As Eleições do DCE/UnB 2016 e a posição da União da Juventude Comunista – UJC
Para nós comunistas o Diretório Central dos Estudantes (DCE) é um instrumento político de extrema importância na luta e organização dos estudantes. Ele é parte constitutiva da organização do Movimento Estudantil universitário e cumpre papel fundamental no enfrentamento do avanço da onda conservadora e da construção de uma universidade popular. A leitura da UJC é que neste momento o processo de ocupações e greves estudantis que se instalou na UnB merece maior peso e importância política, já que explodiu exatamente no mesmo período das eleições de DCE, com isso a UJC não participará das eleições de DCE neste ano de 2016. Entendemos que o foco da organização e da luta do Movimento Estudantil da UNB são as ocupações, estas que estão cumprindo com o papel fundamental de resistência aos ataques do Governo golpista e ilegítimo de Michel Temer e de suas medidas anti-povo.
Cabe ressaltar que a revelia das mais de 15 ocupações e das diversas greves estudantis de curso as eleições de DCE seguem com seu calendário normal, contrariando o interesse e vontade das bases dos cursos e expressada na II assembleia geral das ocupações. A UJC indica que é um erro para o desenvolvimento da luta estudantil a permanência deste calendário que não leva em conta o atual cenário de ocupações.
Dito isso a UJC expressa sua repulsa ao grupo politico, que por intermédio da despolitização, se instalou no DCE da UnB a quase meia década. A Aliança pela Liberdade é o braço estudantil dos setores conservadores e dominantes de nossa sociedade. Mascara sua vertente de direita e conservadora num discurso de neutralidade e “apartidário”, retirando dos espaços políticos seu caráter de luta e se caracterizando como meros gestores. Além de despolitizante, fragmenta a luta e tenta esvaziar do debate as contradições de classe presentes dentro da Universidade, fazendo um jogo oportunista de colocar estudantes contra outros estudantes. O momento exige a unidade da juventude brasileira contra os ataques do Governo Temer, e a atual gestão do DCE encabeçada pela Aliança pela Liberdade blinda e apoia as medidas do governo perante aos estudantes. Fora dos espaços institucionais a Aliança pela Liberdade cumpre o papel tanto de criminalizar o movimento estudantil como também de organizar grupos descaradamente de direita e até mesmo fascistas, como vem sendo feito em sua campanha contrárias as legítimas ocupações: “respeita minha aula”. Por isso em todos os espaços de luta a UJC entende que o principal inimigo a ser combatido politicamente é a direita e suas bandeiras de privatização e terceirização.
Por outro lado, se organizou uma tentativa de ampla aliança política em torno da esquerda que passou a ser denominado de “unidade”, na esperança de derrotar a direita.
Antes de tudo a UJC esclarece que nunca negou a possibilidade de alianças mais amplas, porém sempre apontou que a derrubada da direita não se faz de forma numérica e sim com consistência política, projeto de Universidade e trabalho de base.
A materialização desta tentativa de “unidade” hoje se expressa na chapa “todas as vozes”.
A posição da UJC é que tal chapa privilegia a amplitude das alianças politicas e subestima o conteúdo ideológico, e por conseguinte, sua posição no campo da esquerda. O que podemos observar não é uma unidade, e sim um conglomerado de forças políticas ( inclusive o PSB partido que aplica a politica neoliberal de Rollemberg) em torno do projeto de educação desenvolvido nos 12 anos dos governos petistas e hoje encabeçado pela UJS.
Não há uma mínima autocrítica do que resultou as políticas privatizantes, os recursos para os tubarões da educação, a lei antiterrorismo, e o sucateamento da educação pública. Mais do que a união, para vencer a direita e seu projeto de educação neoliberal, é preciso outro projeto, um projeto que avance na correlação de forças para a classe trabalhadora dentro da educação, que contemple as necessidades de nosso povo e que resista as tentativas de privatização e sucateamento da educação!
Mesmo compartilhando de táticas diferentes enxergamos que dentro desta chapa existem grupos com perspectivas de lutar por um novo projeto de universidade e que a prática já demonstrou sua potencialidade de compromisso com as bases e a luta por outro projeto de educação. Também entendendo o grave cenário que a educação se encontra, o crescimento da hegemonia neoliberal, e o perigo que a Aliança pela Liberdade representa neste cenário, depositamos nossa confiança nos grupos minoritários da chapa, e indicamos o voto crítico na CHAPA 2 – Todas as Vozes entendendo que este setor progressista radicalize e paute uma política de luta e participação democrática do corpo estudantil e que derrote as forças conservadores da Aliança pela Liberdade.
A União da Juventude Comunista seguirá na luta, colocando toda força nos processos de ocupações, no encaminhamento imediato da Greve Geral Estudantil, como forma de resistência aos ataques do capital e como trincheira de formulação real de um projeto de universidade: UMA UNIVERSIDADE POPULAR!
Ousar Lutar, Ousar Vencer!
União da Juventude Comunista – Núcleo UnB