Estado policial e a repressão na UFPE
Nota política da União da Juventude Comunista (UJC-Brasil) sobre o Estado policial e a repressão na UFPE.
Nosso país passa por um momento político de avanço do conservadorismo no campo econômico, político, cultural e institucional. Um dos reflexos desse fenômeno é a tentativa de desmonte total dos direitos sociais e trabalhistas com a contrarreforma da previdência e a PEC 241 (a “PEC da desigualdade”), a MP do ensino médio e o intensificação da perseguição e criminalização dos movimentos sociais e partidos políticos de esquerda – sendo a Lei antiterrorismo, aprovada ainda no Governo Dilma, a principal instrumento jurídico dessa repressão e criminalização.
A UFPE não se mostra diferente da conjuntura nacional. O reitor Anísio Brasileiro (filiado ao PT) promove um verdadeiro Estado policial na UFPE, quase uma versão miniatura do Governo Temer, promovendo cortes brutais na assistência estudantil (sete mil bolsas cortadas no primeiro semestre de 2016), apoiando iniciativas privatizantes na universidade, colocando a PM no campus, usando a guarda universitária como sua guarda pessoal anti-movimento estudantil, instalando torres de vigilância pelo campus que captam áudio e vídeo dos estudantes e promovendo uma perseguição brutal a técnicos e estudantes.
Anísio havia prometido ser contra a privatização do Hospital das Clínicas via EBERSH (empresa brasileira de serviços hospitalares), mas quando foi eleito, “esqueceu” suas promessas de campanha e “empurrou” a EBSERH goela abaixo da comunidade acadêmica mesmo com a contrariedade do conjunto dos estudantes, técnicos administrativos e parte significativa dos professores.
Anísio chama um conselho universitário de forma ilegal, “aprova” a EBSERH sem votação, os estudantes em resposta ocupam a reitoria cobrando uma democracia real dentro da UFPE e em defesa do Hospital das clínicas e da autonomia universitária. A resposta da reitoria foi mandar a Polícia Militar e a Policia Federal massacrar os estudantes – massacre que não aconteceu graças à intervenção de alguns poucos professores democráticos e de luta – e esse ano (a ocupação aconteceu em 2014) iniciar uma série de processos administrativos contra estudantes e técnicos, visando, em última instância, expulsá-los da UFPE, e processos também na polícia Federal – afinal, para a reitoria da UFPE, não basta “apenas” expulsar da universidade, é preciso prender também.
O processo na polícia federal se destaca por seu caráter fascista. Praticamente todos os processados são do campo da esquerda socialista – militantes do PCB, PSTU, PSOL e PCR. O que deixa claro o evidente caráter reacionário e de perseguição do processo.
A coordenação nacional da União da Juventude Comunista vem a público denunciar o Estado policial na UFPE, solidarizar-se com os perseguidos e reafirmar o compromisso de sua militância no estado de Pernambuco e na UFPE de denunciar e lutar incansavelmente contra essa criminalização dos segmentos em luta na UFPE.
Abaixo toda criminalização!
Pelo fim dos processos contra estudantes e técnicos!
Fora EBSERH!