No último dia 28/04/2020 Maria Carol*, diretora de Relações Internacionais da União Nacional dos Estudantes (UNE) entrevistou o camarada Edmilson Costa, Secretário Geral do PCB, para o programa Aula no Sofá, transmitido ao vivo pelo canal da entidade no instagram, que teve como tema A Vida Acima do lucro: Quem Paga pela Crise?
*Maria Carol é estudante de Geografia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Diretora de Relações Internacionais da UNE e integrante da Coordenação Nacional da União da Juventude Comunista (UJC-Brasil).
Maria Carol: Boa tarde, galera! Eu sou Maria Carol, diretora de Relações Internacionais da União Nacional dos Estudantes e estamos começando mais uma aula no sofá, a iniciativa de lives aqui no canal da UNE. Nosso tema de hoje é “A vida acima do lucro: quem paga pela crise?”, e vamos contar com a ilustre presença de um grande parceiro.Edmilson Costa é economista, professor, Secretário Geral do PCB e integrante do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas. E vamos lá para nossa primeira pergunta: considerando que é característica das elites no capital não abrirem mão de suas taxas de lucro e usarem toda a estrutura do Estado como forma de garantir sua rentabilidade, como podemos observar esse movimento durante a pandemia? Como podemos ver o impacto desse movimento na vida dos trabalhadores?
Edmilson Costa: É importante nós dizermos que nos últimos 30 anos ocorreu uma ofensiva muito forte das classes dominantes contra os salários os direitos aposentadorias e garantias dos trabalhadores mediante a política neoliberal, essa política na verdade representou uma espécie de vingança internacional da classe capitalista, por que ao longo desse período eles quebraram a rede de proteção social particularmente nos países da Europa e também buscaram quebrar a pouca rede de proteção social que nós tiramos aqui nos países da Periferia. Eles avançaram contra os direitos e garantias dos trabalhadores contra as aposentadorias também contra o fundo público e tudo isso de que o mercado era muito mais eficiente do que a intervenção do estado na economia de que era fundamental a retirada do estado dos assuntos econômicos que era importante para o desenvolvimento da economia as privatizações das empresas públicas e dos serviços públicos e foi esse discurso que justificou toda essa ofensiva dramática contra os trabalhadores e com a crise sanitária esse discurso ficou completamente desmoralizado porque nós vimos que com a crise em uma hora para outra apareceu dinheiro para se fazer as políticas de emergência. Portanto o que existiu anteriormente não era nada de austeridade, não era nada de no sentido de buscar austeridade o que ocorria anteriormente era uma forma que o neoliberalismo encontrou para transferir os recursos da área pública para área privada e para reduzir os trabalhadores dentre os direitos dos trabalhadores de forma que as classes dominantes pudessem ficar mais ricas, portanto o último discurso neoliberal ele se provou que era uma mentira e buscava só aumentar o lucro dos banqueiros e dos grandes capitalistas no entanto mesmo com a crise sanitária e com a recessão que o nosso país está vivendo as classes dominantes continuam privilegiadas no que se refere a manutenção das duas taxas de lucro e também no que se refere a busca dos recursos públicos para seus próprios interesses. É só nós olharmos do ponto de vista do que ocorreu nos últimos meses aqui no Brasil enquanto o governo conseguiu muito rapidamente transferir trilhões para salvar os bancos e os grandes capitalistas, para que todos tivessem crédito e pudessem se safar os seus créditos podres. Para os trabalhadores está sendo exatamente essa esse drama e também para os pequenos empresários e pequenos empresários estão também encontrando em enormes dificuldades tanto do ponto de vista burocrático quanto do ponto de vista de um conjunto de elementos que torna muito difícil os pequenos proprietários terem crédito. E no que se referem aos trabalhadores aí então é muito mais dramática a situação, porque no início o governo queria fazer uma renda básica de apenas 200 reais, foi a pressão dos movimentos sociais e dos partidos de oposição de força o governo a fazer a provar a renda básica de 600 reais. No entanto o que nós estamos vivendo neste momento é um boicote e um atraso do governo no sentido de pagar essa renda para os trabalhadores, são pelo menos 30 milhões de trabalhadores que não conseguiram ainda se inscrever na Caixa Econômica e todo dia nós podemos notar as chamadas “fila da fome” na porta da porta dos bancos, por que o governo está buscando dificultar a entrega desse recurso para os trabalhadores. Isso não é uma coisa gratuita e não é uma coisa aleatória o que o governo na verdade está buscando fazer é levar essas pessoas ao desespero, e levar ao desespero de forma que eles possam pescar em águas turvas com relação a sua política autoritária. Uma coisa muito importante para a gente ver nessa questão é de que o governo tem todas as condições de cadastrar todas as pessoas que precisam, mas ele não cadastra porque simplesmente está querendo forçar uma situação de desespero e portanto nós temos que exigir com muita firmeza que o governo cadastre todas as pessoas e pague imediatamente essa renda básica para que as pessoas possam permanecer em casa e fazer o distanciamento social.
