Orgia de autoritarismo e violência governamentais!
Nota política do Partido Comunista da Grécia.
Esta manhã (17 de novembro), com múltiplas atividades e cumprindo todos os protocolos de proteção da saúde para a pandemia, foi homenageada também a sublevação dos alunos da Universidade Politécnica em Novembro de 1973, com o apoio dos trabalhadores e do povo de Atenas. Este evento foi um dos acontecimentos decisivos que levaram à derrubada da ditadura militar (junta) apoiada pelos Estados Unidos na Grécia. O levante da Universidade Politécnica foi o resultado de uma longa luta entre o KKE e o KNE em condições clandestinas, enquanto milhares de militantes do KKE e KNE foram presos, exilados e torturados pelo regime bárbaro da junta.
Desde então, todos os anos em 17 de novembro, marchas antiimperialistas massivas acontecem por toda a Grécia, culminando na marcha que termina na embaixada dos EUA em Atenas. O comício de 17 de novembro transmite as mensagens “Fora EUA – Fora OTAN” e “pão-educação-liberdade”, que foram slogans do levante politécnico, mas também expressam as lutas contemporâneas do povo contra o envolvimento da Grécia nos planos imperialistas EUA-OTAN, bem como as reivindicações populares dos trabalhadores por direitos ao trabalho, educação, saúde, liberdade individual e sindical. A burguesia, os seus governos e os seus aliados EUA-NATO consideram este conteúdo da comemoração militante da insurreição politécnica muito perturbador.
Este ano, o governo da ND (Nova Democracia), aumentando o autoritarismo e a repressão, proibiu as manifestações anti-imperialistas e qualquer reunião de mais de três pessoas em todo o país, sob o pretexto de que a marcha seria uma ‘bomba-relógio’ para a saúde devido à pandemia de COVID-19. A hipocrisia do governo é enorme, pois ele é o único responsável pelas ‘bombas-relógio’ diárias de saúde nos transportes públicos, locais de trabalho e escolas. Além disso, o governo anterior do SYRIZA é também responsável pelas trágicas deficiências do sistema de saúde pública durante uma pandemia.
O KKE, a PAME, o movimento popular dos trabalhadores já provaram no primeiro de maio, e em dezenas de outros casos, que podem adaptar formas militantes de luta em condições de pandemia e observar todos os protocolos de saúde estabelecidos por cientistas, muito melhor do que o governo faz.
O KKE, assim como dezenas de sindicatos, associações estudantis e outras organizações de massa, denunciou o autoritarismo do governo e esclareceu que a comemoração militante acontecerá, observando todas as medidas de saúde e que a tentativa do governo de banir a marcha fracassará. É de particular importância que o próprio Sindicato de Juízes e Promotores tenha emitido manifestação caracterizando a inconstitucionalidade da decisão do governo e pedindo sua anulação.
Ao meio-dia de 17 de novembro em Atenas, manifestantes com estandartes e bandeiras do KKE puderam desafiar a decisão autoritária e antidemocrática do governo, realizando uma marcha que chegou ao lado de fora da embaixada dos EUA, que foi cercada por ônibus da polícia e fortes tropas de choque. O Secretário Geral do CC do KKE, Dimitris Koutsoumbas, foi saudado com aplausos pelos manifestantes e colocou uma coroa de flores no local onde a polícia torturou militantes durante a ditadura militar. Em sua declaração, D. Koutsoumbas observou o seguinte:
As mensagens do levante politécnico são oportunas. Os slogans “Fora EUA, “Fora OTAN”, “Pão, educação, liberdade, trabalho e saúde” continuam a comover profundamente a juventude grega e o povo grego, que está lutando hoje e todos os dias contra uma política antipopular em curso. É inaceitável usar o pretexto da pandemia para tomar medidas antipopulares reacionárias para proibir os eventos comemorativos do Levante Politécnico com o caráter simbólico que têm este ano. A decisão da polícia grega, seguindo a ordem do governo, de proibir qualquer reunião de mais de 3 pessoas, especialmente hoje, é inaceitável, antidemocrática, inconstitucional e denunciada por todo o espectro político do país. Mesmo os apoiadores da ND e KINAL — este não assinando o texto-denúncia conjunto desta decisão criminosa, inaceitável e perigosa do Sr. Crisochoidis — denunciam esta proibição. O povo grego, independentemente da insegurança que se cultiva sob a responsabilidade do governo, que não tomou todas as medidas necessárias durante estes anos, estão do lado daqueles que lutam de todo o coração no caminho da luta, nas ruas de Atenas, nas ruas de toda a Grécia. É por isso que o levante politécnico viverá para sempre.
Questionado por um jornalista sobre a manifestação do KKE fora da embaixada dos EUA, ele respondeu:
Eles estão simplesmente fazendo o que é evidente. É um gesto simbólico dos jovens gregos — como você pode ver, há um número específico de participantes — contra o imperialismo dos EUA, contra o que nosso país sofreu devido à política dos EUA e da OTAN” .
KKE denuncia o bárbaro ataque policial
No final da tarde, enquanto a manifestação do KKE permanecia no centro de Atenas de forma organizada, observando todas as medidas de proteção à saúde, a polícia desencadeou um ataque não provocado com cassetetes, gás lacrimogêneo, canhões de água e granadas de choque. A polícia não hesitou em atacar os parlamentares do KKE, ao mesmo tempo que feriu manifestantes e procedeu a dezenas de detenções. O Secretário Geral do CC do KKE, Dimitris Koutsoumbas, que esteve à frente da manifestação juntamente com outros quadros do KKE, denunciou veementemente a repressão bárbara e exigiu a libertação imediata de todos os detidos.