Desemprego de jovens é de 55% na Grécia
Mais da metade dos jovens gregos e espanhóis estão fora do mercado de trabalho. A constatação vem com a divulgação de novo balanço sobre desemprego da Eurostat, instituto oficial de estatísticas da União Europeia.
Na Espanha, a taxa de jovens (até 25 anos) em idade economicamente ativa sem emprego chegou em agosto a 52,9%, ante 47,2% no mesmo mês do ano passado.
O país ibérico foi ultrapassado pela Grécia, cujo índice saltou de 45,8% em agosto de 2011 para 55,4% em junho passado -o dado mais recente divulgado pelo país.
A Espanha, no entanto, retém a maior taxa de desemprego da zona do euro em geral, que atinge 25,1% da população, ante 24,4% da Grécia (em junho).
No total dos 17 países que compõem a eurozona, o índice de jovens sem trabalho chegou a 22,8% em agosto -entre os 27 países da União Europeia, a taxa é de 22,7%.
Estendido à população em geral, o número é de 11,4%, ou 18,2 milhões de pessoas desempregadas, um aumento de 1,2% em relação ao ano anterior -e 34 mil pessoas a mais do que em julho.
PACOTE GREGO
Em relação à Grécia, em particular, o prognóstico é de piora da situação. As autoridades do país divulgaram ontem uma previsão de 3,8% de contração do PIB para este ano – confirmando o sexto ano consecutivo de recessão econômica.
O anúncio também revelou um novo plano de austeridade que inclui mais cortes no Orçamento para 2013, de forma que a Grécia possa ser autorizada a receber mais uma parcela da ajuda externa de resgate econômico.
O Orçamento do ano que vem foi divulgado ao mesmo tempo em que o ministro das Finanças do país, Yannis Stournaras, recebia inspetores da “troica” (grupo de credores formado por FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).
A previsão é que o deficit público, incluindo o pagamento da dívida, diminua de 6,6% do PIB neste ano para 4,2%. O desemprego aumentaria 0,3 ponto percentual.
Ainda assim, a projeção da dívida pública para o ano que vem é de 179,3% do PIB.
O novo Orçamento define mais cortes em aposentadorias e benefícios sociais, como parte de um pacote para economizar € 11,5 bilhões nos próximos dois anos.
“Temos que segurar firme o leme para fazer a curva difícil”, disse Stournaras, sobre as medidas. “É o único modo de a economia grega retornar ao ciclo de estabilidade fiscal e crescimento.”
Ainda ontem, sindicatos reagiram ao anúncio, ameaçando mais greves para este mês -na última quarta, ao menos 25 mil gregos foram às ruas de Atenas protestar contra a “troica” e as medidas de austeridade.
O primeiro-ministro Antonis Samaras prometeu que esta seria a última rodada de cortes.
Ele também se encontrou com os representantes dos credores, para convencê-los a retirar as últimas objeções à entrega da nova parcela da ajuda internacional.
Fonte: Jornal Folha de S. Paulo, 02-10-2012.