MC: Obrigada, Edmilson.. Sabemos que hoje o Brasil vive hoje uma realidade de amplo desemprego, atingindo mais intensamente a juventude, em que essa taxa chega a 40% em alguns estados, segundo o Pnad. Isso coloca muitos jovens em uma posição de não-escolha, encontrando na informalidade alternativas para a sua sobrevivência, apesar da falta de regularização, segurança e garantias. A pandemia parece colocar esses jovens em situação mais críticas: ou perdendo essas alternativas de renda, ou sendo obrigados a trabalharem em condições que não garantam sua segurança frente ao riscos da covid-19. Como você analisa essa realidade de amplo desemprego crescente nos últimos anos? Qual o impacto disso na realidade da juventude brasileira?
EC: Bom… o quadro nessa área é bastante dramático porque quando chegou a crise a economia já estava em desaceleração, o PIB foi de apenas um pouco mais de 1% e tinha já tinha um estoque de 12 milhões de desempregados e cerca de 38 milhões de pessoas na informalidade, além dos vários milhões que estão na miséria absoluta. E no que se refere à juventude esse é um quadro ainda mais dramático, porque pelos cálculos que nós temos cerca de 30% dos jovens estão desempregados. Então é um quadro muito dramático e como nós podemos avaliar esse quadro com certeza vai se agravar ainda mais e vai se agravar ainda mais, pois os cálculos mostram que a economia brasileira pode ter uma caída de 8% do PIB, e pode ser que seja até mais dependendo da maneira como o governo vai administrar essa questão do isolamento social. Nessa conjuntura a tendência é de aumento do desemprego, não só entre as pessoas que estavam trabalhando e que agora vão perder os empregos em função da quarentena e da redução da atividade econômica, como também vai aumentar o desemprego para a juventude por que é de todas as esse contingente é o continente mais frágil, porque não tem ainda a experiência que os outros trabalhadores. Então nós vamos ter realmente o quadro ainda mais dramático do desemprego e nós vamos ter ainda também um aumento da miséria absoluta no país, o que vai com certeza piorar as condições de vida de milhões de milhões de pessoas que moram nas periferias e nas favelas e como todos sabem são essas pessoas as mais fragilizadas, porque residem em habitações precárias e áreas geralmente com muitas pessoas por cômodo, e que portanto se torna uma população muito mais vulnerável a essa pandemia e por isso que se torna ainda mais irresponsável e criminosa a ação do presidente em desrespeitar as normas da Organização Mundial da Saúde, dos médicos e dos cientistas se manifestando contra o distanciamento, favorável a abertura do comércio e para as ruas fazer demagogia com a população. Na verdade esse governo tem um comportamento muito semelhante dos nazistas da década de 30, e eles não tão nem aí para a vida da população e particularmente da população mais pobre, e agem no sentido de que não interessa para ele saber quantos idosos vão morrer, quantas pessoas deficientes vão morrer e quantos pobres em geral vou morrer, porque para esse presidente e seu governo essas pessoas são descartáveis e só dão despesa para o governo. Portanto não é à toa que ele fica fazendo alusão a juventude e aos atletas, porque ele na verdade quer fazer uma espécie de Darwinismo Social.
