Home Movimento Indígena Defender os povos indígenas é defender a Terra: por uma aliança entre a juventude e as lutas originárias
Defender os povos indígenas é defender a Terra: por uma aliança entre a juventude e as lutas originárias

Defender os povos indígenas é defender a Terra: por uma aliança entre a juventude e as lutas originárias

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“Quando a última árvore cair, vamos lembrar que não se come dinheiro” – Provérbio Indígena

Em abril, mais uma vez, os povos originários ocuparam Brasília no Acampamento Terra Livre (ATL 2025), reafirmando que a luta pela terra é a luta pela vida. A União da Juventude Comunista (UJC) somou-se a essa mobilização histórica, denunciando os ataques do capital aos territórios indígenas e exigindo defesa incondicional desses espaços, de suas culturas e dos modos de vida que resistem ao genocídio secular promovido por latifundiários, mineradoras, agronegócio e governos cúmplices.

O avanço do agronegócio e da mineração sobre os territórios indígenas — impulsionado pela política de conciliação de classes do governo Lula-Alckmin — deixa claro: não há neutralidade possível. Ou se está ao lado da terra e da vida, ou do capital e da destruição. A tese do Marco Temporal, defendida por setores reacionários do Congresso e legitimada pela inércia do Executivo, é parte de um projeto colonial que busca eliminar qualquer obstáculo à expansão das fronteiras agrícolas, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. Enquanto o campo se militariza, lideranças indígenas seguem perseguidas e assassinadas, e os territórios são devorados pela sede insaciável de lucro.

Neste ATL, os povos indígenas ergueram bandeiras que também são nossas: demarcação já, fim do Marco Temporal, proteção às lideranças ameaçadas, expulsão do garimpo e do agronegócio de seus territórios, e a construção de um projeto de sociedade em harmonia com a natureza, oposto à lógica predatória do capital. Essa luta não é apenas por território: é por outro modelo de sociedade, onde a vida coletiva, enraizada nos saberes ancestrais e no respeito aos ciclos da Terra, substitui a destruição capitalista.

A UJC compreende que a luta dos povos originários é estratégica para a Revolução Brasileira. Seu protagonismo no enfrentamento ao latifúndio, ao imperialismo e à destruição ambiental é central para a construção de um Poder Popular enraizado nos territórios, capaz de unir a classe trabalhadora urbana e rural. A unidade entre indígenas, camponeses, quilombolas, estudantes, trabalhadores e juventude é o único caminho para enterrar o projeto de morte que assola o país.

Reafirmamos nosso compromisso: a luta indígena é parte inseparável da luta geral da classe trabalhadora. Estaremos nas marchas, nos acampamentos, nas aldeias e nas ocupações, pois defender os povos originários é defender a terra — e defender a terra é garantir o futuro de nosso povo.

Não nos enganemos: “quando a última árvore for cortada, o último peixe capturado, o último rio envenenado, só então perceberemos que não se pode comer dinheiro”. A lógica do capital é a lógica da morte. Contra ela, erguemos a bandeira da vida. Seguiremos ao lado dos povos originários até que todos os territórios estejam livres e o povo organizado para transformar o mundo.

Pelo fim do Marco Temporal! Demarcação já!
Fora garimpo, fora agronegócio, fora latifúndio!
Viva a luta dos povos originários!
Pelo Poder Popular e pelo Socialismo!

Coordenação Nacional da UJC
25 de maio de 2025