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Queimadas na Flona: Impactos e Soluções

Queimadas na Flona: Impactos e Soluções

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O mês de setembro começou com uma das maiores queimadas da história atingiu a Floresta Nacional de Brasília (Flona), destruindo cerca de 45% da área em apenas cinco dias1. As consequências do incêndio vão além da devastação da fauna e flora, que já enfrentam o risco de extinção em diversas espécies. A vida dos trabalhadores e trabalhadoras do Distrito Federal também foi profundamente afetada.

A fumaça se espalhou por todo o Distrito Federal, deteriorando a qualidade e a umidade do ar, enquanto o calor, já intenso nessa época do ano, tornou-se insuportável. No dia 3 de setembro, o Distrito Federal registrou 7% de umidade, a menor de sua história, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia2. A seca já dura mais de 140 dias na Capital Federal. De acordo com o ICMBio, o cerrado é o bioma brasileiro mais vulnerável à interferência humana3. A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar a possível origem criminosa do incêndio.

O poder público tem o dever de intensificar a fiscalização nas florestas durante o período de seca, já que incêndios ocorrem anualmente com proporções cada vez maiores, além de identificar os responsáveis por queimadas criminosas.

Entretanto, essas tragédias não podem ser dissociadas do sistema econômico que as sustenta. A União da Juventude Comunista (UJC) critica firmemente o agronegócio, que fomenta esse ciclo de devastação ambiental e se beneficia dele. O agronegócio se baseia na destruição de biomas inteiros, utilizando práticas que ampliam as queimadas por meio da expansão das fronteiras agrícolas e da eliminação das barreiras naturais. Esse modelo agrícola, fundamentado na concentração fundiária e na monocultura, não só destrói a biodiversidade, mas também é o principal responsável pela desertificação do cerrado e pelo aumento da frequência e intensidade das queimadas.

O capitalismo, movido pela busca insaciável por lucro, vê a natureza apenas como um meio de acumulação. A terra, que deveria ser um recurso para sustentar a vida e o equilíbrio ecológico, é transformada em uma commodity, manipulada e destruída para garantir o enriquecimento de uma minoria de latifundiários e corporações multinacionais. Essa lógica perversa se manifesta nas queimadas: enquanto vastas extensões de terra são incendiadas, os responsáveis raramente são punidos, e os danos ambientais são naturalizados ou tratados como acidentes inevitáveis.

A UJC denuncia que essas queimadas são reflexos diretos de uma política econômica que privilegia o agronegócio, a exploração desenfreada de recursos naturais e a exportação de commodities, subordinando o Brasil à lógica imperialista global. Isso se expressa não apenas na devastação ambiental, mas também na precarização das condições de vida da classe trabalhadora, que sofre com o aumento da poluição, a perda de biodiversidade e o impacto direto na saúde pública, como evidenciado pela queda na qualidade do ar no Distrito Federal.

Para a UJC, a solução para a crise climática não está em medidas paliativas que o Estado burguês implementa para mitigar os incêndios. A verdadeira transformação só será possível com a destruição do capitalismo e a construção de um sistema que coloque a vida acima do lucro. Um sistema que trate a terra como um bem comum, respeite os ciclos naturais e se comprometa com a sustentabilidade e a preservação ambiental.

Somente a construção do Poder Popular, baseada nas necessidades das classes populares e na preservação do meio ambiente, pode oferecer uma solução duradoura para esses problemas. Não há solução ambiental possível dentro do capitalismo: enquanto o lucro privado dominar, continuaremos a testemunhar a destruição dos nossos biomas, das nossas florestas e das nossas vidas.

Somente com o Poder Popular e o fim do capitalismo conseguiremos enfrentar as crises climáticas, por uma sociedade com florestas em pé, água limpa, ar puro e comida sem veneno!

LUTAR, CRIAR, PODER POPULAR!

UJC! OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER!

Coordenação da União da Juventude Comunista no Distrito Federal

4 de outubro de 2024


Referências Externas

  1. METRÓPOLES. Com 45% da área destruída por incêndio, Flona é fechada para visitação. Disponível em: https://www.metropoles.com/distrito-federal/com-45-da-area-destruida-por-incendio-flona-e-fechada-para-visitacao. Acesso em: 2 out. 2024. ↩︎
  2. CORREIO BRAZILIENSE. DF registra 7% de umidade do ar nesta terça-feira (3/9), a menor da história. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2024/09/6934186-df-registra-7-de-umidade-do-ar-nesta-terca-feira-3-9-a-menor-da-historia.html. Acesso em: 2 out. 2024. ↩︎
  3. ICMBIO. A pluralidade dos biomas preservados pelo ICMBio. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/noticias/ultimas-noticias/a-pluralidade-dos-biomas-preservados-pelo-icmbio. Acesso em: 2 out. 2024. ↩︎