva de emancipação da construção do socialismo. 

Nesse sentido convidamos os estudantes para estarem presentes na posse formal da nova diretoria da UNE no próximo dia 9, na FEA/USP às 18 horas, onde nossas diretoras assumirão sua nova tarefa. E convocamos todos às ruas do dia 13 de Agosto para somarem aos atos do Tsunami da Educação, Ciência e Tecnologia, que ocorrerá em todo o país.

CRIAR, CRIAR, UNIVERSIDADE POPULAR!