
Viva aos 50 anos da reunificação do Vietnã!
Na aurora triunfante deste 30 de abril de 2025, a União da Juventude Comunista e o Partido Comunista Brasileiro se somam a todos os povos submetidos ao jugo do imperialismo, do colonialismo, do racismo e de toda forma de opressão. Celebramos em glória e com orgulho os 50 anos da reunificação heroica do Vietnã!
Nesta data, em 1975, as forças revolucionárias do Vietnã do Norte, lideradas pelo Partido Comunista do Vietnã, triunfaram sobre o regime fantoche do sul, apoiado e armado pelos Estados Unidos. Selando a derrota definitiva do imperialismo norte-americano na região e consagrando a independência e a reunificação do Vietnã.
A libertação de Saigon, hoje Cidade de Ho Chi Minh, não foi apenas a vitória de um povo corajoso sobre a mais poderosa máquina de guerra do planeta, foi acima de tudo, a afirmação prática da linha marxista-leninista de libertação nacional e construção do socialismo como alternativa histórica concreta à opressão imperialista e ao atraso semicolonial. Pois, o povo vietnamita demonstrou, com sangue e dignidade, que a luta popular organizada, com clareza ideológica e direção revolucionária, pode derrotar qualquer inimigo, por mais poderoso que se considere.
A trajetória do povo vietnamita é marcada por lutas heroicas e ininterruptas contra as potências coloniais e imperialistas que tentaram subjugar sua autodeterminação. Desde o século XIX, os vietnamitas resistiram bravamente à dominação francesa. Dominação que impôs um regime colonial de exploração intensiva, espoliação dos recursos naturais e repressão cultural sistemática na então colônia da Indochina.
Ho Chi Minh, o líder da reunificação
Nascido em 1890 na vila de Kim Lien, no Vietnã central, Nguyễn Sinh Cung (Hồ Chí Minh) cresceu em um ambiente marcado pela resistência ao domínio colonial francês. Em 1911 embarcou em uma jornada pelo mundo, trabalhando como cozinheiro em navios e vivendo em diversos países, incluindo França, Estados Unidos e Reino Unido. Durante sua estadia em Paris, envolveu-se com movimentos socialistas e, em 1920, tornou-se um dos fundadores do Partido Comunista Francês.
Em 1923, Ho Chi Minh mudou-se para Moscou, onde estudou táticas de guerrilha e ingressou no Komintern, a Internacional Comunista. Posteriormente, estabeleceu-se em Cantão, na China, onde em 1925, fundou a Liga da Juventude Revolucionária do Vietnã (Việt Nam Thanh niên Cách mệnh Đồng chí Hội), considerada a primeira organização marxista na Indochina. A liga teve um papel fundamental na formação de quadros revolucionários e na disseminação do marxismo-leninismo entre os vietnamitas.
Em 1929, divergências internas levaram à fragmentação da Liga, resultando na formação de três partidos comunistas distintos: o Partido Comunista da Indochina, o Partido Comunista de Annam e a Liga Comunista da Indochina. Mas, reconhecendo a necessidade de unidade, Ho Chi Minh convocou uma conferência em Hong Kong em 1930, onde esses grupos se fundiram para formar o Partido Comunista do Vietnã. Então unificando as diversas correntes marxistas da região e dando à luta anticolonial uma perspectiva socialista e internacionalista.
O PCV e as lutas pela reunificação
Desde sua fundação, o Partido Comunista do Vietnã desempenhou papel central na organização das massas camponesas e operárias, na mobilização contra a dominação francesa e na formação de uma consciência de classe aliada ao sentimento nacional de libertação.
Durante a Segunda Guerra Mundial, com o enfraquecimento do controle francês e a ocupação japonesa, Ho Chi Minh fundou em 1941 a Liga para a Independência do Vietnã (Việt Minh), que liderou a resistência contra os ocupantes e, em 2 de setembro de 1945 após a derrota japonesa, Ho Chi Minh proclamou a República Democrática do Vietnã, marcando o início de uma nova etapa de confrontação com o imperialismo francês, que tentou recolonizar o país após o término da guerra.
A luta culminou na vitória histórica de Dien Bien Phu (Trận Điện Biên Phủ), em 1954, quando as forças populares revolucionárias lideradas pelo Partido derrotaram o exército francês, pondo fim à dominação colonial francesa na Indochina.
