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A luta dos trabalhadores da CARRIS é uma luta de todos trabalhadores de Porto Alegre
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A luta dos trabalhadores da CARRIS é uma luta de todos trabalhadores de Porto Alegre

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Na noite do dia 01/09/2021, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, por 21 votos a 12, o PLE 016/21, que instaura o programa de extinção da função de cobrador de ônibus. A ideia por trás do projeto é um duro e direto golpe nos trabalhadores da CARRIS, empresa de transporte coletivo mais antiga do país, em atividade, com a visível finalidade de privatizar a empresa, entregando-a para os monopólios de transporte privados.

Um projeto sórdido que será responsável por promover o desemprego para mais de 3.000 famílias de trabalhadores, em meio a pandemia do Covid-19. Pandemia esta que é tratada irresponsavelmente pelo presidente fascista e genocida. Presidente este que é apoiado pelo prefeito da cidade de Porto Alegre, Sebastião Melo.

Projeto cruel e desumano que não só deixará os trabalhadores ao relento em meio a pandemia, como servirá para desmobilização da categoria dos rodoviários. Mais uma tática liberal de sucateamento e precarização dos serviços públicos: além de fazer com o que os rodoviários acumulem funções (continuarão com sua atual função, cumulativamente com a dos cobradores), menos trabalhadores na CARRIS será menos força para lutar contra a futura privatização da companhia.

Os rodoviários, por sua vez, com o acúmulo de função, ficarão sobrecarregados em sua atividade, provavelmente o serviço não será cumprido da maneira mais satisfatória. Nesse sentido, a mídia burguesa, tendente aos interesses da iniciativa privada, dos patrões exploradores, fará de tudo para colocar a população contra a CARRIS, sob o pretexto de um “serviço mal prestado”, com uma tarifa alta. Atrelado a isso, o discurso de falta de dinheiro para investir na empresa. Tudo culminando para a futura venda da CARRIS por um preço irrisório, que servirá para encher os bolsos de um burguês parasita qualquer.

Trabalhadores, não nos enganemos! Privatizações nunca são boas para nós, a lógica de prestação do serviço se inverte. Privatizar é mais que a venda de uma empresa estatal para o setor privado. A privatização faz com que o lucro oriente a gestão do serviço, colocando o interesse privado acima do interesse público. Com o lucro sendo o objetivo a se alcançar pela exploração do serviço, não interessa se atividade será realizada em péssimas condições, ou com tarifas abusivas, somente garantindo o lucro do explorador ela já cumprirá seu papel! E o que sobrará para nós, utilizadores do transporte coletivo? Disporemos de péssimas condições de transporte, de poucas linhas em circulação, ônibus lotados e exorbitantes tarifas.

Não precisamos buscar muito para achar um exemplo disso na realidade. Em meio a pandemia, as empresas privadas de transporte coletivo deixaram de colocar 23 linhas em circulação. Simplesmente, em meio a todo o caos da pandemia, momento em que mais precisaríamos de linhas circulando, evitando aglomerações dentro dos ônibus, e nesse momento que eles suprimem linhas de circulação. E sabem o que nosso prefeito “Sebestião” Melo, que é tão “preocupado” com a garantia de um “bom transporte público”, fez? Absolutamente nada. Permite que dia após dia centenas de trabalhadores saiam as ruas, que só por isso já estão expostos, se aglomerem dentro de um ônibus, ocupando a lotação máxima do veículo.

Então pensemos juntos: num contexto pandêmico, de um vírus de alta contaminação, que atualmente conta com uma variante ainda mais contagiosa (variante Delta), a redução de linhas de circulação tem qual razão, senão expor a população à morte, em detrimento de garantir lucros exorbitantes ao burguês explorador? É por isso que privatizações jamais serão a melhor saída para nós, trabalhadores. Ora, é mais conveniente ao nosso prefeito, capacho da burguesia, atacar uma empresa estatal, do que se indispor com os burgueses que exploram a atividade do transporte coletivo.

Outro fator importante de se pensar é: no serviço de transporte urbano não existe concorrência. As linhas de ônibus serão fornecidas apenas por uma empresa privada, no caso da privatização da CARRIS. Na prática, o prefeito de Porto Alegre colocará sua população na posição de refém do explorador do serviço. O transporte coletivo é a maneira mais acessível de nos locomovermos pela cidade, seja para irmos para o nosso trabalho, seja para lazer, ele é responsável por nos transportar de um ponto da cidade a outro. Não temos escolha de usar ou não usar, isso significa que o burguês não precisa se preocupar com a qualidade do serviço. Ele não tem uma contrapartida por oferecer o transporte em péssimas condições, podendo se preocupar somente com seus lucros.

É por isso, que a greve dos trabalhadores da CARRIS não é uma luta somente deles, é uma luta de toda a classe trabalhadora de Porto Alegre, é uma luta nossa! Nesse momento devemos apoiar e compor a greve junto dos trabalhadores da CARRIS. O nosso prefeito é um capacho que não se preocupa com o bem-estar de sua população, ele está ali cumprindo seu papel de garante dos lucros de patrões parasitas. Lutemos contra esse duro golpe! Por um transporte totalmente público e gratuito, a União de Juventude Comunista apoia a greve dos trabalhadores da CARRIS!