Resistência e luta de libertação: o povo saaraui e a urgência da solidariedade internacional
O povo saaraui, da região do Saara Ocidental em África, vive uma luta histórica por sua soberania e libertação. Primeiro em relação ao jugo colonial da Espanha e agora, desde o Tratado de Madrid, em relação ao jugo imperialista e neocolonial de Marrocos. Os interesses do Reino de Marrocos nessa faixa territorial são muitos, com destaque para a exploração das minas de fosfato de Bou Craa e a utilização da zona costeira do Saara Ocidental, conhecida por sua riqueza pesqueira.
Apesar de o Tratado de Madrid não ter determinado que houvesse vínculo de soberania territorial entre o Saara Ocidental e o Reino de Marrocos, é através dessa justificativa e do apoio de países da União Europeia e Estados Unidos que Marrocos mantém seu domínio ostensivo sobre o povo do Saara Ocidental.
Entre as inúmeras iniciativas de opressão contra esse povo, uma que persiste desde os anos 1980 é o “Muro da Vergonha”, estrutura de aproximadamente 2700 km de extensão que, através de campos minados, bunkers e cercas, divide o território do povo saaraui entre a parte efetivamente ocupada por Marrocos e a parte ainda sob proteção da Frente Polisário (Frente Popular para a Libertação de Saguia Hamra e o Rio de Oro). Hoje, pelo menos dois terços do território saaraui estão ocupados de maneira truculenta e ilegítima pelo Reino de Marrocos.
Por conta das dificuldades materiais de manutenção da vida nos territórios do Saara Ocidental, os saarauis têm se amontoado em campos de refugiados localizados principalmente em Tindouf, na Argélia. Dessa maneira, sua situação vem dependendo de uma solidariedade internacional que vem se enfraquecendo ano após ano, com investidas cada vez mais violentas do Reino de Marrocos. Assim, a União da Juventude Comunista (UJC) vem, por meio desta carta, afirmar sua total solidariedade ao povo saaraui, colocando-se como aliada política à construção de uma República Saaraui livre, independente e soberana!
Comissão Nacional de Assuntos e Relações Internacionais
10 de maio de 2025