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Reflexão Sobre a Conjuntura no Rio de Janeiro
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Reflexão Sobre a Conjuntura no Rio de Janeiro

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Reflexão do camarada Luis Luís Fernandes, membro da Coordenação Nacional da UJC, à cerca da conjuntura carioca:

Estou longe de ser dono da verdade, ainda mais nesta conjuntura. Analisar e intervir coletivamente no movimento das coisas é uma tarefa a que estamos propensos mais ao equívoco de quem ousa do que ao acerto dos estagnados.
Um debate muito freqüente nesta nova conjuntura é sobre a ação dos grupos de ação direta, em especial os Black Blocs. Inicialmente, inclinei-me à compreender estes grupos como derivações individualistas, pequeno-burguesas e sem responsabilidade com os movimentos sociais. Passadas algumas manifestações, reuniões e espaços coletivos, percebi que deveria rever parcialmente a avaliação destes “pré-conceitos”. Estes grupos hoje, ao menos no Rio de Janeiro, captaram base social, uma base revoltada, que vai desde a pequena burguesia até os setores mais subalternizados da classe trabalhadora.

O ódio é contra os símbolos dos monopólios políticos e econômicos da burguesia em nossa sociedade. Esta juventude que odeia estes símbolos cresceu no auge da vitória da contra-revolução; no apogeu ideo cultural do capitalismo e seus valores inquestionáveis; na cultura de todas as formas de violência para a garantia do consenso destes valores; cresceu sem deslumbrar uma alternativa societária viável e que resolvesse os problemas sociais.

Este é o caldo histórico e cultural, que comprime a violência destes grupos. Violência de resistência, que ao meu ver, vem cumprindo um papel didático nesta conjuntura sobre o cerne do Estado burguês no país e suas instituições, principalmente a polícia. E, mais do que isso, a ação da maior parte destes grupos acabam por assustar uma esquerda brasileira fortemente institucionalizada e dependente desta ordem, as estratégias da maioria dos grupos de esquerda frente às manifestações é pensar em 2014, eleger presidentes,governadores e parlamentares, a tática de negação desta ordem institucional ainda parece assustar bastante.

Por fim, é notório os muitos limites das ações e métodos destes grupos heterogêneos, assim como da maioria dos instrumentos hoje disponíveis, mas creio que os comunistas não podem cair nestes preconceitos, em especial, quando há revoltas (muitas vezes justas) de setores subalternizados. É hora darmos unidade à revolta contra o capitalismo e o seu poder econômico, social e cultural. Meu amigo Felipe Lustosa foi feliz em trazer esta citação:

“[o proletariado] Longe de opor-se aos chamados excessos, aos exemplos de vingança popular sobre indivíduos odiados ou edifícios públicos aos quais só se ligam recordações odiosas, não só há que tolerar estes exemplos mas tomar em mão a sua própria direção”. – (Marx – Mensagem do Comitê Central à Liga dos Comunistas).

Toda solidariedade aos que lutam!

Só o poder popular resolve! Luta que segue!