
Lutando por um futuro de paz, dignidade e libertação
Reportagem de Sabrina Price para o jornal Morning Star
A 21ª Assembleia Geral da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) foi concluída em 25 de maio de 2025, com o anti-imperialismo e as lutas de libertação reafirmados como prioridades centrais da federação.
O consórcio de organizações juvenis de esquerda se reuniu em Windhoek, Namíbia, onde mais de 150 delegados de mais de 60 países foram recebidos pelo partido governista Organização do Povo do Sudoeste Africano (Swapo).
A Swapo foi fundada em 19 de abril de 1960, emergindo como a principal organização no combate ao apartheid e à ocupação na região, em conflito com as Forças Armadas e a Força Aérea da África do Sul, significativamente mais bem equipadas, de 1966 até a independência do país em 1990.
Um componente fundamental para o sucesso da Swapo tem sido sua militância sindical. Notavelmente, transmitiu as condições de trabalho exploratórias que levaram à greve dos trabalhadores contratados da Namíbia em 1971-72, durante o regime do apartheid, como parte integrante da luta pela autodeterminação.
O orgulho do país pela independência contrasta com as feridas infligidas pelo genocídio imperial alemão, que resultou na morte de dezenas de milhares de pessoas por meio de deslocamentos em massa e campos de concentração na virada do século XX.
A luta persistente pela libertação da Namíbia estabeleceu um tom empoderador para a assembleia geral.
A assembleia geral viu relatos em primeira mão sobre as lutas contra a ocupação na Palestina, no Saara Ocidental e em Chipre. Também no centro das discussões esteve a natureza arbitrária das sanções paralisantes impostas a Cuba e à Venezuela. Tal defesa desencadeia uma solidariedade sem limites.
O espírito internacionalista é visceral na FMJD. À medida que as resoluções políticas da federação eram decididas, delegados de todos os cantos do mundo, vestidos com keffiyeh, planejavam ações futuras e colaborações internacionais para colocá-las em prática.
Um delegado da União Democrática da Juventude Jordaniana (UJDY) explica: “Como comunista do Oriente Médio vivendo sob o domínio imperialista, ser representado na FMJD é essencial. Não se trata apenas de presença, mas de construir conexões reais com camaradas globalmente, compartilhar nossas lutas e nos unir em causas comuns.
“As declarações políticas ratificadas por mais de 152 delegados não são simbólicas; são atos de resistência coletiva. A FMJD é um espaço para aprender, relembrar e organizar, onde não apenas falamos, mas construímos poder.”
Sobre a importância de participar da FMJD, um representante da União da Juventude Democrática Síria, uma organização que foi relegada à clandestinidade pelo novo regime islâmico na Síria, disse: “É importante participarmos para que os jovens da Síria entendam que não estão sozinhos e para que possamos refletir a luta que estão enfrentando para a federação, que é composta por jovens líderes e políticos em seus respectivos países que podem se solidarizar conosco.”
A FMJD personifica a solidariedade diante do imperialismo. Organizações com diferentes análises e linhas são capazes de se unir em torno de objetivos comuns de anti-imperialismo e internacionalismo.
Eduardo Matos, delegado da União da Juventude Comunista (UJC) do Brasil, sobre a importância da união por objetivos comuns, observa: “A FMJD é uma importante ferramenta de mobilização para que os jovens tenham um fórum internacional de debate e ação sobre questões globalmente relevantes e sobre aquelas que os afetam especificamente. Um espaço criado por jovens, para que jovens de todos os cantos do mundo decidam e trabalhem juntos pelo mundo que queremos.”
A assembleia geral é um trampolim, uma oportunidade para aproveitar o que foi aprendido, cultivar as conexões construídas e lutar juntos por um futuro de paz, dignidade e libertação.
Em seu discurso aos delegados, a Dra. Netumbo Nandi-Ndaitwah, a primeira mulher presidente da Namíbia, declarou com orgulho: “Somos um testemunho vivo de que, quando se luta por uma causa justa, não se tem nada a perder.”