Nota Política da UJC SE – Nas eleições para o 59° CONUNE na UFS, o Coletivo Quilombo (PT) escancara o oportunismo da majoritária da UNE!
O coletivo Quilombo, junto com outras organizações do PT e a UJS (PCdoB) compõem na prática o setor majoritário da União Nacional dos Estudantes (UNE). Este setor, reconhecidamente desmobilizador e burocrata, têm sido responsável por diversos processos fraudulentos, antidemocráticos e oportunistas nas universidades país afora, e não seria diferente na UFS.
O Quilombo está na Presidência do DCE da UFS e comanda a Comissão de Três (C3) que organiza a tiragem de delegados para o CONUNE na universidade. No final de abril, antes de organizarem o calendário eleitoral, o Quilombo procurou a UJC alegando que o Afronte desejava que as eleições para o CONUNE ocorressem em proporcionalidade aos votos dados nas eleições para o DCE, distribuindo os 23 delegados a partir dos resultados desta eleição, que aconteceram em março, com chapas distintas, sendo que os processos eleitorais organizados por DCE (e portanto, por Comissão de Três) foram permitidos no dia 24 de abril de 2023.
Na verdade, como auferimos em reunião com outras forças posteriormente, sempre foi desejo do Quilombo que as eleições para o CONUNE ocorressem em proporcionalidade aos votos dados nas eleições para o DCE. Ocorre que, quando se é tão oportunista e se deseja algo tão absurdo, não é possível defender de forma aberta e honesta, sendo preferível dizer que se trata da vontade de outras forças políticas. Desde o início, fomos contra essa proposta por considerar que ela impede que os estudantes conheçam o movimento estudantil e escolham democraticamente seus representantes!
No fim das contas, o DCE/C3 organizou a tiragem, mas o calendário determinado pela C3 coincidiu, curiosamente, com o período dos festejos juninos em Sergipe: os dias 19 e 20/06 eram para inscrição de chapas, a campanha deveria começar no dia 21/06, mas por erros da C3, começou somente no dia 22/06, sendo que os dias 23 e 24 seriam véspera e feriado de São João respectivamente. A votação seria segunda, 26/06. Diante desse problema, a C3 do Quilombo (PT) resolveu adiar uma vez as eleições, adicionando os dias 26 e 27/06 como dias de campanha e alterando a data da votação para o dia 28/06, VÉSPERA DE SÃO PEDRO.
Por si só, isso confirma a suspeita de que o coletivo Quilombo NÃO QUIS que a tiragem de delegados para o CONUNE acontecesse na UFS, desmobilizando completamente todo o processo eleitoral de modo a conseguir empurrar sem oposição a proposta da proporcionalidade.
Não julgamos a C3 como desconhecedora dos festejos populares LOCAIS, mas nos questionamos o porquê de se organizar um processo eleitoral complexo e desgastante em datas tão inviáveis para garantir a mobilização estudantil e a própria realização – sem entraves – do pleito eleitoral.
Após a UFS lançar uma portaria informando que a universidade só funcionaria até as 13h no dia 28/06, foi feita uma reunião extraordinária às 21h com algumas forças políticas. Em um grande acordão, os coletivos de Juventude do PT (dentre eles o Quilombo) e a UJS decidiram pela proporcionalidade, sem oposição dos militantes presentes do Afronte. Dos 23 delegades da UFS, 14 ficaram com a Chapa 3 (PT/UJS); 7 com a Chapa 1 (Afronte); 3 com a Chapa 2 (UJC/Correnteza).
OBS: Essas foram as chapas para a eleição de DCE, as chapas para o CONUNE são diferentes!
A Chapa 4 “UNE na LUTA!” para o CONUNE repudia as ações do coletivo Quilombo e da C3 organizadora da tiragem de delegados assim como das outras forças políticas, principalmente da “oposição de esquerda” como o Afronte que, rejeitando a luta política em favor da negociata “por cima”, não quis assinar esta carta, tornando-se cúmplices imediatos de um processo que prejudica, deseduca e desmobiliza todo o movimento estudantil da UFS, atravancando sua reorganização.
Conclamamos os estudantes, Centro e Diretórios Acadêmicos da UFS a divulgar e assinar esta nota política repudiando o processo eleitoral ANTIDEMOCRÁTICO conduzido pelo DCE/C3 do Quilombo e demarcando a nossa mais impiedosa oposição aos métodos de trabalho da direção majoritária da UNE.
Além disso, exigimos uma REUNIÃO com todas as forças políticas que formaram chapa para as eleições de DCE e para o CONUNE, visando sanar as problemáticas que aconteceram durante a tiragem e receber uma resposta definitiva da C3 sobre a delegação.
No atual momento histórico, não podemos vacilar diante desse tipo de processo e deixar que a UNE permaneça afastada das bases! Precisamos de uma UNE democrática, independente de patrões e governos, capaz de apresentar aos estudantes um projeto de educação, sociedade e país, mobilizando-os e organizando-os para o cenário de luta aberta que se anuncia!