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Nota politica da UJC-RJ sobre o aumento da tarifa no transporte “público”

Nota politica da UJC-RJ sobre o aumento da tarifa no transporte “público”

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A passagem de ano para a maioria dos brasileiros, é repleta de algumas práticas rotineiras que acontecem em todo réveillon: virada de ano na praia, reflexão sobre os erros e acertos do último ano, promessas para o ano seguinte, pular 7 ondas, aumento na tarifa do transporte público… Pois é, o povo fluminense já se acostumou a essa rotina, mas, óbvio, não se conformou!
O aumento da tarifa dos ônibus municipais na cidade do Rio de Janeiro, agora custam R$ 3,80, um aumento de R$ 0,40 com relação a tarifa do último ano. O aumento da passagem ocorreu no último dia 02 de janeiro, pegando de surpresa o conjunto da população, que mal saiu das festas de ano novo e daqueles que voltavam de viagem. Não obstante, a tarifa do trem custará R$ 3,70, aumento de R$ 0,40. Já as barcas que envolvem a travessia entre municípios de Niterói e do Rio de Janeiro, passará a custar R$ 5,60, reajuste de R$ 0,60. Estes últimos modais a partir de fevereiro. Com esses aumentos, perguntamos ao conjunto de nosso povo: o serviço melhorou nesses últimos anos? Por que um aumento tão abusivo? A condição de trabalho e os salários para os trabalhadores dos transportes, sofrerão melhorias? Existem outras formas de melhorar o serviço sem o aumento da tarifa?
As reclamações com relação a qualidade do transporte público no Rio de Janeiro são constantes: ônibus lotados, sem ar-condicionado, linhas tendo o percurso encurtado, ônibus em péssimo estado, falta de segurança e o próprio preço das tarifas, são reclamação constantes do nosso povo, ou seja, o serviço não melhorou. Junto a isso, a dupla-função continua sendo aplicada livremente, transformando o motorista em cobrador e vice-versa, precarizando o trabalho e gerando acidentes que poderiam ser evitados. A maioria dos modais não funcionam no horário da madrugada, caso das barcas e do trem, os ônibus reduzem o número de carros nesse horário, privando a juventude ao acesso a cidade em seu momento de lazer.
A desculpa do aumento são diversas: momento de crise econômica, aumento dos preços do combustível, novos custos de operação e etc… Mas por que o trabalhador tem que pagar essa conta? No último mês, o Governador Luiz Fernando Pezão, liberou R$ 39 milhões para a Supervia, empresa que administra o transporte de trens no Rio de Janeiro, com a desculpa que a mesma não aumentaria o preço da tarifa. Passou-se menos de 1 mês e o resultado é esse. Desde o último aumento do preço das tarifas dos ônibus, o Prefeito Eduardo Paes afirmou que o aumento serviria para garantir 100% das frotas de ônibus da cidade com ar-condicionado, a meta não foi alcançada e revista para apenas 70% da frota. Esse aumento não vem ao acaso, o financiamento privado de campanha da a tônica ao aumento, as empresas que pagaram parte das contas da campanha do Prefeito e do Governador na época das eleições, agora quer retorno do seu “investimento”! Perguntamos, transporte público é para o quê e para quem?
Junto a isso tudo, o aumento das passagens, representam interesses dentro da nossa sociedade: os interesses das grandes empresas que exploram o transporte público. Os empresários que ganharam a licitação e o “direito” a prestarem esse serviço, não pensam em outra coisa a não ser lucrarem explorando um direito inalienável do povo, também, não seria diferente, são empresários pensando em enriquecer! O transporte deve ser encarado como um direito e não como mercadoria! Deve ser um serviço que atenda as demandas do povo, como: lazer, estudo e trabalho. Por isso, a UJC luta pela bandeira do Passe Livre, Irrestrito e Intermunicipal para estudantes universitários, entendendo que é uma bandeira justa e necessária que garante a permanência dos estudantes nas universidades!
A UJC defende um novo modelo de transporte público, que entende que a prioridade não é o lucro de poucos indivíduos, mas sim os interesses da grande maioria da população! A Estatização do transporte é a primeira saída para invertemos esse quadro, colocar os transportes a disposição de nosso povo, a partir da gestão pública do serviço, e não a disposição da iniciativa privada, composta de gananciosos empresários que pensam apenas em seus bolsos! A tarifa zero é uma realidade em algumas cidades do país que pensaram de outra forma o transporte e que vem dando certo! O Investimento público em melhorias do transporte e na criação de outros modais em cidades da Região Metropolitana é mais que necessária, como: Criação da linha 5 do Metrô, para a cidade de São Gonçalo e Niterói, a criação de um terminal de barcas em São Gonçalo, o fim do monopólio das empresas de ônibus!
Por fim, fazemos a um chamado a todo o povo para se juntar a essa luta: Trabalhadores, desempregados, estudantes e jovens. Pois só a luta muda a vida e temos muito um longo caminho a percorrer na luta pelos nossos direitos e no combate àqueles que nos exploram
TARIFA ZERO, ESTATIZAÇÃO! CONTROLE DOS TRANSPORTES NA MÃO DA POPULAÇÃO!