Nota de Apoio da UJC à ocupação do comando nacional de greve do ANDES no Ministério da Educação
A luta em defesa do ensino superior público tem tomado o país há 115 dias. A política de ajuste fiscal do governo recaiu de forma brusca sobre as Universidades Federais, contabilizando um corte de mais de 10 bilhões de reais no investimento para esse setor.
A precarização do ensino público superior caminha a passos largos sob a política adotada pelo Governo PT nos últimos anos. O REUNI (Reforma Universitária) expandiu as Universidades Federais sem proporcionar uma infraestrutura mínima para essas universidades, além de não promover a contratação de docentes e técnicos administrativos e não fomentar permanência estudantil, o que culminou na greve de 2012. Em pleno 2015, com os ajustes fiscais implementados como “solução” para conter a crise, a situação das Universidades Federais se torna ainda mais drástica.
Em contrapartida, os processos de privatização do ensino continuam sendo aplicados para garantir a lucrabilidade do mercado financeiro sobre o direito à educação. Hoje cerca de 70% dos jovens estudantes ocupam vagas nas universidades privadas, utilizando de financiamentos e apoios como o FIES e o PROUNI, que não apresentam uma alternativa a essa lógica de mercado, mas, ao contrário, a aprofundam. O filho da classe trabalhadora está na universidade não por ter direito à educação, mas para garantir os lucros dos empresários.
Nesta quinta-feira, 24 de setembro, o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior – Sindicato Nacional) ocupou o Ministério da Educação em represália à intransigência do Ministro Janine Ribeiro, que se recusa até este exato momento a negociar com a categoria.
Por acreditar que a Universidade deve ser popular, se pautando pelas demandas da classe trabalhadora e não sendo feita de trampolim para saltos na taxa de lucro do monopólio privado da ensino, prestamos nossa total solidariedade aos docentes que seguem de maneira incansável na luta pela educação pública!
Todo apoio à ocupação dos docentes no MEC!
A educação não vai pagar pela crise!
Ousar lutar por uma Universidade Popular!