MC: Ao mesmo tempo em que vamos as condições de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiros pioraram vertiginosamente, o governo trabalha para aprovar a Carteira Verde e Amarela. Como podemos analisar esse projeto? Ele impactará nas condições de vida da juventude?
Ao contrário do que o governo diz a carteira verde-amarela significa também um ataque brutal contra os trabalhadores e especialmente contra a juventude. É na verdade uma nova reforma tributária, uma “reforma trabalhista tipo 2” que ela ela foi aprovada na Câmara, mas ela emperrou no Senado, e agora está esperando uma nova Medida Provisória do governo para ver qual é a possibilidade de ter que passar o que que pode passar e ela é isso ocorreu em função da pressão das centrais sindicais em função da pressão dos partidos de oposição dos movimentos sociais na verdade. A carteira verde-amarela surge sob o pretexto de facilitar o emprego para os jovens de 15 aos 29 anos, mas na verdade ela reduz direitos dos trabalhadores, precariza o trabalho da juventude, desonera encargos dos patrões em relação ao FGTS e ao INSS. E e o pior: ela não vai aumentar o emprego, pelo contrário as empresas vão trocar os trabalhadores que estão atualmente empregados com carteira assinada por trabalhadores precarizados e com menores salários, além de reduzir a fiscalização dos sindicatos e das ações de segurança no trabalho. Na verdade a carteira verde-amarela é um cartão vermelho para os trabalhadores,especialmente para os jovens, é uma espécie de bolsa patrão em plena pandemia!
MC: Em meio a toda instabilidade do governo Bolsonaro-Mourão, é inegável que existe uma agenda sendo defendida e construída para proteger o empresariado, mesmo que às custas da saúde e da vida dos trabalhadores. Qual deveria a resposta do governo? Qual o programa que fariA sentido em defesa dos jovens, dos desempregados, dos trabalhadores e trabalhadoras, das camadas populares no Brasil?
EC: É verdade.. tem que haver um programa de emprego, um programa de construção de obras públicas. Precisa ter um programa com a capacidade de reconstruir o Brasil nesse momento. Nós estamos numa situação de emergência, mas é importante atentar que precisamos enfrentar o governo de duas maneira, com duas táticas. A primeira tática deve ser no sentido de buscar desgastar esse governo e fazer toda a propaganda possível nas redes sociais, buscando a formação da Juventude e dos trabalhadores neste momento que nós não podemos ir para as ruas. E nós temos que ter um programa de estratégico para o pós pandemia, que vá buscar reconstruir o país e que rompa definitivamente com esta política neoliberal e construa uma nova economia baseada nos interesses dos dos trabalhadores. Essa crise está sendo muito importante para demonstrar que os serviços públicos são muito mais importantes do que o que o serviços privados. Ela também demonstrou que a coisa pública é mais importante para a população do que o privado, portanto no programa pós pandemia para sair da crise é fundamental realizar um controle público da área financeira, da saúde, da educação, realizar investimentos profundos na área do saneamento básico. É fundamental que a gente também resolver a questão da dívida pública, pois hoje toda a política econômica e gira em torno dela, portanto nós temos que reestruturar essa dívida no sentido de fazer com que os capitalistas e aqueles que ganharam rios de dinheiro até agora com essa política neoliberal de fazer tudo no sentido de Privilégio privilegiar os cientistas que esse pessoal tá se agora a pagar pela pela crise. Nesse sentido é fundamental uma reestruturação da dívida pública de forma a que a gente possa encaminhar o Brasil no sentido em que a economia esteja refém dos cientistas e dos banqueiros e no sentido de que a gente possa construir uma economia no interesse dos trabalhadores que possa realizar grandes obras de habitação ou seja nos temos déficit de habitação de mais de 8 milhões de pessoas portanto é fundamental que também é um novo programa de governo os que resolver o déficit para educação e também buscar uma nova ordem democrática para os trabalhadores de forma que os trabalhadores possam ter condições de ter uma vida digna de ter um salário digno de ter capacidade de não viver à míngua como nós estamos vivendo. Eu acho que são pontos fundamentais de um programa que seria importante discutir pra um pós pandemias seja um programa estratégico para que nós ao mesmo tempo disputar com a direita, que