Estudantes, funcionários e professores da Unimep – Universidade Metodista de Piracicaba estão em greve há duas semanas, os estudantes estão promovendo atividades diárias na Reitoria Ocupada e dia 17 de agosto a greve tomou as ruas em ato público em Piracicaba.
A mobilização ocorre contra as ações arbitrárias da Rede Metodista de Educação que têm retirado a autonomia administrativa da Unimep, precarizado as condições de trabalho de funcionários e professores, afetando as condições de permanência dos estudantes e insinuado o fechamento de cursos.
O disparo das mobilizações ocorreu após a imposição de um novo sistema de informática, o Totvs, mesmo com diversas considerações contrárias da equipe técnica e do ex-reitor da Unimep. O novo sistema inviabilizou a matrícula dos alunos, impediu o acesso dos professores a informações essenciais e prejudicou estagiários e bolsistas do FIES e ProUni.
Apesar da aparente trapalhada causada pela implantação arbitrária do novo sistema pela Rede Metodista de Educação, o que está acontecendo na Unimep é reflexo do processo de mercantilização da educação. Nas palavras do Reitor da Rede, (Fora) Robson “não teria problemas em transferir um filho da Unimep para a Anhanguera”. A lógica da educação como mercadoria, como mera fonte de lucro, sem preocupação com a qualidade do ensino, sem investimento em áreas de pesquisa e extensão, com precariedade ou mesmo inexistência de políticas de permanência estudantil etc. entranha-se nas universidades confessionais e públicas e está se impondo de diferentes formas.
A luta contra a mercantilização da educação é um desafio enorme que temos de enfrentar neste período. Esta luta hoje se expressa em diferentes locais – como na Unimep e na FMU, por exemplo – e tem causas e contornos aparentemente diversos. Porém, estamos enfrentando um denominador comum: a educação como mercadoria, mera fonte de lucro, expressa nos interesses dos oligopólios da educação como Kroton-Anhanguera, Estácio de Sá, Laureate e em manifestações menores como a Rede Metodista de Educação.
Para estarmos a altura destes desafios, é preciso também ampliarmos os espaços de ação e unidade com o objetivo de dar um alcance nacional para um projeto de universidade voltado para a juventude e os trabalhadores. Nesse sentido, a União da Juventude Comunista constrói e conclama os jovens e trabalhadores para conhecer e construir o Movimento Universidade Popular (MUP).
A UJC saúda, apoia e participa da luta unificada e ousada de estudantes, funcionários e professores da Unimep. E convidamos todos aqueles que lutam contra a mercantilização da educação e defendem a Universidade Popular para somarem-se à esta luta.
Como diz um dos cartazes que decoram atualmente a Unimep: Eu pago, não deveria, educação não é mercadoria!
Link do site que estudantes e funcionários da Unimep estão divulgando suas lutas, clique aqui.
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