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Manifesto da UJC Paraná em Apoio às Candidaturas do PCB
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Manifesto da UJC Paraná em Apoio às Candidaturas do PCB

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A União da Juventude Comunista declara seu apoio e expressa enorme disposição revolucionária para construir coletivamente as candidaturas do Partido Comunista Brasileiro – PCB –, tanto a nível nacional quanto a nível estadual. O Paraná, um estado com histórico firme de lutas, precisa de uma alternativa radical, que se proponha a pautar verdadeiramente os interesses da classe trabalhadora, sem medo dos ataques transversais da burguesia e seus lacaios e sem receio de erguer as bandeiras revolucionárias da superação do capitalismo. 

A juventude paranaense, sejam estudantes ou jovens trabalhadores, se enxerga em um beco sem saída, após décadas de desmonte das políticas públicas, de avanço do neoliberalismo e do conservadorismo da burguesia do estado. A mesma burguesia se alinhou ao projeto liberal-facista Bolsonaro-Guedes-Mourão, tendo como expressão local o governo Ratinho Jr., deixando nossa classe sem perspectiva de futuro, cada vez mais explorada e assistindo o número de bilionários crescendo. Após anos de medidas neoliberais, ou seja, da ofensiva da burguesia contra os trabalhadores e setores populares da sociedade, especialmente através do Estado burguês, numa cruzada contra os direitos sociais e trabalhistas, foi aprofundado o processo de desmonte do serviço público e de mercantilização da saúde e da educação. Assim como das mais diversas formas de assalto ao fundo público, por exemplo, com a liberação de rios de dinheiro público para os bancos privados. É na juventude que estão as maiores taxas de desemprego, de precarização, de falta de acesso à cultura e ao lazer, e se não bastasse, a maioria das pessoas mortas pela polícia são jovens de 16 a 28 anos, especialmente pretos e periféricos.

A desesperança, entretanto, não pode nos paralisar. É preciso que a juventude da classe trabalhadora compreenda que existe uma saída e esta saída é através da construção do Poder Popular, no rumo do socialismo e pela organização de nossa classe para além das eleições. 

Como comunistas, sabemos que as eleições não vão resolver os problemas fundamentais que enfrentamos no capitalismo. Ano após ano, eleição após eleição, vemos nomes entrando e saindo, construindo vida pública e carreira na política, e mesmo a maioria das candidaturas ligadas a partidos que se dizem de esquerda se integram à dinâmica da burguesia e da falsa democracia, tornando-se agentes da política neoliberal que cada vez mais explora a classe trabalhadora. 

Neste sentido, é fundamental ressaltar que o espaço eleitoral será um instrumento de organização política da classe trabalhadora, uma oportunidade para que nós, comunistas, façamos a denúncia dos limites da democracia burguesa e apareçamos como alternativa radical;  um espaço que vamos ocupar de cabeça erguida e bandeiras hasteadas, sem rebaixar o debate, sem conchavos e conciliações, conversando com a nossa classe sobre seus problemas reais. O programa do PCB foi construído coletivamente, com a participação da juventude, buscando respostas para as demandas mais imediatas de nossa classe e, ao mesmo tempo, partindo do pressuposto de que nenhuma solução definitiva pode se realizar nos marcos do capitalismo. 

No mundo do trabalho, a juventude é um dos setores mais precarizados e com as maiores taxas de desemprego. A juventude negra e periférica do Brasil se depara com cargas horárias cada vez maiores, salários cada vez mais baixos, ambientes abusivos nos locais de trabalho e direitos trabalhistas cada vez mais desmontados e atacados. A busca pelo primeiro emprego se soma à dificuldade em conseguir uma qualificação ou conciliar o estudo e o trabalho, e a precarização faz com que  percebamos que as promessas vazias da política burguesa não resolvem nossos problemas.

