
Toda solidariedade à ocupação Connolly Barracks!
A União da Juventude Comunista, juventude do Partido Comunista Brasileiro, expressa toda solidariedade aos camaradas da Conolly Youth Movement (CYM), e a luta em defesa da Conolly Barracks, uma ocupação que cumpre sua função política e social, transformando um prédio abandonado há quase uma década em um espaço útil, de moradia e organização militante, que denuncia na prática a falência – consciente – do capitalismo e sua chamada “crise habitacional”.
No último período, os ocupantes enfrentam várias tentativas de despejo, com ameaças, intimidações e ações violentas por parte do especulador criminoso Dónal O’brien e de agentes do mercado imobiliário. No último dia 10 de fevereiro, um agressor tentou arrombar a entrada da ocupação e ameaçou destruir o espaço, exigindo a saída imediata dos moradores. Essa situação escancara como a propriedade privada da terra e da moradia funciona sob o capitalismo: imóveis permanecem vazios e caindo aos pedaços porque sua função não é garantir moradia digna, mas servir à especulação e ao lucro de uma minoria parasitária.
Este problema tem a mesma raiz, na Irlanda, no Brasil ou em qualquer outro lugar. A falta de moradia no Brasil é uma questão histórica e estrutural, enraizada em desigualdades sociais, econômicas e urbanas. Desde a colonização, as políticas de ocupação do solo e a concentração de terra favoreceram uma minoria privilegiada, enquanto a classe trabalhadora, foi marginalizada. Essa realidade se intensificou durante o processo de urbanização acelerada, especialmente nas décadas de 1950 e 1960, quando milhões de pessoas migram para as cidades em busca de melhores oportunidades, mas acabam vivendo em condições precárias, nas periferias, favelas e áreas de risco.
Os movimentos de luta por moradia emergem como uma resposta a essa crise habitacional. É a resposta que a CYM está construindo na Irlanda, e que a UJC e tantos outros movimentos constroem no Brasil. Através da luta coletiva, o MTST, por exemplo, denuncia o cerceamento do direito à cidade. A militância constroi ocupações em imóveis abandonados e pressionam o poder público por políticas habitacionais que garantam moradia digna. A luta pela moradia é, assim, resistência contra a exclusão e busca a construção de um país mais igualitário, onde o direito à casa seja garantido a todos. Essa luta é fundamental não apenas para o acesso à habitação, mas também para a afirmação da dignidade humana e do reconhecimento de direitos básicos para a classe trabalhadora.
Essa chamada “crise habitacional” não é um problema de falta de recursos ou de incapacidade do sistema em fornecer moradias dignas, muito pelo contrário, é um projeto deliberado da burguesia para inflacionar os preços dos aluguéis e manter uma reserva de trabalhadores em condições precárias, além de garantir que a moradia continue sendo uma mercadoria e não um direito. E o capitalismo só sobrevive por gerar e manter artificialmente a escassez, este é seu objetivo, colocando o lucro acima da vida. E enquanto milhares de pessoas dormem nas ruas ou vivem em condições insalubres, edifícios inteiros seguem vazios, esperando para serem revendidos por preços cada vez mais irreais.
A burguesia mantém os trabalhadores e a juventude reféns de aluguéis abusivos, despejos e da precarização da vida, enquanto acumula terrenos e edifícios para enriquecer às custas da miséria. Mas a resistência organizada segue mostrado o caminho que devemos seguir: OCUPAR, RESISTIR E AVANÇAR contra o domínio dos grandes proprietários! Saudamos os camaradas que seguem firmes na defesa da ocupação Connolly Barracks, a solidariedade da classe trabalhadora de Cork e a disposição da luta do CYM, que enfrenta de cabeça erguida a ofensiva dos especuladores.
Esses despejos não são desconectados ou atos isolados, mas parte de um sistema que coloca os interesses da burguesia acima das necessidades da classe trabalhadora. Somente com a organização e luta poderemos por fim a esse modelo exploratório e afirmar o direito à moradia como um direito da classe trabalhadora, não um privilégio de poucos.
TODA SOLIDARIEDADE AOS CAMARADAS DA CYM!
CONTRA A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA E A DITADURA DA PROPRIEDADE PRIVADA!
OCUPAR RESISTIR E AVANÇAR!
LUTAR, CRIAR, PODER POPULAR!
Comissão de Assuntos e Relações Internacionais
19 de fevereiro de 2025