Por um Metrô-DF Público: Não à Privatização e ao Sucateamento!

O avanço neoliberal nas políticas públicas assola todo o Brasil, e no Distrito Federal não é diferente. O governo de Ibaneis Rocha segue com seu plano de precarizar para privatizar – desta vez, o alvo é o Metrô-DF. O projeto de Parceria Público-Privada (PPP) prevê que a gestão, operação e manutenção do Metrô-DF sejam realizadas pela iniciativa privada por um período de 30 anos. Vale ressaltar que a manutenção já é feita por empresas privadas, em mutirões que envolvem trabalhadores terceirizados, além de servidores do Metrô.

Assim como na Rodoviária do Plano Piloto e no Setor Comercial Sul, o governo do Distrito Federal opta pelo sucateamento do serviço para enganar a população, criando a narrativa de que o Estado é incapaz de mantê-lo e de que a privatização é necessária para resolver os problemas. Nesses casos, já havia o envolvimento de empresas privadas na manutenção dos espaços.

No Metrô-DF, esse sucateamento resultou em diversos desastres nos últimos anos, como a explosão na estação central¹, incêndios em vagões², o atropelamento de um trabalhador³ e uma explosão na estação Galeria, na qual um trabalhador sofreu queimaduras de até 3º grau em mais da metade do corpo⁴. Além desses casos, em 2022, um trabalhador, o engenheiro Renato Martins, faleceu ao cair de uma sala técnica quando um piso falso cedeu⁵.

As últimas propostas do governo para solucionar o problema incluem a compra de mais trens, que, no entanto, não poderiam ser utilizados devido às limitações da rede elétrica do Metrô-DF. Expansões já previstas para esse modal de transporte nunca saíram do papel, com processos que tramitam há anos sem qualquer aplicabilidade. Dessa forma, tem-se propostas de expansão paradas e uma rede elétrica que já não é capaz de fornecer o serviço de forma adequada e segura.

Em períodos de grande calor, a população também sofre com trens antigos, que não possuem boa climatização. Fica evidente, assim, que o governo do Distrito Federal fará o que for preciso para cumprir seu plano de privatização, passando por cima dos trabalhadores e moradores para atingir seus objetivos neoliberais. O processo de sucateamento, que vem sendo conduzido há anos, visa enfraquecer a confiança da população no serviço público, criando a ilusão de que apenas o setor privado pode oferecer soluções eficientes. No entanto, o que se esconde por trás dessa estratégia é uma agenda que não se preocupa com o bem-estar coletivo, mas com os interesses de grandes corporações que lucram com a privatização de bens e serviços essenciais.

A história já nos mostrou, em diversas ocasiões – como no caso da Enel em São Paulo e nos recentes acidentes em prol do lucro – que a privatização de setores estratégicos, como o transporte público, resulta em serviços ainda mais caros, menos acessíveis e com qualidade inferior, enquanto os lucros se concentram nas mãos de poucos empresários. A população trabalhadora, que depende diariamente desses serviços, é quem paga o preço mais alto. Esse movimento neoliberal avança sem qualquer consideração pela qualidade de vida e pelos direitos dos trabalhadores do Metrô-DF, agindo sempre de forma contrária aos interesses da classe trabalhadora.

Diante das atrocidades cometidas pelo governo Ibaneis, torna-se necessária a mobilização de toda a população do Distrito Federal em defesa do Metrô-DF, exigindo a interrupção imediata desse processo de sucateamento e a implementação de novos investimentos públicos que realmente atendam ao bem comum. A luta por um transporte público de qualidade é, acima de tudo, uma luta contra a privatização da vida e dos direitos.

Apenas uma mobilização massiva permitirá pressionar por soluções que incluam a compra de novos vagões adequados, a manutenção preventiva, a modernização e a adequação da rede elétrica, além da expansão da linha metroviária. Todas essas medidas são essenciais não apenas para garantir um serviço seguro e eficiente, mas também para afirmar que o transporte público deve ser um direito da população, e não uma mercadoria a ser explorada em benefício dos interesses privados. A resistência a esse desmonte do Metrô-DF é parte de uma luta maior contra o avanço do neoliberalismo e em defesa de um Estado que priorize os interesses da classe trabalhadora!

LUTAR, CRIAR, PODER POPULAR!

UJC! OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

Coordenação da União da Juventude Comunista no Distrito Federal

24 de outubro de 2024

Referências

1. Portal G1. Vídeo: explosão na estação central do metrô DF assusta passageiros. G1, 28 out. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2023/10/28/video-explosao-na-estacao-central-do-metro-df-assusta-passageiros.ghtml. Acesso em: 24 out. 2024. ↩︎
2. CORREIO BRASILEIRENSE. Incêndio no metrô assusta passageiros e alerta para falta de investimentos. Correio Braziliense, 4 jan. 2024. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2024/01/6785694-incendio-no-metro-assusta-passageiros-e-alerta-para-falta-de-investimentos.html. Acesso em: 27 out. 2024. ↩︎
3. Portal G1. Funcionário do metrô no DF é atropelado por trem e levado em estado grave ao hospital. G1, 4 jun. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2023/06/04/funcionario-do-metro-no-df-e-atropelado-por-trem-e-levado-em-estado-grave-ao-hospital.ghtml. Acesso em: 24 out. 2024. ↩︎
4. METRÓPOLES. Trabalhador que quase morreu após explosão no metrô DF será indenizado. Metrópoles, 30 out. 2023. Disponível em: https://www.metropoles.com/distrito-federal/trabalhador-que-quase-morreu-apos-explosao-no-metro-df-sera-indenizado. Acesso em: 24 out. 2024. ↩︎
5. METRÓPOLES. Engenheiro do metrô DF morre após piso de sala ceder em estação. Metrópoles, 24 nov. 2023. Disponível em: https://www.metropoles.com/distrito-federal/engenheiro-do-metro-df-morre-apos-piso-de-sala-ceder-em-estacao. Acesso em: 24 out. 2024. ↩︎