Na educação básica, a adequação do Paraná à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) junto às políticas de austeridade fiscal como a EC 95, resulta na exclusão das parcelas menos favorecidas da juventude, principalmente os jovens que trabalham e estudam, enquanto do currículo de ensino foi enxugado o caráter crítico e substituído por disciplinas tecnicistas. O projeto das classes dominantes para a educação é marcado pela marcha da mercantilização junto à militarização das escolas. Para os jovens da classe trabalhadora é oferecida uma formação puramente técnica, voltada estritamente a reprodução da força de trabalho, distanciando ainda mais os jovens das instituições de ensino superior.

Já na educação superior, o acesso às universidades é barrado a maioria dos jovens da classe trabalhadora, enquanto as políticas de permanência estudantil são reduzidas a pó. Sob um verniz modernizador, a LGU (Lei Geral das Universidades) estrangula os orçamentos das universidades públicas, ao mesmo tempo que escancara as portas para a iniciativa privada se apoderar de suas estruturas. Enquanto o orçamento das instituições públicas diminui cada vez mais, as instituições privadas de ensino avançam com base nas Parcerias Público-Privadas e nos programas de financiamento com dinheiro público. Somado a isso, os cortes na ciência afetam o tripé ensino, pesquisa e extensão, criando uma produção científica voltada ao mercado, ditada pelos interesses dos grandes financiadores privados e estrangeiros.

Nós comunistas defendemos que o verdadeiro potencial emancipatório da educação em todos seus níveis não pode ser realizado dentro da sociabilidade capitalista, mas que a construção da Escola Popular e da Universidade Popular demanda a luta pela ampliação do acesso e permanência, pela defesa do ensino gratuito e de qualidade, pela democratização dos ambientes de ensino e pela produção científica voltada aos interesses da classe trabalhadora.

No campo da cultura, a juventude encontra uma produção cultural mediada por empresas e artistas desligados da base popular, através de corporações bilionárias que tentam impor de cima para baixo os valores das obras que devemos consumir e criar. Assim, o acesso à cultura se restringe a quem tem poder econômico e a produção da cultura fica a favor dos detentores do poder, excluindo a produção cultural da classe trabalhadora. Sem empregos ou com salários precarizados, sequer conseguimos acessar espaços culturais, quanto mais ter tempo para nos dedicarmos à produção artística.

Defendemos uma cultura verdadeiramente popular. Uma cultura que seja feita pela e para a classe trabalhadora. Uma forma de produção cultural que não se satisfaça em transformar som em música e letra em poesia, mas que almeja transformar os sujeitos e a sociedade. Uma cultura verdadeiramente combativa e revolucionária, com espaço e condições materiais para se tornar concreta, na qual a juventude se enxergue como parte integrante ativa.

É preciso que a atuação política da juventude da classe trabalhadora se dê no dia a dia: em nossos locais de trabalho, de estudo, lazer e moradia. As candidaturas do Partido Comunista Brasileiro propõem que a juventude organize sua revolta, que através da organização política busque de uma vez por todas resolver as mazelas e a desesperança que nos afligem. Nossos sonhos não cabem nas urnas, nossa organização é nossa única arma.

Como juventude comunista, pensamos que as candidaturas do PCB apresentam as necessidades reais dos trabalhadores, assim como fazem a denúncia das contradições da nossa sociedade e dos limites estreitos do próprio processo democrático brasileiro. Não restringindo-se ao horizonte eleitoral e à democracia formal burguesa, mostramos que uma alternativa é possível, uma alternativa popular e radical para as mazelas da classe trabalhadora. Entendemos que o poder da classe trabalhadora organizada é maior que qualquer campanha eleitoral. 

É da luta consciente dos trabalhadores que germina o Poder Popular, o poder da classe trabalhadora tomar as rédeas de sua própria história. A UJC marcha junto com Sofia Manzano e Antônio Alves (21) para a presidência, Vivi Motta e Diego Valdez (21) para governo do estado e Vanessa Cristina (2121) e Prof. Thiago Ferraiol (2100) para deputada e deputado federais, que são os rostos públicos da construção desta alternativa verdadeiramente radical.

CONSTRUIR O PODER POPULAR NO PARANÁ E NO BRASIL!