Ano Novo, Politicas Velhas: Mais um Aumento da Tarifa de ônibus em Florianópolis-SC
Depois da assinatura do contrato com o Consórcio Fênix, uma coisa é certa a cada começo de ano: a tarifa terá mais um aumento. Seremos nós, trabalhadores e estudantes, que teremos que tirar ainda mais de nosso bolso para se deslocar dentro da cidade, enquanto as taxas de lucro das empresas de ônibus não param de crescer. Com o aumento da inflação e do desemprego, aliado aos cortes nos investimentos em áreas sociais, aprovados através da PEC 55 do governo ilegítimo de Michel Temer, esse aumento na tarifa vai pesar ainda mais. Mesmo com tantos aumentos, o salário mínimo foi reajustado abaixo da inflação, sendo insuficiente para uma família se manter.
Em Florianópolis e região metropolitana a família trabalhadora sofre com um transporte extremamente caro, que compromete boa parte do orçamento mensal, quando consideramos que não apenas os pais fazem uso deste transporte, mas também seus filhos, até mesmo crianças, que não tem acesso a um transporte escolar gratuito e de qualidade (lembramos que este tipo de programa já é executado em vários estados do Brasil).
Apesar de já ter um alto preço, a passagem passará para R$ 3,90 em dinheiro e R$ 3,71 no cartão se tornando uma das mais caras entre as capitais do país. Mesmo pagando quase 4 reais, os usuários do transporte se deparam com um péssimo serviço, tendo horários escassos em certas rotas, rotas mal projetadas, poucos ônibus em horários de pico e assim superlotados, além da lentidão diária do trânsito. Como resultado de todos esses elementos, vivenciamos o desconforto dentro dos ônibus, os comuns abusos sexuais de mulheres e crianças, além da demora de duas horas ou mais para chegarmos a nossos destinos.
Não podemos ter ilusões, o compromisso do prefeito Cesar Souza Júnior (e também do novo prefeito, Gean) não é com os trabalhadores e a maioria da população que tem como única alternativa de transporte o ônibus. Seu comprometimento está com o milionário Consórcio Fênix e com as grandes revendedoras de automóveis. A prefeitura tem como objetivo a manutenção dos elevados lucros desses monopólios, em troca do financiamento para as futuras eleições.
As cidades brasileiras sobrevivem à custa do intenso uso dos automóveis, o que causa consequências como engarrafamentos diários que geram os grandes impactos econômicos, o custo com recapagem de rodovias, fiscais de trânsito, e os impactos na saúde da população que é atingida pelos problemas respiratórios, acidentes de trânsito.
Devemos lutar pelo passe livre, pois com um transporte coletivo de qualidade e gratuito, teríamos a redução do uso dos carros individuais, acabando com o estrangulamento das vias, e por consequência resolvendo os problemas citados anteriormente. A tarifa gratuita transferirá o gasto que o estado tem com a Seguridade Social para acidentados e com a incessante necessidade de manutenção da malha viária para os custos com as frotas de ônibus e com planejamento viário.
A juventude tem seu futuro ameaçado e sabe que a alternativa para contra-atacar essas propostas dos governos será nas ruas. Vimos o caso dos secundaristas e dos estudantes de universidade, que ao todo ocuparam mais de mil instituições de ensino em todo o país, se manifestando e reivindicando suas pautas. Esses estudantes continuarão na rua contra o aumento da tarifa, contra a reforma do ensino médio e contra reforma da previdência e trabalhista.
Não aceitaremos mais um aumento!
Tarifa zero! Estatização! Controle dos transportes nas mãos da população!
União da Juventude Comunista, Florianópolis, 04 de Janeiro de 2017.