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PELA VACINAÇÃO PARA TODA A POPULAÇÃO!

PELA VACINAÇÃO PARA TODA A POPULAÇÃO!

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Desde sua criação, em 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem sofrendo com constante desmonte e precarização, através da implementação de políticas neoliberais que visam fortalecer os grandes conglomerados da saúde privada, em consonância com as políticas internacionais instituídas pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio, etc.

Sobretudo a partir de 2016, com o Governo Temer, temos vivenciado um aprofundamento dos ataques aos direitos sociais e trabalhistas, principalmente com a aprovação da Emenda Constitucional 95, da reforma da previdência, com a Lei das Terceirizações e com a extinção do Ministério do Trabalho. Essas medidas garantem a superexploração do trabalho no país, com aumento exponencial dos empregos informais e do desemprego, levando ao enriquecimento da burguesia ao mesmo tempo que à deterioração da qualidade de vida da classe trabalhadora. É nesse cenário de crise social e econômica que nosso país adentra na maior pandemia do último século. 

O Governo Bolsonaro-Mourão-Guedes e sua base, a todo momento, colocam em xeque o uso de instrumentos de segurança sanitária, desestimulando o uso de máscaras e flexibilizando o distanciamento social, bem como minimizam a gravidade da pandemia e o potencial número de mortes que resultariam dela, caracterizando uma política de extermínio e genocídio da população.  

O resultado disso tem sido catastrófico. Somos o terceiro país em número de casos e o segundo no número de mortes, totalizando quase 10 milhões de infectados e 240 mil mortes. O modo de produção e reprodução da vida, orientados para o lucro em detrimento das necessidades humanas, afeta, influencia e determina o processo de adoecimento da população. 

No contexto catarinense, ultrapassamos a marca dos 590 mil casos confirmados de coronavírus, com 6,5 mil mortes desde o início da pandemia. Até o momento, o Estado já recebeu dois tipos de vacinas – a Coronavac e a Oxford – sendo contabilizadas 213 mil doses no total. No entanto, estima-se que apenas 89 mil vacinas foram aplicadas até o momento, representando menos de 1% da população catarinense. No Oeste, em Chapecó, já foram transferidos mais de 100 pacientes por falta de leitos na UTI. Além disso, não há qualquer controle sobre as fronteiras ou acompanhamento da circulação de pessoas entre as regiões, medida recomendada para ajudar na contenção de novos picos de transmissão.

Mas quem são os responsáveis pela demora na vacinação e pela falta de medidas de contenção? São os governos estaduais, municipais e também o governo federal. Com um plano de vacinação vergonhosamente falho e impreciso, há um grande problema de comunicação entre Estado e municípios, reflexo do descaso generalizado com a saúde e a vida da classe trabalhadora. Não há controle e fiscalização de fato nesse processo. Em diversas cidades surgem denúncias ao Ministério Público de irregularidades na vacinação com os “fura fila”, o que mostra que não são práticas isoladas, mas comportamentos que refletem a decadência da moral burguesa, pautada no individualismo, e o desespero do nosso tempo.

Como se não bastasse, no dia 8 de dezembro de 2020, o governador Carlos Moisés (PSL) sancionou a lei nº 18.032, que classificou as aulas presenciais como atividades essenciais, para justificar seu retorno em fevereiro. Em Santa Catarina, as atividades dos professores já foram retomadas neste dia 3 com a semana pedagógica. As aulas têm previsão de início no dia 18 de fevereiro, ignorando completamente que os profissionais de educação ainda não estejam imunizados, e o grande risco que a aglomeração de crianças e jovens nas escolas representa para esses grupos e para a sociedade como um todo.

Ou seja, o estado se isentou completamente da responsabilidade nos planos de vacinação e ainda coloca os professores, funcionários, estudantes e seus familiares em risco, sabendo que na maioria dos municípios essas categorias serão as últimas a serem imunizadas. É extremamente importante que as escolas tenham ensino presencial, tendo em vista as fragilidades e problemáticas do Ensino Remoto, porém esse retorno deveria estar condicionado a um cenário sanitário condizente, isto é, um cenário de ampla vacinação da população, ao contrário do que tem sido apresentado.

Sendo assim, é necessário reivindicar um plano público nacional efetivo de vacinação, com a garantia da disponibilidade de um número seguro de vacinas para todes, não apenas para os grupos prioritários e pessoas da saúde, mas para a população em geral, além de responsabilizar os culpados pela crise e pela barbárie que vem acontecendo no país.

PELA VACINAÇÃO PARA TODA POPULAÇÃO! 

PELA VIDA ACIMA DOS LUCROS! 

EM DEFESA DO SUS 100% PÚBLICO!

UJC Santa Catarina