Por: UJC Bahia
No último período, as entidades gerais, Diretórios Centrais de Estudantes e a União dos Estudantes do Brasil, que deveriam dar conta de mobilizar, organizar e representar o movimento estudantil baiano nas suas principais lutas no estado, não tem assumido essa tarefa. Isso acontece porque tais entidades estavam – e boa parte destas ainda permanece – completamente aparelhadas por forças do campo democrático e popular, que apassivaram o movimento estudantil e aceitaram as migalhas que o governo do estado cedia às universidades estaduais, fortalecendo seu projeto conciliador e fechando os olhos para os ataques dos governos do PT contra a educação pública na Bahia.
Mesmo com todas as dificuldades de mobilização, o movimento estudantil não ficou parado ou sem construir lutas importantes no estado. As greves construídas nos últimos 8 anos abriram espaço para que os estudantes das quatro UEBAs presentes nos grandes atos unitários iniciassem uma articulação mais ampla no ME baiano, para suprir a lacuna deixada pelas entidades gerais. Dessa forma, em 2011 surgiu o Fórum de Estudantes das Universidades Estaduais da Bahia, denunciando os desmandos do governo contra a educação pública, se legitimando na base do movimento.
O fórum funcionou como um importante espaço democrático para articulação e formação das (os) estudantes das UEBAs. Além de discutir as especificidades de cada universidade, conjuntura, financiamento, cultura e opressões, as (os) estudantes encaminhavam proposições para se pensar um calendário estadual de lutas, que eram debatidas em plenária final do fórum. Dessa articulação foi construída a pauta de 1% da Receita Líquida de Imposto – RLI para assistência e permanência, até hoje presente nas lutas estaduais.
Com o acirramento da conjuntura e as dificuldades de articulação do ME, o fórum está desativado, tendo o último encontro acontecido em 2015. No entanto, por conta dos constantes ataques que as estaduais vem sofrendo: a aprovação de forma truculenta de um programa de permanência que não contempla as (os) estudantes, retirada de direitos históricos conquistados por nossa classe e a ofensiva contra as liberdades democráticas, torna-se cada vez mais necessário pautar a rearticulação do fórum.