Contra a privatização do Metrô de Recife
Há anos o Metrô do Recife vem sofrendo ameaças de privatização, agora intensificadas pelo governo eleitoreiro de Raquel Lyra (PSD). Nossa tarefa, enquanto comunistas, é lutar incansavelmente para que esse serviço público, hoje sob responsabilidade da CBTU, não seja entregue ao capital privado.
Atualmente, em 2025, a passagem custa em torno de R$ 4,40. Se a privatização for concretizada, em 2026 o valor deverá ultrapassar os R$ 6,25, tornando o transporte mais caro e inacessível para milhares de trabalhadores e estudantes. Para uma pessoa que recebe menos de um salário-mínimo, essa diferença representa uma barreira enorme no direito de se locomover, estudar e trabalhar.
O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT), quando esteve em Pernambuco em 2022, prometeu que o metrô não seria privatizado. Hoje, no entanto, se prepara para retornar ao estado em setembro de 2025 anunciando um “investimento” de R$ 3 bilhões, supostamente para a requalificação do sistema. Mas será que esse dinheiro será realmente aplicado para resolver os problemas do metrô? A experiência mostra que não. Boa parte desses recursos será desviada pelo PSD de Raquel Lyra, partido envolvido em inúmeros escândalos de corrupção — apenas em 2020, foram mais de dez casos registrados.
A história recente nos dá exemplos claros: a CELPE foi privatizada e o serviço melhorou? Pelo contrário. Somente no Recife, a energia cai em média 10 vezes por ano, e os bairros ficam de 10 a 15 horas anuais sem luz. Essa é a “eficiência” da privatização: preços altos e serviços de má qualidade.
Não por acaso, o SINDMETRO-PE já realizou greves contra a privatização, inclusive durante visitas do próprio presidente Lula.
Por que somos contra a privatização do metrô?
- Aumento de tarifas: experiências em outros estados comprovam que concessões privadas resultam em bilhetes mais caros.
- Precarização do trabalho: as promessas de manutenção de empregos não passam de retórica, pois privatizações costumam vir acompanhadas de cortes e terceirizações.
- Lucro acima do serviço: empresas privadas priorizam retorno financeiro, e não a qualidade ou acessibilidade do transporte.
- Sucateamento proposital: há indícios de que o metrô foi deliberadamente abandonado para justificar sua entrega ao setor privado.
- Traição ao compromisso público: o governo federal se elegeu prometendo enfrentar a agenda neoliberal, mas hoje atua em sentido contrário.
O que fazer?
Você pode se somar a essa luta utilizando as hashtags #MetrôPúblicoJá e #NãoÀPrivatização. Também pode apoiar diretamente o SINDMETRO-PE e os movimentos locais que defendem o transporte público.
Sabemos que o projeto de privatização deverá sair do papel em 2026, com uma nova gestão assumindo em 2027. Se isso ocorrer, o trabalhador terá de gastar mais de R$ 193,75 por mês em um transporte que, inevitavelmente, será precarizado e mal administrado.
O transporte é um direito do povo, não um negócio para enriquecer empresários. O metrô deve ser público, acessível e de qualidade.
Cabe a nós, comunistas, organizarmos a resistência e impedir que a população do Recife seja mais uma vez explorada pelo capital.
Abaixo a privatização!
Viva o comunismo!
Ousar Lutar, Ousar Vencer!
Por Guilherme de Oliveira, militante da UJC em Pernambuco
Foto: ANP Trilhos