A Guerra Americana
Porém infelizmente a luta por libertação ainda não havia terminado, o imperialismo ocidental não iria aceitar essa derrota. Já que, anos mais tarde, os Estados Unidos iria intervir diretamente no Vietnã e fomentar um dos conflitos mais sangrentos do séculoXX.
Durante a Guerra do Vietnã (Chamada de ‘Guerra Americana” pelos vietnamitas), o povo vietnamita enfrentou horrores indescritíveis perpetrados pelas forças armadas do imperialismo estadunidense. Estima-se que cerca de 2 a 4 milhões de vietnamitas perderam a vida, vítimas de bombardeios incessantes, uso de armas químicas como o napalm e o agente laranja, e massacres como o de My Lai, onde centenas de camponeses foram covardemente assassinados.
Apesar da devastação, o povo vietnamita demonstrou uma resiliência extraordinária. Uma vez que unidos sob a liderança do Partido Comunista, mobilizaram-se em uma luta de resistência que culminou na entrada das forças revolucionárias em Saigon, em 30 de abril de 1975, selando a reunificação do Vietnã e expulsando seus invasores.
Vietnã unificado, um Vietnã socialista
Essa vitória não apenas representou a expulsão do domínio estadunidense, mas também a afirmação de um projeto socialista voltado para a reconstrução e autodeterminação nacional.
Infelizmente, nosso camarada Ho Chi Minh, não viveu para testemunhar a realização de seu sonho: um Vietnã unificado sob a bandeira do socialismo. Pois ele faleceu em 02/09/1969, em Hanói, de um ataque cardíaco, seis anos antes da queda de Saigon e da reunificação do país. No entanto, seu legado permanece profundamente enraizado na memória do povo vietnamita e dos povos oprimidos ao redor do mundo.
Desde a vitória de 1975, o Vietnã ergueu-se das ruínas deixadas pelo colonialismo, pela ocupação e pelo imperialismo, forjando um caminho próprio de construção socialista. Enfrentando contradições internas e pressões externas, o país manteve viva a chama revolucionária: com políticas de reforma agrária e cooperativização. Derrotou a fome; inaugurou um sistema de ensino público que erradicou o analfabetismo. Lançou programas de saúde universal que garantiram atendimento básico a cada cidadão. E investiu em ciência e tecnologia para equipar o povo trabalhador com as ferramentas de seu próprio progresso. Em cinquenta anos, as taxas de pobreza despencaram, e o orgulho de pertencer a uma nação livre e soberana floresceu no campo e na cidade.
O papel das mulheres vietnamitas
As mulheres, verdadeiras heroínas deste processo, ocuparam posições de comando tanto nos conselhos de vila quanto nos ministérios de Estado. Combatentes na resistência, enfermeiras nos hospitais de campanha, professoras nas salas de aula revolucionárias e líderes nas fábricas e escritórios, elas mostraram que o socialismo liberta não apenas as classes oprimidas, mas também os gêneros silenciados pelo passado colonial. A criação, ainda na década de 1940, da União das Mulheres do Vietnã, e a consequente implantação de políticas de legalização do aborto, de cotas de representação política e emprego, que consolidaram a igualdade de direitos e abriram espaço para que mulheres vietnamitas sejam hoje grandes arquitetas do desenvolvimento nacional.
Viva os 50 anos do Vietnã unificado!
Neste marco dos cinquenta anos de reunificação, saudamos com fervor o Partido Comunista do Vietnã. Saudamos os mártires e guerrilheiros, trabalhadores e trabalhadoras que, com suor e sacrifício, transformaram a devastação em esperança.
Por isso invocamos os ideais de Ho Chi Minh e o grito de Che Guevara para “criar um, dois, três, numerosos Vietnã”. E assim, devemos multiplicar, em cada canto do mundo, a faísca da revolução anticapitalista e anti-imperialista.
Porque desejamos que o exemplo vietnamita fortaleça a luta dos povos oprimidos contra o império e a barbárie capitalista.
“O povo vietnamita ama a paz, a paz verdadeira, a paz dentro da independência e da liberdade, não a paz simulada, a paz norte-americana.” – Ho Chi Minh, 1966.
Longa vida ao Vietnã!
Viva Ho Chi Minh!
Viva ao internacionalismo proletário!