
Nota pública sobre o processo eleitoral na UEMG para o 60º CONUNE
O Movimento por uma Universidade Popular (MUP) e a União da Juventude Comunista (UJC) vêm a público esclarecer que não estamos participando do processo eleitoral de tiragem de delegados e delegadas para o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE) nem da Comissão de Construção do Congresso (C3) desta eleição na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).
Embora estejamos na atual gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEMG, desde o início o processo de construção foi marcado por graves problemas de comunicação, autoritarismo e ausência de diálogo. Um exemplo disso foi a condução do CONEG, realizada sem qualquer debate ou informe prévio ao conjunto do DCE, com a inscrição unilateral de delegado e suplente.
Na sequência, o regimento eleitoral deste processo foi publicado sem consulta à UJC, ao MUP ou à própria gestão do DCE, atropelando a atuação política construída coletivamente na universidade. Somente após nossas críticas é que foi autorizada nossa participação no grupo da comissão. Mas fomos inseridos na C3 a apenas 10 dias do processo, e sem a publicação da nota de retratação aprovada coletivamente, que reconheceria o erro na condução do processo de inscrição.
Consideramos os critérios definidos no edital um absurdo antidemocrático. Não foram debatidos no âmbito do DCE e contrariam os princípios que defendemos para o movimento estudantil e para o CONUNE. O resultado dessa postura foi a exclusão da nossa chapa no processo de homologação, ignorando completamente nossa atuação política nas lutas da UEMG.
A UJC e o MUP prezam pela construção coletiva e pela força do movimento estudantil organizado contra os ataques na educação. Isso significa que processos como estes devem ser transparentes, democráticos e construídos coletivamente.
Mesmo com nossa entrada tardia na C3, nossas propostas não foram aceitas, e as informações eram simplesmente repassadas, sem espaço para debate. Diante disso, decidimos nos retirar da comissão e não participaremos deste processo, por não compactuarmos com um modelo autoritário, excludente e centralizador de organização.
Nosso compromisso é com a luta real dos estudantes, como demonstrado nas mobilizações do 1º de julho de 2025, em defesa da autonomia universitária e contra a privatização da UEMG. A UJC e o MUP seguirão organizando os estudantes para derrotar o projeto ultraliberal de Romeu Zema e defender a UEMG como patrimônio do povo mineiro.
Movimento por uma Universidade Popular (MUP) – Núcleo UEMG
União da Juventude Comunista (UJC) – Núcleo UEMG
4 de julho de 2025