tem uma direita clássica aí que tá querendo passar a impressão é que ela tá salvando os trabalhadores diante das maluquices do Bolsonaro. Esta direita também é cúmplice de toda política neoliberal, da reforma trabalhista, da reforma da Previdência e de todos os ataques contra direitos e garantias. Ela é responsável por toda essa miséria e a grave situação em que vive a sociedade brasileira! E ao mesmo tempo esse programa estratégico deve demarcar tranquilamente o nosso campo com a conciliação de classe. A política de conciliação de classes já teve o seu tempo na história e fracassou, portanto nós temos agora que abriu espaço para um novo programa que é buscar encaminhar o Brasil no sentido do Poder popular, e no sentido de construção de uma nova economia baseada nos interesses dos trabalhadores e da população.
MC: Diante da conjuntura de crise acentuada pela pandemia e a manutenção da agenda neoliberal pelo Estado, ignorando as necessidades da classe trabalhadora e menosprezando o colapso dos diversos setores essenciais a vida que já é experimentado em várias cidades do Brasil, qual tem sido o papel dos movimentos sociais e organizações de esquerda no enfrentamento a COVID-19 e a política de terra arrasada do governo Bolsonaro-Mourão?
EC: Nós estamos vivendo um momento difícil tanto para os partidos políticos quanto para os movimentos sociais e movimentos populares primeiro nós é em respeito da quarentena não temos condições de participar de manifestações e não vamos fazer como responsavelmente está fazendo o presidente é chamado as carreatas da morte para contaminar as pessoas que ampliar o quadro dramático de pandemia portanto neste momento que as nossas ações elas estão restritas a propaganda nas redes sociais EA solidariedade solidariedade é muito importante nesse momento a esquerda e as forças progressistas darem o seu vínculo com a população pobre e com os trabalhadores e seus vínculos com as per preferia os seus vínculos com o conjunto da população de sofre o ataque dessa política neoliberal Ou seja é importante que se estimule as cadeias de solidariedade que estão surgindo nos bairros das periferias nas favelas por que isso representa um processo educativo de auto auto organização dos trabalhadores e ao mesmo tempo enquanto a gente vai fazendo essas ações de solidariedade é importante também e discutindo com as pessoas e mostrando que o discurso neoliberal era uma mentira que essa coisa que é austeridade de corte de gastos públicos de corte de verbas sociais tudo isso era para encher o bolso dos banqueiros dessa forma nós temos que também demonstrar que a coisa pública ela é muito mais importante para a população do que as coisas privadas você já Central nesse momento o nosso discurso e mostrar que só a auto-organização dos trabalhadores é capaz de produzir mudanças econômicas sociais e políticas em nosso país portanto nós temos que travar uma luta com agora com agitação propaganda formação e organização popular e uma luta para um depois que é exatamente de a esquerda e os movimentos sociais e movimentos populares consigam construir um projeto estratégico para fazer essa disputa que eu falei no bloco anterior é importante que a gente também preste muito atenção de que as crises tão dolorosas as crises trazem um conjunto de problemas para a população mas as crises também representam janelas de oportunidades para os trabalhadores nas crises aquelas coisas que pareciam impossíveis ontem elas podem se tornar possíveis hoje por hoje e é por isso que eu acho que nós não temos que estar neste momento desesperado não tenho que estar nesse momento pessimista nós temos é que buscar nos organizar os números formados para que o momento que sai da pandemia a gente tenha uma autoridade política autoridade política grande junto à população de forma a organizar um grande movimento que coloca os trabalhadores em movimento para derrotar esse governo essa política de terra arrasada
MC: Entendendo a urgência de uma política que realmente valorize as vidas dos trabalhadores e seja capaz de conter o avanço da pandemia, e a incapacidade das políticas do Governo Federal, o Fórum Sindical, Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas lançou um programa com medidas emergenciais, baseadas nas demandas concretas da sociedade brasileira, nas orientações dos órgão de saúde e em experiências de países que têm obtido sucesso no combate a COVID-19. Poderia comentar um pouco sobre esse programa e suas diretrizes?
