
Fim da escala 6X1: a juventude precisa de tempo para viver!
A redução da jornada para 30 h semanais sem redução salarial é uma urgência histórica para o futuro da nossa classe
Desde a década de 1990, retrocessos estruturais – como o afrouxamento das leis trabalhistas, a privatização de estatais e o desmonte da previdência – avançam de forma contínua, consolidando um cenário de precarização da vida. Nesse contexto, torna-se evidente o impacto devastador do neoliberalismo sobre a classe trabalhadora, especialmente sua parcela jovem.
Hoje, o trabalhador brasileiro enfrenta uma jornada exaustiva de 44 horas semanais (ou mais), sem incluir o tempo de deslocamento – que, nas grandes metrópoles, chega a consumir em média 3 horas diárias. Essa dinâmica não apenas aprofunda a exploração, mas também rouba do trabalhador a possibilidade de dedicar-se a atividades fundamentais: estudar, descansar, usufruir de momentos de lazer, organizar-se politicamente ou até mesmo cuidar da saúde, frequentemente deteriorada pelo estresse laboral. Assim, a dominação burguesa revela sua face mais cruel e perversa ao minar não só a qualidade de vida, mas também a capacidade de contestação da classe trabalhadora a esse regime exploratório.
Diante dessa realidade, o movimento “Vida Além do Trabalho” (VAT) emerge como uma bandeira urgente, colocando na ordem do dia o fim da escala 6×1 e a redução da jornada para 30 horas semanais sem cortes salariais – reivindicações que transcendem o aspecto econômico, pois carregam também um sentido político-pedagógico. Isso porque, quando a classe trabalhadora reconhece quem a explora e compreende a força da organização coletiva, sua luta naturalmente se volta contra a opressão burguesa e a lógica predatória do capitalismo.
Para a juventude, as consequências são ainda mais severas, uma vez que esse regime de exploração também compromete sua formação crítica e intelectual – realidade agravada pelo “Novo Ensino Médio” e pelo desinvestimento na educação pública. Somam-se a isso a instabilidade dos empregos, os salários aviltantes e a rotatividade elevada, fatores que corroem qualquer perspectiva de futuro. Não por acaso, o desemprego juvenil atinge patamares alarmantes, alimentando o medo constante de demissão e substituição imediata.
Portanto, a luta pela redução da jornada de trabalho não é apenas histórica, mas sim uma necessidade imediata. Embora o tema esteja em tramitação no Congresso Nacional, é fundamental que ultrapasse os limites institucionais e ganhe as ruas, mobilizando sindicatos, universidades, locais de trabalho e comunidades. Isso porque a Democracia Burguesa, por suas próprias contradições, tende a criar obstáculos burocráticos e políticos para frear avanços populares. Só com pressão massiva e organização coletiva será possível transformar essa pauta em uma conquista concreta.
PELO FIM DA ESCALA 6×1!
PELAS 30 HORAS SEMANAIS SEM DIMINUIÇÃO DE SALÁRIO!
UNE Volante por uma Universidade Popular
Neste 60º CONUNE, é hora de construirmos uma nova entidade, com independência política, democracia real e um horizonte claro: a Universidade Popular
Julho marca a realização do 60º Congresso da UNE (CONUNE), principal espaço deliberativo do movimento estudantil brasileiro, onde delegados de todo o país definem os rumos da entidade.
No passado, a UNE encarnou tradições combativas como a campanha “O Petróleo é Nosso!” e a resistência à ditadura militar. Contudo, após décadas sob a direção de forças conciliatórias, a entidade burocratizou-se, afastando-se das bases estudantis. Durante os governos petistas, transformou-se em “correia de transmissão” do MEC, omitindo-se diante da mercantilização da educação e escanteando pautas fundamentais como permanência estudantil, qualidade do ensino e expansão de vagas públicas. Esse distanciamento pavimentou o caminho para avanços conservadores no setor educacional. No atual governo Lula, a entidade mantém práticas antidemocráticas, privilegiando acordos de cúpula e a maquiagem institucional em vez de mobilizações concretas, enquanto o governo repete políticas neoliberais que aprofundam a precarização da classe trabalhadora.
