Em memória de Aaron Bushnell, contra o genocídio do povo palestino!
É com pesar e solidariedade que expressamos nossos sentimentos em relação à trágica morte de Aaron Bushnell, um jovem estadunidense e membro da Força Aérea dos EUA, que se sacrificou em um ato extremo de protesto em frente à embaixada de Israel em Washington, DC, no último domingo, 25 de fevereiro. Bushnell, ciente da gravidade dos horrores cometidos em Gaza pelas forças sionistas, escolheu a autoimolação como forma de protesto contra a cumplicidade do governo de seu próprio país com o genocídio do povo palestino. Ele dedicou a própria vida para denunciar as atrocidades em Gaza, onde mais de 30 mil vidas palestinas, metade delas crianças, foram assassinadas, e cerca de 2 milhões de pessoas foram deslocadas devido aos constantes bombardeios israelenses.
A morte trágica de Bushnell é um lembrete chocante do desespero sentido por muitos diante do genocídio e da limpeza étnica em curso na Palestina aos olhos do mundo. Apesar disso, o governo dos Estados Unidos continua a armar Israel de maneira ininterrupta, fornecendo apoio financeiro e diplomático aos seus crimes de guerra. Enquanto Bushnell se sacrificava, os Estados Unidos vetavam resoluções da ONU por um cessar-fogo e suspendiam o financiamento à UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo), punindo coletivamente os palestinos por recorrerem à Corte Internacional de Justiça contra o genocídio e os crimes de lesa-humanidade cometidos por Israel.
Na atualidade, assim como em momentos passados, a autoimolação como forma de protesto tem sido um catalisador de grandes mobilizações. Neste contexto, é relevante relembrar a origem de um período recente da História conhecido como a Primavera Árabe, que resultou na queda de regimes longevos, no retorno de grupos políticos poderosos ao poder e, em alguns casos, no fortalecimento do status quo. O estopim disso tudo ocorreu em dezembro de 2010, quando Mohamed Bouazizi, um vendedor de frutas tunisiano, vítima da violência estatal e sem perspectivas em meio a uma crise econômico-social em seu país, imolou-se em frente à sede do governo local. Esse acontecimento, em conjunto com o vazamento de documentos confidenciais pelo WikiLeaks e Julian Assange, desencadeou uma série de protestos que abalaram todo o Oriente Médio e o mundo árabe.
Portanto, é imperativo que a memória de Aaron Bushnell se torne não apenas um grito, mas um chamado à ação urgente contra o avanço do sionismo e em solidariedade ao povo palestino. Dessa forma, é fundamental fortalecer as ações dos Comitês de Solidariedade à Palestina em todo o Brasil, construindo ações unitárias em defesa do fim do genocídio e da libertação da Palestina. Entendemos que o governo brasileiro deve se mostrar coerente na prática com suas críticas ao Estado sionista e realizar ações concretas nesse sentido, como a ruptura diplomática e o término de todos os acordos entre Brasil e Israel. Essa medida, assim como outras que reforcem o boicote internacional ao Estado de Israel e seu governo, serão essenciais para aumentar a pressão internacional e contribuir efetivamente para o fim dessa carnificina em Gaza.
Aaron Bushnell, presente!
Pelo fim do massacre da população palestina!
Palestina Livre, do Rio ao Mar!
União da Juventude Comunista
29 de fevereiro de 2024
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