EC: O fórum ele é uma organização que envolve um conjunto de partidos políticos organizações sociais organizações sindicais organização do movimento popular e da Juventude que busca construir é a luta do sentido classista e que busca também ao mesmo tempo reunir em torno do fórum todos aqueles que Estão dispostos a construir uma nova perspectiva para o Brasil do ponto de vista da nossa classe do proletariado e nesse sentido o fórum já tem um ano de de organização e recentemente nós realizamos seminário com a presença de 21 estados de todo Brasil foi muito importante para gente aprofundar a nossa a nossa análise da realidade brasileira aprofundado a nossa compreensão da necessidade de construção de uma nova ferramenta para os trabalhadores para juventude porque nós nós temos certeza de que as velhas ferramentas elas estão elas não estão não estão dando conta mais da da das questões da luta de classe nosso país as velhas ferramentas fracassaram diante do enfrentamento da luta de classe nosso país e que neste momento é fundamental se construir novas ferramentas para buscar um novo instrumento que possa dar uma uma galvanizada na luta de classe de forma a que os trabalhadores novamente recuperem o seu papel na luta social de forma que os trabalhadores ganhe autoridade política na luta social e nesse sentido nós também discutimos um conjunto de medidas emergenciais para a crise são 15 medidas eu vou fazer aqui só algumas principais mas são 15 medidas todos podem ter conhecimento dessas medidas no portal no portal do fórum mas são medidas que envolvem por exemplo direito dos trabalhadores proibição das demissões suspensão das contas de Luz água telefone internet congelamento dos preços dos alimentos e dos Remédios de primeira necessidade de recursos para o SUS distribuição gratuita de água em gel produtos de limpeza e higienização espaços públicos equipamentos de proteção para os profissionais da saúde que estão exatamente nesse momento na Linha de Frente contra a a pandemia é a realização de testagem sem massa para que se possa de certa forma ter uma noção de como a epidemia está contaminando a população e que se possa tomar medidas no sentido de se precaver precaver a população Nós também reivindicamos uma renda mínima para todos os trabalhadores informais de um salário mínimo e também uma proibição de redução salarial que eles estão eles buscaram aprovar e que o Supremo Tribunal Federal agora aceitou esses acordos individuais para o acordo para rebaixar os salários dos trabalhadores é ampliação dos recursos públicos para saúde para educação para ciência para a universidade nós vimos agora o papel do SUS o papel da saúde pública Sem ele nós estamos numa situação muito pior do que tá a Itália esse momentos nós vimos que é fundamental os recursos para universidade agora mesmo aqui em São Paulo nas universidades e construiu um respiradouro 15 vezes mais barato do que o que se compra no mercado e tudo isso é fruto da universidade pública da pesquisa que as Universidades têm feito no Brasil nós também achamos fundamental que haja financiamento para as pequenas e médias empresas neste momento o que são as pequenas e médias empresas que vão que tem o maior número de empregos e que foram copiadas de maneira mais forte pela crise Nós também achamos que é fundamental A retomada dos investimentos públicos para atendimento à população a população mediante grandes investimentos e obras públicas para aumentar aumentar o emprego EA renda na construção civil na área da saúde na área do saneamento básico nós achamos também que é fundamental que as aulas continuam suspensas para evitar o processo de contaminação ainda maior achamos também favoráveis a revogação da emenda constitucional do teto de gastos da emenda constitucional da reforma da Previdência da reforma trabalhista e também da retirada das propostas que desvincula o orçamento das verbas da saúde e da educação e na verdade em seu programa emergencial de busca se transformar no instrumento em defesa da vida e a vida acima dos outros ou seja são 15 medidas mas eu falei mais ou menos o que o que era o mais geral e essas medidas elas são fundamentais para esse momento de emergência em que nós estamos vivendo.