Diante desse cenário, a UJC reafirma a urgência de reconstruir uma UNE com independência política, vinculando-a às lutas da classe trabalhadora e a um projeto de Universidade Popular, que se apoia nos seguintes pilares:
- Ensino público, gratuito e de qualidade, garantindo permanência estudantil plena e acesso universal com o fim do vestibular;
- Ciência e tecnologia vinculadas às demandas populares, em diálogo com comunidades e movimentos sociais;
- Democratização radical das instituições, com autonomia universitária, participação popular e currículos críticos;
- Ruptura com a lógica de mercado, combatendo a privatização e a precarização do ensino para consolidar uma educação verdadeiramente transformadora e à serviço do povo.
Para alcançar esse horizonte, é essencial reconstruir o movimento de base: fortalecer CAs, DAs, DCEs e UEEs, promover formação política e priorizar assembleias, ocupações e mobilizações de rua — não negociações em gabinetes. Direitos não se conquistam nas urnas burguesas, mas na organização popular. A UNE precisa estar na linha de frente das lutas contra o arrocho salarial, a escala 6×1 e a exploração, tornando-se novamente uma trincheira luta, vinculada a um projeto anticapitalista.
Por isso, nosso mote retoma a ideia da histórica “UNE Volante”, caravana dos anos 60 que percorreu o Brasil dialogando com estudantes, integrando cultura e política para fortalecer a mobilização. Revitalizar esse espírito é urgente: uma UNE que vá às universidades, escute as ruas e una educação e transformação social. E só uma Universidade Popular, radicalmente democrática e voltada às necessidades do povo, garantirá educação como direito, não mercadoria.
UNE Volante por uma Universidade Popular!
Dia da Vitória: 80 anos da derrota do nazifascismo
Em tempos de crise e neofascismo, relembrar o papel dos comunistas é fundamental
Em 9 de maio de 1945, a URSS anunciava a vitória sobre o nazifascismo, marcada pelo cerco de Berlim e o colapso do III Reich. Essa conquista, fruto do sacrifício de mais de 20 milhões de soviéticos, consolidou-se após anos de resistência heroica, como em Stalingrado, e da ofensiva final do Exército Vermelho.
Oito décadas depois, tentativas de apagar o papel decisivo da União Soviética persistem: Hollywood mitifica o “Dia D”, relegando Stalingrado ao esquecimento, enquanto falsas equivalências entre comunismo e nazismo (“teoria da ferradura”) buscam deslegitimar a luta anticapitalista. O revisionismo histórico, porém, esbarra em fatos irrefutáveis: as potências capitalistas ocidentais, que depois combateram Hitler, inicialmente apostaram no nazismo como ferramenta para destruir a URSS. Coube aos comunistas, porém, liderar o golpe mortal ao III Reich, expondo a contradição entre o discurso “antifascista” do Ocidente e seu apoio tácito ao projeto nazista em seus primórdios.
A ascensão fascista não foi um “acidente moral”, mas produto das contradições do capitalismo imperialista em crise. Para preservar seus privilégios, a burguesia recorreu à violência extrema — lógica que se repete hoje, sob novas roupagens: guerras por procuração (como na Ucrânia), genocídios (como em Gaza) e criminalização de movimentos anti-imperialistas. A crise estrutural do capital, o avanço da militarização e o esgotamento da social-democracia alimentam o terreno para o fascismo contemporâneo, exigindo respostas radicais.
Celebrar o 9 de Maio, portanto, não se resume a honrar os que tombaram sob a foice e o martelo. É reconhecer que o sistema que gerou o nazismo ainda ameaça a humanidade. A Ucrânia, por exemplo, tornou-se palco de disputas geopolíticas que reabilitam colaboradores do nazismo e apagam o legado soviético — prova da urgência em fortalecer organizações classistas e construir um futuro socialista. Pois só a luta organizada, anticapitalista e anti-imperialista poderá combater o mal pela raiz.
Viva o legado histórico do Exército Vermelho!
Pelo Poder Popular rumo ao Socialismo!