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Camarada Zuleide presente, hoje e sempre!
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Camarada Zuleide presente, hoje e sempre!

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Neste dia 29, a histórica camarada e militante Zuleide nos deixou em corpo para se eternizar como exemplo de luta. Tendo ingressado nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro exatamente no dia 25 de março (dia de sua fundação em 1922) de 1965, porém começou sua atuação militante logo após o golpe da ditadura empresarial-militar lutando pela liberação de seu primo Jurandir Bóia, tesoureiro da União Nacional dos Estudantes (UNE), que fora preso e torturado pelos ditadores.

Diante do desaparecimento do rapaz e do desespero da família, que estava em Maceió, Zuleide, movida pela determinação, procurou o Ministério da Guerra. Lá, conseguiu ser recebida por um coronel, que lhe concedeu permissão para visitar o primo, detido no DOPS. E foi a partir dessa atuação no caso do seu primo Jurandir, liberto em 1964, que Zuleide passou a se aproximar do PCB.

A camarada completou mais de sessenta anos de vida dedicados à construção de um novo mundo, e foi fundamental em inúmeras ações históricas que mantiveram vivo tanto o Partido, quanto a própria ideia do comunismo no Brasil, e a vida de diversos militantes. Seja os que perseguidos pela ditadura, que ficaram abrigados em sua residência; seja os que não foram perseguidos ou mortos por conta da ação da camarada em dar fim a documentos da UNE por pedido de seu primo na época em que estava preso.

Contribuindo decisivamente para a redação do jornal “A Voz Operária”, Zuleide também garantiu o traslado dos arquivos de Astrojildo Pereira, procurados pelos órgãos de repressão da Ditadura, para a Itália, possibilitando sua preservação enquanto acervo hoje à disposição dos pesquisadores brasileiros no CEDEM da Unesp.

Zuleide foi também exemplo de internacionalismo, nunca deixando de refletir sobre a condição particular do Brasil no sistema imperialista. Foi presidente do Condepaz, do Comitê de Solidariedade aos Povos Latino-Americanos e co-fundadora da Associação Cultural José Martí, de que é presidente honorária.

Além disso, a camarada manteve a firmeza ideológica e a disposição necessária para enfrentar com rigor o liquidacionismo, tendo então presidido o PCB de 1994 a 2008. No princípio dos anos 90, Zuleide fez de sua casa um verdadeiro quartel-general em defesa do PCB, garantindo a reorganização do Partido e sua existência na luta com seus 103 anos.

Gostaríamos de citar o poema “Os que lutam”, de Bertolt Brecht:

“Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis”

E a camarada Zuleide Faria de Melo, foi e é uma das imprescindíveis na luta pelo mundo novo. Mãe e professora, a camarada Zuleide nos ensina sobretudo através do exemplo militante de uma vida.

Sua luta e seu legado vive em nós!

Aos nossos mortos, nenhum segundo de silêncio, mas toda uma vida de lutas!

Camarada Zuleide presente. Hoje e sempre!

União da Juventude Comunista (UJC)
29 de maio de 2025