MC: A instabilidade do governo, notáveis nas saídas de Mandetta e Moro, e as constantes desavenças entre Bolsonaro e os governos dos estados, inclusive os da direita tradicional, expressam diferentes projetos dentro do empresariado? É possível falar de disputas internas às elites e relacioná-las com esse cenário?
EC: Antes de tudo é fundamental fundamental que a gente compreenda que as classes dominantes brasileiras no seu conjunto elas estão Unidas no Ataque aos direitos e garantias salários dos trabalhadores Esse é um ponto que une todos eles mas essa é as classes dominantes também tem diferenças sobre a condução de pautas do governo ou seja de interesses diferentes da Condução do governo e particularmente no que se refere à a pandemia se nós olharmos nesse momento nós podemos constatar que o governo bolsonaro ele está com elevado nível de isolamento ou seja resultado das estripulias que o presidente tem feito o resultado da sua permanente provocação é contra as instituições resultado resultado do seu permanente autoritarismo ele testa constantemente é até onde ele pode ir e depois cinicamente ele recua é a sua tática Então tudo isso tem levado aqui uma parte dos setores dominantes não estejam de acordo com a condução dessa pauta da pandemia não é porque ele já perdeu o apoio da maioria dos governadores perdeu apoio na câmara federal perdeu o apoio no senado e agora em diante do desespero ele está trocando cargos concentram é negociando com o que há de mais podre entre os setores partidários como Roberto Jefferson Valdemar da Costa Neto então todo esse discurso de que ele não vai para ganhar com ninguém que ele quer a nova política Isso é apenas uma uma uma maneira de lhe buscar enganar a população mostrar que não tá fazendo negociações mas no fundo está fazendo a negociação com os caras mais corruptos que tem que tem no senado Porque ele está com medo de que as estripulias todas que ele fez posso levar o impeachment Ou posso levar até mesmo a cassação da chapa e no desespero ele realmente está tomando um conjunto de atitudes que o isola ainda mais primeiro ele demitiu o mandetta como todos nós sabemos o mandetta não era nenhum defensor do SUS é do SUS 100% gratuito não era nenhum defensor de pautas populares Mas como ele estava atendendo as orientações da Organização Mundial da Saúde que prega o distanciamento social que prega o fechamento da da do Comércio daquelas daquelas áreas em que a contaminação está muito grande então é isso fez com que se chocasse com as orientações do bolsonaro E além disso também ele estava bastante enciumado Por que o mandetta estava se tornando o ministro muito popular e dessa forma ele resolveu demitir o mandetta da mesma forma ele também é diante de um conjunto de conjunto de Investigações que estão sendo feitas feitas contra ele e contra a sua família ele também é resolveu demitiu o ministro da Justiça do Sérgio moro conservado essa medida última é uma medida de pânico e desespero porque se nós olharmos tem uma CPI das fake News o Supremo Tribunal Federal está investigando o bolsonaro investigando bolsonaro investigando também é quem são os patrocinadores das carreatas da Morte Quem são os patrocinadores e financiadores das fake News Quem são os financiadores dessas dessas manifestações e também no Rio de Janeiro se está avançando na das investigações sobre as ligações do bolsonaro com as milícias e dos crimes é cometido pelo seu filho O Chamado 01 Então essas investigações estão chegando próximo da família e que ele necessitava o que que tivesse no comando da polícia federal e no Ministério da Justiça pessoas de confiança da sua família ele jogou pesado e forçou o Moro a se demitir Moro se demitiu