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UJC presente no 5º Encontro do Interior da UFF
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UJC presente no 5º Encontro do Interior da UFF

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CRIAR, CRIAR UNIVERSIDADE

POPULAR!

“…O que eu tenho que propor como primeiro artigo à Universidade, como função essencial de sua vida? Tenho que propor que se pinte de negro, de mulato, não só entre os alunos, mas também entre os professores; que se pinte de povo, porque a Universidade não é patrimônio de ninguém e pertence ao povo…” (Che Guevara- Discurso durante o recebimento do título de doutor honoris causa da Universidad Central de Las Villas)

POR ELTON SANTIAGO E BRUNA MACHEL*

Durante os dias 20, 21 e 22 de abril, aconteceu na cidade de Santo Antonio de Pádua, no estado do Rio de Janeiro, o 5º Encontro do Interior da Universidade Federal Fluminense (UFF). Este evento tem como objetivo aproximar os campi  fora da sede, em Niterói, cohecer suas experiências e discutir a interiorização da Universidade, de forma a estabelecer um calendário de lutas conjuntas entre esses diferentes pólos.A UFF é a Universidade brasileira com maior interiorização, está constituída em 10 municípios do interior (Itaperuna, Quissamã, Rio das Ostras, Miracema, Angra dos Reis, Volta Redonda, Pádua, Campos dos Goytacazes, Macaé e Nova Friburgo), além da sede em Niterói. O evento contou com a participação de aproximadamente 150 estudantes de todos os pólos da UFF.

A UJC esteve presente no Encontro dando importante contribuição nos debates realizados, que em muitos momentos ficaram polarizados em discussões sobre o REUNI meramente como projeto de expansão e não como parte de um projeto maior de reestruturação das instituições de ensino, como a Lei de Inovação Tecnológica, o SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), o PROUNI, a criação da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), a Lei 12.425/11, que autoriza a ampliação do contrato dos professores das IFES em detrimento da abertura de novos concursos, o  REUNI (tão conhecido por nós), a Lei 7.423. Esta reestruturação do projeto político-pedagógico das instituições de ensino, pensada aos moldes de uma educação neoliberal, acontecem no sentido de atender às novas demandas criadas pelo crescimento do capitalismo brasileiro.

Deste modo, avançamos na construção coletiva de pautas que unificam o movimento estudantil da UFF em torno da construção de um outro projeto de Universidade, a Universidade Popular, e de outra sociedade, que se contraponham a essa lógica mercantilizante da vida e da sociedade como um todo. 

Organizado pelo DCE, o Encontro levantou o debate sobre Conjuntura Nacional, Educação e Reforma Educacional, Expansão Universitária e garantiu Grupos de Trabalhos onde os estudantes da UFF puderam levantar questões e trabalhar perspectivas de luta. Foi nesse espírito que  o GT de Universidade e Sociedade, proposto pelos militantes da UJC na UFF, aconteceu.

Neste GT foram compartilhadas diversas experiências sobre como fazer a aproximação entre universidade e sociedade, como romper os muros da universidade e vinculá-la aos interesses da classe trabalhadora, além da apresentação de exemplos de projetos de extensão que tem como objetivo aproximar a produção acadêmico-científica das universidades às necessidades do povo trabalhador.

Esse GT tirou como consenso a imediata necessidade de se discutir um projeto de Universidade e Educação Populares alternativos ao projeto do capital e sua lógica de existência, um projeto que contemple as reais demandas da classe trabalhadora. Pautamos a necessidade de se construir mecanismos de disputa pela produção tecnológica, científica e acadêmica da Universidade, como por exemplo, a plena participação da comunidade e dos movimentos sociais nos fóruns deliberativos da Universidade, incluindo os fóruns departamentais; e a criação de cursos de extensão populares, que sejam mais do que projetos assistencialistas imediatos, mas que venham a ser mais uma ferramenta na disputa dos rumos da universidade e da transformação de seu modelo atual. Neste sentido, o GT ratificou que o caráter da Universidade deve ser mais que o público,gratuito e de qualidade, referenciada na sociedade capitalista, deve ser POPULAR, mas na perspectiva de construção de uma outra sociedade.

O sucesso do encontro do interior  é uma resposta dos estudantes da UFF a crescente precarização e sucateamento na forma como a universidade vem se expandindo, gerando nos estudantes profunda vontade de se organizar e superar esses problemas. Como forma de enfrentar estes problemas imediatos e unificar o movimento estudantil da UFF na luta contra a precarização da educação superior no Brasil e a favor de uma UFF por inteiro, foi tirado  “O GRITO DO INTERIOR”, ato político que mostrará a vontade dos uffianos por uma Universidade diferente da que temos hoje.

*Elton Santiago e Bruna Machel são militantes da UJC e do PCB, e estudantes de História e Geografia, respectivamente, da UFF.