Nota Política da UJC Bahia: Por um DCE à altura da UNEB! Um chamado à responsabilidade!
Ao refletirmos sobre as lutas travadas pelo Movimento Estudantil (ME) da UNEB, entendemos que a maioria das vitórias alcançadas não se deu por meio da institucionalidade, mas através do enfrentamento e mobilização de estudantes alinhados à antiga Oposição de Esquerda. Por cerca de vinte anos, estivemos presos a um DCE aparelhado, composto pelas forças do campo democrático-popular (UJS, ParaTodos, Levante Popular da Juventude, Quilombo e Kizomba), que apenas servia como rede de transmissão do governo do Estado e da reitoria, sendo um atraso ao avanço geral das pautas mais importantes da nossa universidade.
A partir de 2019, o sentimento de mudança ocupou o espaço do DCE. Baseado na construção orgânica e cotidiana – de espaços, lutas e denúncias sobre a insuficiência da permanência – junto as e os estudantes, construímos pelo campo da antiga Oposição de Esquerda (UJC, Afronte, Pajeú, RUA e Primavera Socialista) a vitoriosa campanha da atual gestão de DCE. Apesar de não continuarmos na chapa, mesmo de fora do DCE, decidimos por auxiliar onde poderíamos para que o Movimento Estudantil da UNEB avançasse. É positivo a maior definição deva pautas, o reconhecimento por parte da comunidade estudantil, assim como, o compromisso forjado por um campo que se coloca por uma outra forma de construção política e é deste que cobramos responsabilidade.
Se o sentimento de mudança ocupou o DCE em 2019, nos perguntamos, qual sentimento tem neste momento a direção da entidade (Afronte e Pajeú) ao proporem uma unidade vazia com forças que outrora combatemos, por suas características de aparelhamento, apassivamento, burocratismo e blindagem do Governo Estadual?
De certo, brilha os olhos de qualquer estudante a ideia e possibilidade de união entre as diversas juventudes de esquerda do ME, como continuidade da experiência “esperançosa” construída nas eleições de 2022. Entretanto, o discurso frágil se esquece do item mais indispensável para unidade política: o programa a qual estará submetida e o inimigo em comum. Nesse ponto, é evidente que temos de um lado quem defende a autonomia e independência para entidade, com a luta e organização enquanto saída, e de outro, quem quer a volta de nossa entidade a mera posição de linha auxiliar do Governo Estadual, o considerando vergonhosamente como aliado da educação.
Dessa forma, a unidade não pode ser conduzida por uma mera garantia de posições burocráticas, reforçando o tom centralizado e institucional que tem assumido a atual gestão. Ao contrário, é através da mobilização estudantil e da politização no debate de nossas demandas – e ter uma chapa autônoma é essencial para isso – que vamos construir uma entidade capaz de denunciar os retrocessos e pressionar os governos e reitorias, sejam quem forem.
Nesse ponto, ao invés de contribuir com a descaracterização da memória, o movimento estudantil deve resgatar pedagogicamente que a impossibilidade da unidade se baseia em um histórico de conivência e silenciamento de determinados grupos frente ao absurdo que é o “Mais Futuro”, os cortes orçamentários das UEBAs, a ausência de professores/as e suas demasiadas consequências, do descaso com o Restaurante Universitário do Campus I e de toda política de assistência e permanência para todos os Campi.
Depois de tudo que vivemos – e nossa história não inicia em 2022 – realmente precisamos continuar fazendo diferente. Para construir um DCE que tenha o tamanho da UNEB e seus desafios, estamos convencidos que o caminho não está na aliança com setores que sustentaram um golpe no último processo eleitoral, e mesmo podendo construir o DCE – que diante de seu formato proporcional, dá cadeiras para a chapa minoritária em votos – esvaziaram esses cargos. No caminho inverso, devemos priorizar a reorganização dos C.As e D.As, os movimentos de luta pela moradia, por mais professores/as e melhores condições para ensino/pesquisa e extensão, não atrelando a presença de organizações políticas retrógradas à possibilidade de aderência e estadualização da entidade.
Próximo à chegada das eleições do DCE em 2023, o momento exige de nós ousadia política para disputar as eleições, fazendo jus a todos anos de luta da antiga Oposição de Esquerda em defesa das UEBAs. Nosso compromisso deve ser com o estudante e sua confiança em um projeto combativo, que o convença, e integre, para que juntos possamos construir a UNEB que queremos!
Assim, convidamos a categoria estudantil: membros de entidades de base, movimentos de juventude e organizações políticas, estudantes em luta do interior à capital, a se somarem através de uma unidade programática, nessa luta por um DCE a altura dos desafios da UNEB.
Pela reformulação imediata do Mais Futuro!
Pela abertura da mesa de negociação sobre o valor do RU do Campus I!
Pela construção de creches e ampliação das residências universitárias!
Lutar, criar, UNEB Popular!