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R$5,20 custa a vida de um trabalhador?
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R$5,20 custa a vida de um trabalhador?

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Na manhã da terça-feira, 6 de maio, Lourivaldo Ferreira Silva, trabalhador e pai de três filhos, foi morto pela ViaMobilidade após ficar preso entre as portas de um vagão e as da plataforma na Estação Campo Limpo da Linha-5 (Lilás), zona sul da capital paulista.

A porta externa que fica fixa na estação e deveria ter a função de evitar acidentes em caso de superlotação da plataforma, não possuía sensores de presença, seu corpo ficou preso entre as duas portas e, com a movimentação do trem automatizado, o trabalhador foi esmagado. Lourivaldo foi arrastado por quatro estações, enquanto as partes de seu corpo foram recolhidas pela equipe de limpeza da ViaMobilidade, antes mesmo da chegada da perícia, numa tentativa desesperada de manter os trens funcionando e gerando lucro para a empresa. A operação da linha só foi interrompida às 10h30, quase três horas após o acidente.

A superlotação dos trens e a pressa dos trabalhadores para chegar ao trabalho, somadas à falta de manutenção do serviço privatizado, foram fatores centrais para causar a tragédia. Perder o trem, para um trabalhador que vive nos extremos desta megacidade e se desloca sentido ao centro para trabalhar, pode resultar em descontos no salário ou até mesmo na perda do emprego, gerando insegurança financeira, alimentar e dificuldades para pagar as tarifas de água, luz e tudo que é básico e essencial para a manutenção da vida. Tudo isso evidencia que a lógica cruel do capital não só explora, mas mata trabalhadores todos os dias.

A ViaMobilidade, que faz parte do grupo CCR, demonstra a cada falha por falta de manutenção, se importar mais com seus lucros exorbitantes do que com a vida dos “usuários” de seus serviços. Vale lembrar que nos contratos entre essas empresas e o governo, existem cláusulas de “prioridade” que fazem com que a divisão dos repasses do montante arrecadado pelo bilhete único seja maior justamente para as linhas que são líderes em falhas — as privatizadas. Mas, afinal, o que esperar de uma empresa que lucra com a necessidade de locomoção de milhões de trabalhadores? 

Nesse sentido, acreditamos que para garantir condições dignas de trabalho aos trabalhadores das estações e para os trabalhadores no geral, toda a administração do transporte coletivo deve ser pública, estatal e com controle popular, devidamente tratada como um direito, não uma mercadoria. 

POR UM TRANSPORTE PÚBLICO, GRATUITO E DE QUALIDADE!

PELA VIDA DA CLASSE TRABALHADORA!

Coordenação Estadual da UJC em São Paulo
Coordenação Municipal do PCB em São Paulo
7 de maio de 2025