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Não ao fim do Hospital Federal da Lagoa!
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Não ao fim do Hospital Federal da Lagoa!

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O Hospital Federal da Lagoa (HFL) foi integrado ao SUS pouco tempo após a criação do sistema, ainda em 1990. Projetado por Oscar Niemeyer e com elementos desenhados por Athos Bulcão e Roberto Burle Marx, o edifício tombado conta com 236 leitos de internação, realiza cerca de 8500 consultas por mês e mais de 7000 cirurgias por ano, além de oferecer 37 especialidades.

O hospital atende majoritariamente a classe trabalhadora, prestando serviços de alta complexidade. Mais especificamente, é referência no tratamento de câncer — algo essencial para a rede pública do Rio de Janeiro, uma vez que o Novo Inca, que será construído no lugar do antigo Hospital Central do Instituto dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ), já nascerá privatizado

Mas afinal, o que vai ocorrer com o HFL?

Embora a proposta inicial do Governo Federal tenha sido uma “cooperação” entre o Instituto Fernandes Figueira (IFF-Fiocruz) e o HFL, desde o começo de julho está em análise a substituição do HFL pelo IFF, garantindo a expansão do serviço — sem dúvida fundamental — do instituto da Fiocruz, que tem como foco a promoção da saúde da mulher, da criança e do adolescente, mas, na prática, encerrando os serviços oncológicos e de alta complexidade.

Isso faz parte de um plano de “reestruturação” proposto ainda pela então ministra Nísia Trindade. O plano prevê, basicamente, que o Ministério da Saúde deixe de administrar diretamente diversos hospitais federais do RJ, abrindo espaço para a precarização dos vínculos de trabalho e, no limite, para maior inserção da iniciativa privada nos hospitais.

Como as coisas estão andando?

O antigo Hospital Federal de Bonsucesso já está sendo gerido pelo Grupo Hospitalar Conceição, sociedade pública de iniciativa privada. O grupo assumiu a gestão com repressão por parte do batalhão de choque a servidores, usuários e lideranças sindicais. Inicia-se a pressão por contratos CLT e as ameaças aos direitos dos servidores. O índice de mortalidade nas emergências dobrou.

Já o antigo Hospital Federal do Andaraí, hoje municipalizado, recentemente foi alvo de diversas denúncias por parte dos trabalhadores. Para alguns, as perdas salariais chegaram a 49%, e, neste ano, aqueles que trabalhavam em certa escala passaram 20 dias sem acesso a água potável! A água também foi racionada para os pacientes. Tanto o Grupo Hospitalar Conceição quanto a gestão do município mostram-se autoritários e pouco preocupados com um SUS de excelência.

O que fazer?

Os serviços importantes do Instituto Fernandes Figueira precisam de um novo espaço. O que fazer? É simples: há dezenas de prédios sem função social somente no Centro do Rio de Janeiro. Revitalizá-los e transferir os serviços do IFF para um deles seria um verdadeiro movimento de expansão do SUS. Por que não fazê-lo? Estaria o Ministério da Saúde, comandado pelo senhor Alexandre Padilha, amarrado pelo fiscalismo do Ministério da Fazenda?

O que será feito com os pacientes que tanto precisam dos serviços de alta complexidade prestados pelo HFL? Pacientes e servidores criam vínculos, relações de confiança, e essas relações são fundamentais para a efetivação de tratamentos. Não são apenas números a serem transferidos de um prédio para outro, de um médico para outro: saúde é cuidado!

A União da Juventude Comunista, respeitando o legado do Partido Comunista Brasileiro na criação do SUS, soma-se à luta de servidores e pacientes:

HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA FICA!

NÃO AO FATIAMENTO DA REDE FEDERAL!

POR UMA EXPANSÃO REAL DO SUS!

Núcleo Zona Sul/Centro – UJC/RJ
11 de agosto de 2025

Foto: Renan Areias / Agência O Dia