Tarifa zero!
Ano após ano, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), atualiza sua obediência ao monopólio do transporte público e o preço dessa servidão sempre sobra para o bolso da classe trabalhadora na Grande Vitória. No último dia 13 de janeiro, a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (CETURB/ES), anunciou um reajuste na tarifa de 4,44%, que corresponde a um aumento de R$ 0,20. Isso significa que por mês o/a trabalhador/a que depende do Transcol para se locomover na Região Metropolitana terá que adicionar em suas despesas com transporte uma quantia de R$ 12,40 por mês, que acumulada em um ano chega a R$ 148,50.
Em contrapartida, esse/a mesmo/a trabalhador/a continuará experimentando, cotidianamente, um transporte público sucateado, com superlotação de passageiros, atrasos frequentes em suas linhas, e com motoristas que têm sua profissão precarizada à medida que, por vezes, precisam realizar também o trabalho que antes cabia aos/às cobradores/as. Não podemos esquecer que essa mesma empresa, com o aval do governador, extinguiu a profissão dos/as cobradores/as durante a pandemia, absorvendo pouco ou quase ninguém dessa massa desempregada, o que constituiu mais um ataque direto ao conjunto da classe trabalhadora capixaba pelo seu direito ao trabalho. Tais problemas não atingem os ricos, que enchem os bolsos às custas de nosso suor.
Diante disso, fica evidente que o aumento anual da tarifa não se converte em melhorias na prestação do serviço, de modo que seu reajuste cumpra a exclusiva função de garantir a lucratividade do monopólio do transporte. O Governo Casagrande (PSB), base aliada do Governo Lula (PT), escolheu ceder uma boa parte do Orçamento Público, sob condições contratuais que não beneficiam em nada a população capixaba, para agradar empresas privadas que acumulam uma quantidade absurda de riqueza pela mediação direta do Estado burguês.
Não é novidade que na luta de classes não há empate: sob o capitalismo, o Estado sempre estará a serviço da burguesia e as conquistas políticas da nossa classe só se realizam mediante a organização popular. Sendo assim, convidamos toda a classe trabalhadora capixaba para somar nas mobilizações e no ato que acontecerá no dia 7 de fevereiro, às 17h na pracinha de Jucutuquara, ao lado do IFES Vitória, para exigirmos a auditoria de contrato da concessão pública dos transportes visando tornar públicas as cláusulas contratuais absurdas assinadas com a conivência do Estado, a revisão imediata da concessão com melhorias para o povo, o gerenciamento e a operacionalização estatal do serviço de transporte público visando à tarifa zero!
O transporte deve estar nas mãos de quem o usa!
Pelo controle dos transportes nas mãos da classe trabalhadora!
Tarifa zero! Passe livre já!
Estatização sob controle popular!
Núcleo de Jovens Trabalhadores (ES)
3 de fevereiro de 2024