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A UJC e as Eleições para a Reitoria da UnB
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A UJC e as Eleições para a Reitoria da UnB

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O segundo turno das eleições para a reitoria da Universidade de Brasília (UnB) ocorrerá nos dias 2 e 3 de setembro, após o primeiro turno realizado em 20 e 21 de agosto. Esse momento representa mais um capítulo na contínua disputa pelos rumos da universidade pública em tempos de crescente precarização e mercantilização da educação. Nós, da União da Juventude Comunista (UJC), reafirmamos uma postura crítica e combativa diante das candidaturas apresentadas, as quais não oferecem alternativas reais para a construção de uma Universidade Popular, democrática e comprometida com os interesses da classe trabalhadora.

A Universidade Popular é um projeto de educação que transcende as fronteiras do acadêmico e se enraíza nas lutas sociais, com um compromisso inegociável com a transformação radical da sociedade, engendrada pelo e para o Poder Popular. Essa visão, no entanto, está longe de ser contemplada pelas chapas concorrentes na consulta de reitoria. As candidaturas, de forma geral, se limitam a propostas reformistas que não rompem com as estruturas neoliberais que aprisionam a universidade, tornando-a subserviente às demandas do mercado e alheia às reais necessidades da UnB.

A gestão universitária proposta pelas candidaturas das chapas 90, “Pensar e Fazer UnB”, de Olgamir Amancia Ferreira; chapa 93, “Imagine UnB”, de Rozana Reigota Naves; e chapa 99, “A UnB que Queremos”, de Maria Fátima de Sousa, derrotada no primeiro turno, continuam a privilegiar uma lógica administrativa que visa mera eficiência, em detrimento da verdadeira democratização do conhecimento e do acesso à educação. Não há compromisso radical de defesa da gratuidade e universalidade da educação, da ampliação e garantias expressivas das políticas de permanência estudantil, ou da luta contra a mercantilização dos serviços universitários.

Isso pode ser observado nas escolhas dos candidatos à vice-reitoria: homens brancos ligados a setores de direita, sendo notável Márcio Muniz, vice de Rozana Naves, nome herdado da gestão de Ivan Camargo, repressora do Movimento Estudantil e representante de retrocesso para os estudantes, além de aliado do movimento de direita Aliança pela Liberdade, que paralisou o Diretório Central dos Estudantes (DCE) por cinco anos. Problemas como os cortes orçamentários, o aumento do preço do Restaurante Universitário (RU), o fim do transporte intercampi e a falta de transparência nos pagamentos de bolsas são tratados de maneira superficial e sem a devida prioridade, sendo perpetuados enquanto se escoram nos resultados de alunos que, apesar das adversidades, trazem reconhecimento à instituição.

Nesse contexto, reafirmamos que a ausência de uma opção eleitoral que represente verdadeiramente os interesses da comunidade acadêmica e da classe trabalhadora não significa, de forma alguma, uma posição de neutralidade ou de isenção. Pelo contrário, essa ausência revela a necessidade de intensificar a luta pela construção de uma Universidade Popular, crítica e a serviço do povo. Não apoiar nenhuma das chapas não é sinônimo de passividade, mas sim de um compromisso ativo com a organização e mobilização dos estudantes, técnicos, professores e terceirizados em torno de um projeto de universidade que se posicione verdadeiramente contra o Arcabouço Fiscal, os cortes no orçamento e a precarização das condições de ensino e trabalho.

A luta por uma Universidade Popular não se limita ao espaço das urnas, mas se expande para as ruas, para os espaços de resistência e para os fóruns de decisão coletiva. Ela exige a construção de uma mobilização permanente, que enfrente as contradições do sistema capitalista dentro e fora da universidade, e que busque, de forma intransigente, a democratização real do conhecimento, a universalização do acesso à educação e a defesa dos direitos de todos os trabalhadores da educação.

Assim, convidamos toda a comunidade acadêmica a fortalecer as organizações de base – Centros Acadêmicos, Diretórios Acadêmicos, Coletivos Políticos –, a participar ativamente das lutas cotidianas e a se engajar na construção de uma universidade que não se submeta aos interesses do capital, mas que seja uma ferramenta de emancipação para o povo. Qualquer que seja o resultado desta consulta, nossa posição será de independência crítica e de continuidade na luta por uma Universidade Popular: pública, gratuita e de qualidade.

Por uma Universidade Popular, crítica e a serviço do povo!

Contra o Arcabouço Fiscal, cortes orçamentários e a mercantilização da educação!

Lutar, criar, Universidade Popular!

Coordenação da União da Juventude Comunista no Distrito Federal

1º de setembro de 2024