
Stonewall foi semente de revolução: nosso orgulho é luta!
Na madrugada do dia 28 de junho de 1969, o que começou com mais uma batida policial covarde no bar Stonewall Inn virou uma revolta. Não foi a primeira vez que a polícia invadiu o bar LGBT, mas, nessa noite, travestis, gays, lésbicas, jovens pobres e expulsos de casa disseram “chega!” A revolta explodiu e, com ela, nasceu um símbolo que ecoa até os dias de hoje: a certeza de que a conquista vem quando há luta.
Stonewall não foi uma celebração, mas sim uma resposta à violência, ao abandono e ao ódio disseminados pelos aparatos ideológicos da burguesia. É esse o sentido que não pode se perder. Porque o que era enfrentamento virou desfile controlado, patrocinado por empresas que exploram corpos LGBTs ao mesmo tempo que financiam políticos conservadores. A revolta virou slogan publicitário, e o que antes era rebeldia hoje tentam vender como “diversidade” domesticada.
Porém, nada mudou de verdade. O sistema que sustenta a opressão se manteve. Continuam matando travestis, expulsando jovens LGBTs de casa, negando acesso à saúde, precarizando a vida em todas as frentes. E essa repressão não acabou, só mudou de roupa. Agora aparece nos despejos, na evasão escolar, nos currículos higienizados, na polícia nas portas da escola, na institucionalização de nossas pautas enquanto o essencial é negado: uma vida com liberdade e dignidade.
Sendo assim, relembrar Stonewall é recusar o apagamento e recuperar o que há de mais importante naquela revolta: a força coletiva de quem não se curva. Orgulho não é só saber que existe uma história de luta por trás da existência dessas pessoas; orgulho é trincheira, não vitrine. É no grêmio, nos CAs, na construção do poder popular que o orgulho ganha sentido. Orgulho é ter lado na luta de classes. É saber que não há libertação LGBT possível dentro de um sistema que depende da marginalização dessa população. Não queremos inclusão na lógica de exploração, mas romper com ela!
Seguimos. Com a memória de Stonewall viva, com os punhos cerrados, com a certeza de que a revolta continua. Porque enquanto houver exploração, transfobia, racismo e fome, nosso orgulho será a revolução!
Comissão Nacional de Agitação e Propaganda
28 de junho de 2025