Um projeto de estado é reeleito a cada 4 anos

Na última segunda-feira, a Procuradoria Eleitoral do Ministério Público Federal pediu mais uma vez a cassação do governador Cláudio Castro, acompanhado do pedido da cassação de seu vice, Thiago Pampolha (MDB), e do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), no processo que investiga uma ‘folha de pagamento secreta’ – criada com o objetivo de desviar verba pública para garantir a eleição da chapa de Castro. Desde 1999, com Anthony Garotinho no cargo, todos os 6 governadores eleitos pela população fluminense foram investigados por corrupção. 4 dos 6 foram presos. Com exceção de Witzel, que sofreu um impeachment e ainda está sendo investigado, e Cláudio Castro, que enfrenta mais um processo de investigação.

A administração pública burguesa no Estado do Rio de Janeiro se expressa com desvios gigantescos da verba pública, para conspirar pela nossa morte e viabilizar a eleição de figuras como a de Cláudio Castro, que representou uma carta branca para PMRJ agir sem qualquer pudor na opressão da população. A juventude trabalhadora, principalmente negra, mas também toda a classe trabalhadora, são severamente atingidas. A polícia, responsável direta por muitas das dores que temos que lidar diariamente, ao invés de ser penalizada, é premiada, e às nossas custas.

Cláudio Castro, que disse em discurso de posse, que o leilão da empresa pública CEDAE foi dia de “glória” para o Rio, utilizou das verbas da venda da CEDAE para contratação irregular na UERJ e CEPERJ. A Procuradoria Regional Eleitoral apresenta que o grupo composto por Castro, seu vice e Bacellar utilizaram de uma “folha de pagamento secreta” com 27 mil cargos temporários na CEPERJ e 18 mil nomes na UERJ para garantia da eleição dessa chapa.

Toda a geração fluminense que nasceu dos anos 90 e 2000 nasceu e cresceu com um projeto extremamente articulado no RJ de sucateamento, privatização e propina para benefício de pequenos grupos empresariais e famílias da política fluminense, articulados com os braços armados do estado: as polícias e as milícias. Entra governo e sai governo, estamos sempre vulneráveis a seus projetos pessoais de desvio de verba pública para ganhos próprios, enquanto a condição de vida da população segue definhando.

Durante a pandemia de Covid-19, uma aguda crise da saúde pública, vimos o governo Witzel administrando um complexo sistema de corrupção mediado pelo escritório de advocacia da primeira-dama, que recebia uma espécie de “pedágio” de Organizações Sociais (OSs) participantes do projeto privatista da administração do serviço público na área da saúde. Já Cabral, que cumpre uma pena de 300 anos, responde por diversos crimes e deu continuidade aos de Pezão. Dentre eles, o desvio de verbas por obras estruturantes do estado do RJ, como as obras da Copa de 2014, da Usina Nuclear de Angra 2, a construção do Porto Maravilha e a concessão do estádio do Maracanã.

A população trabalhadora fluminense não aguenta mais trocar seis por meia dúzia. Precisamos construir uma alternativa à esquerda para o Rio de Janeiro, que apresente um programa político de fortalecimento do serviço público e dos espaços de construção popular do governo.

ORGANIZE SUA REVOLTA!

É NÓS POR NÓS!

Coordenação Estadual da UJC e Comitê Regional do PCB no RJ