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Ibaneis e a Covid
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Ibaneis e a Covid

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Em uma semana, o DF caiu do 1º pro 13º lugar no ranking de isolamento social. Como a capital foi um dos primeiros lugares a adotar as medidas de isolamento social, a falsa sensação de segurança começou a nos iludir cedo. Ibaneis, mesmo diante de um provável pico da doença em Julho, quer reabrir o comércio já no dia 18 de Maio, mas a Justiça solicita um plano em que seja explicado como ocorreria esse retorno. Discursos baseados em fake news como o “isolamento vertical” e a aposta desesperada em medicamentos sem a devida comprovação são artifícios que estão sendo alimentados para estimular o relaxamento da quarentena. Como sempre, sobra pros trabalhadores mais pobres, que se encontram diante de programas de auxílio totalmente ineficazes e não têm outra saída a não ser continuar trabalhando nas ruas.

Os estudantes também se encontram numa posição complicada. Como o Ministério da Educação insiste em manter o Enem, os alunos são obrigados a estudar via EaD, o que é excludente por si só, pois sabemos que o acesso a internet é desigual, precário e feito geralmente através de dados móveis em um celular. Outros simplesmente não estudam, visto que o cenário é caótico, muitos sofreram perdas de parentes, precisam trabalhar, ou simplesmente dependem da estrutura da escola para poder estudar. Pensar em retorno das aulas nesse contexto é um absurdo, mas defendendo seu interesse de classe, Ibaneis já aponta para um possível regresso em Agosto. No entanto, parte da burguesia continua insatisfeita com a posição do governador, de modo que o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-df), um sindicato patronal, defendeu que o retorno das aulas aconteça já em Junho, ainda que o pico da doença no DF esteja previsto apenas para o mês seguinte. É o lucro vindo mais uma vez acima da vida da juventude.

Mesmo com a baixa adesão da população ao distanciamento social e a pressão dos empresários pela volta das atividades econômicas, o governo ainda não adotou testagens em massa. O que há são as “testagens rápidas”, via drive-thru, que se limitam a apenas 10 pontos, sendo insuficientes para suprir a demanda, e colocam em risco o trabalhador na jornada até eles. Além disso, a política de obrigatoriedade de máscaras ainda não foi acompanhada de uma distribuição massiva ou uma campanha educativa efetiva sobre a sua utilização. Com o DF chegando a quase três mil casos e 46 mortes, Ibaneis mostra suas garras. Hoje (14), o governador declarou que “Não vamos mais receber nenhum doente do entorno”, reforçando seu caráter anti povo e deixando claro mais uma vez que não passa de um capacho da burguesia.

É de extrema urgência que o governo do DF busque primariamente aumentar a porcentagem da população em distanciamento social para que se atinja os 70% incentivados pela OMS, já que hoje estamos em apenas 43%. Para isso, porém, é necessário que o povo possa se manter em casa. O governo deve se comprometer com programas de auxílio efetivos, já que o auxílio emergencial, além de ser pífio, é negligenciado a boa parte dos trabalhadores. Outro ponto fundamental, diante da subnotificação, é a testagem massiva, pois precisamos acompanhar em tempo real o número de infectados no distrito para só assim começar a pensar em ações futuras.

Pela segurança dos trabalhadores!

Pela suspensão do cronograma do ENEM!

Por uma escola e universidade popular!