Por ocasião do 5º Encontro Nacional de Grêmios, nós da União da Juventude Comunista (UJC) e do Movimento por uma Escola Popular (MEP) apresentamos uma leitura crítica da conjuntura: do avanço da extrema-direita e das ofensivas imperialistas no mundo aos ataques à educação no Brasil, que atravessam o cotidiano das escolas e a vida dos estudantes. Defendemos a revogação do Novo Ensino Médio, a autonomia dos grêmios e a destinação de 10% do PIB para a educação como medidas imediatas para fortalecer a organização estudantil. Tudo isso se orienta por um horizonte estratégico maior: a construção de uma Escola Popular, democrática e a serviço da classe trabalhadora.
Educação
A Universidade de Córdoba, na Argentina, era uma das mais conservadoras do território americano após as independências. Num cenário de autoritarismo e conservadorismo, os estudantes concluíram que não era mais possível continuar numa instituição antidemocrática e alheia à ciência. O movimento estudantil que se seguiu ficaria conhecido como a Reforma da Universidade de Córdoba, uma experiência que deixou seu programa e legado para a Universidade Popular.
Os estudantes em EaD se tornaram maioria dos matriculados nos cursos de graduação em 2024, além do claro incentivo do governo federal aos grandes grupos educacionais, o avanço do ensino à distância é reflexo da precarização das condições de trabalho da juventude que enfrenta a escala 6x1 nos setores em que mais são empregados além da precarização do sistema de transporte público.
Os dados divulgados pelo Inep no Censo Escolar servem para traçar um breve perfil sobre a Educação Básica no Brasil, discutindo a distribuição e concentração das matrículas nas diversas redes, modalidades e níveis. Isso, somado a uma breve imagem da situação estrutural e da democracia nas escolas baseia a crítica do contexto atual com olhos na sua superação.
A crise educacional no Rio Grande do Sul não é um fenômeno isolado, mas parte de um processo nacional que vem se aprofundando desde meados da década de 2010. Um marco importante nesse processo foi o ano de 2015, quando o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) limitou o número de vagas disponíveis para novos contratos e dificultou a permanência de estudantes já matriculados em instituições privadas de ensino superior. Estima-se que aproximadamente 20 mil jovens gaúchos foram diretamente afetados por essa restrição, sendo obrigados a interromper ou abandonar seus cursos. Esse movimento não apenas reduziu o acesso ao ensino superior, mas também ampliou as desigualdades sociais já históricas no estado.
Como transformar a universidade? A luta deve ir além das pautas "corporativas": é preciso questionar a quem ela serve e disputar seu caráter na luta de classes.
A Portaria nº 506 do MEC, publicada em 10 de julho de 2025 pelo ministro Camilo Santana para regulamentar o Decreto nº 12.456 de Lula (maio/2025), consolida uma política educacional que concilia com os tubarões do ensino, aprofunda a precarização do trabalho docente e institucionaliza uma visão neoliberal da educação – travestida de suposto "progresso". Longe de avançar rumo a uma Educação Popular, o novo marco do EaD reforça a mercantilização do saber, transformando universidades em linhas de montagem de diplomas e professores em operadores de plataformas digitais.
A União da Juventude Comunista (UJC) e o Movimento por uma Universidade Popular (MUP) apresentam suas teses ao 60º Congresso da UNE (CONUNE) sob o lema “UNE Volante por uma Universidade Popular”, resgatando uma das tradições mais combativas do movimento estudantil: as caravanas que, nos anos 1960, percorreram o Brasil discutindo Reforma Universitária e fortalecendo […]
Nas últimas semanas, o governo federal, por meio do Decreto nº 12.448/2025, impôs mais um corte orçamentário às Instituições Federais de Ensino (IFE), limitando o uso mensal dos recursos a apenas 60% do previsto no começo do ano. A medida, disfarçada como “restrição”, na prática reduz drasticamente a capacidade de financiamento das universidades, agravando a […]