não porque ele não tenha alinhamento com o conjunto das teses que são defendidas por tudo que há de mais é podre nas classes dominantes não podemos esquecer que o Moro ele foi o cara que grampeou presidente da república que grampeou empresários que grampeou deputados ele foi o cara que prevaricou diante da de um conjunto de denúncias que eram feitas ele foi o cara muito importante para evitar que o Lula fosse preso e que não participasse da eleição e acima de tudo ele também foi um cara que é importante para construir todo o terreno que resultou na eleição do bolsonaro e como prêmio de compensação ele ganhou o Ministério da Justiça só que como ele também era muito popular e que não tava e que viu que o governo estava em situação difícil e nem resolveu é Como os ratos nos navios pular fora do barco e ele pulou fora do barco Mas ele tem uma diferença muito grande em relação o mandetta ele era o ministro Popular mas ele não tinha base social e em relação ao Sergio Moro o Popular que tinha e tem uma enorme base social é só nós olharmos é um tanto de gente que se desvinculou da campanha moro nesses últimos das últimas últimas 48 horas até mesmo aquele grupo de empresários Brasil 200 muitos deles é criticaram a saída do moro Então o que nós podemos imaginar é de que é a saída do Moro ela vai retirar uma parte expressiva dessa base bolsonarista que era moralista que achava que o Moro era a pessoa que representava a vestal da moralidade no governo e que foi demitido exatamente Por que o presidente queria colocar no Ministério da Justiça e colocar na Polícia Federal pessoas que tivessem contém alinhamento com tudo aquilo que a sua família E os seus filhos estão fazendo não é à toa que eu Moro denunciou que ele tava querendo saber de relatórios Diários do que estava sendo feita etc. uma coisa inteiramente é maluca e qualquer regime democrático de forma que nós estamos diante de uma situação é muito grave e que nesse momento é fundamental que haja uma unidade de todas as forças que querem barrar essa política de terra arrasada ou seja nós temos que construir e esperar o pós pandemia que nós possamos construir um grande movimento de massas para derrotar essa política de terra arrasada e para derrotar esse governo e reconstruir o Brasil no sentido do Poder popular.
MC: Estamos finalizando mais uma live e eu agradeço a todo mundo que acompanhou e interagiu com a gente. E pra fechar quero pedir pro Ed mandar uma saudação para todos os estudantes que estão nos assistindo!
EC: Galera é o seguinte é nós estamos diante de um momento é muito grave muito difícil da vida política do nosso país mas como sempre a juventude está sempre na luta para resolver problemas graves e difíceis e portanto eu que comecei a minha luta é no movimento secundarista eu fico muito feliz em estar nesse momento dessa Live da União Nacional de estudante porque em plena ditadura eu lutei muito como estudante tanto secundaristas como universitário eu lutei muito contra a ditadura e vejo que hoje a pouca liberdade que nós temos que é fruto também nessa luta que nós tivemos Eu tenho uma enorme confiança na juventude porque a juventude esteve presente em todas as grandes lutas da história do Brasil a juventude esteve presente nas lutas abolicionista nas lutas pela proclamação da república nas lutas da Revolução de 1930 na luta pela reforma de Base a juventude nas lutas lutas reconstrução da une contra a ditadura portanto tenho uma profunda confiança na Juventude porque eu tenho certeza que só a rebeldia tem capacidade de construir o futuro o futuro mais fraterno o futuro mais justo a sociedade da Felicidade da abundância que a sociedade que nós queremos a sociedade socialista.