Comunicado sobre Curuguaty: Justiça, Terra e Liberdade
No dia 23 de novembro de 2012, com a outorga de prisão domiciliar de 4 dos 12 presos políticos do caso Curuguaty, demos um passo fundamental para a libertação definitiva de todos os processados pelo massacre de Marina Cue, que deixou 17 mortos e mais de 70 feridos no dia 15 de Junho.
Lúcia Aguero, Luis Olmedo, Alcides Ramírez e Juan Carlos Tillería, que já faziam greve de fome há 59 dias, agora passam por um delicado processo de recuperação. As mobilizações constantes, as vigílias em frente a Fiscalía Geral do Estado, em Coronel Oviedo, Curuguaty e Itauguá, somadas à pressão internacional, foram os elementos que permitiram essa primeira vitória na luta por liberdade e esclarecimento definitivo do massacre de Curuguaty.
A resistência ao golpe de Estado, organizado desde o massacre de Curuguaty, deu um passo fundamental: romper o medo. A brutal repressão desatada na madrugada do dia 22 de novembro contra os manifestantes que faziam vigília em frente a sede da fiscalía, foi uma prova da claro caráter autoritário do governo de fato.
A luta ampla e unitária desenvolvida pelo esclarecimento do caso Curuguaty deve persistir. São 54 os injustamente imputados, 12 os presos, e toda uma população criminalizada e amendrontada diariamente pelas autoridades nacionais, por um processo judicial criminal viciado de nulidade e encabeçado pelo fiscal Jalil Rachid.
A nulidade do processo judicial, a reabertura da causa e a investigação do massacre e seu vínculo com o golpe de Estado efetuado no dia 22 de Junho, assim como a recuperação por parte do Estado das terras públicas usurpadas pelo Grupo Riquelme, são reivindicações solidariamente levantadas em articulação com o caso Curuguaty.
Colocamos à disposição da cidadania, o link de informações preliminares independente sobre o massacre elaborado pela Plataforma de Estudios e Investigacíon de Conflictos Campesinos (PEICC), informações que foram subestimadas pela Fiscalía:
https://www.dropbox.com/sh/z8ho8vx8bx00eeu/DMINHCmxGi/Informe%20Curuguaty%20PEICC.pdf
Seguimos em pé de luta pela liberdade definitiva de todos os presos políticos, o julgamento e castigo dos verdadeiros responsáveis pelo massacre e a recuperação das terras públicas de Marina Cue.
Liberdade para os presos: Lucía Agüero, Luis Olmedo Paredes, Alcides Ramírez, Juan Carlos Tillería, Dolores López, Fani Olmedo, Nery Urbina, Arnaldo Quintana, Felipe Balmori, Adalberto Castro, Nestor Castro y Rubén Villalba.
Justiça para os falecidos: Luciano Ortega, Ricardo Frutos, Avelino Espínola, Adolfo Castro, Arnaldo Ruíz Díaz, Fermín Paredes, Luis Paredes, Delfín Duarte, Francisco Ayala, Andrés Riveros, De los santos Agüero, Erven Lovera, Osvaldo Sánchez, Juan Gabriel Godoy, Wilson David Cantero, Jorge Rojas Ferreira, Ramón Benítez Sosa.
Assunção, 24 de novembro de 2012.
Comitê Central
Juventude Comunista Paraguaia