23 anos do assassinato do líder indígena Galdino Jesus dos Santos
23 anos do assassinato do líder indígena Galdino Jesus dos Santos
Há exatos 23 anos, acontecia em Brasília-DF, um crime bárbaro que expõe o racismo e genocídio estrutural contra o povo indígena no Brasil. Na madrugada de 20 de abril de 1997, cinco jovens de classe média, Antônio Novely Vilanova, Max Rogério Alves, Tomás Oliveira de Almeida, Eron Chaves Oliveira e Gutemberg Nader Almeida Junior atearam fogo no cacique do povo Pataxó, Galdino Jesus dos Santos, que dormia em um ponto de ônibus em Brasília. O indígena, então com 44 anos, teve 95% do corpo queimado e morreu dois dias após o atentado.
Galdino havia chegado na capital ainda no Dia do Índio (19/04), juntamente com outros oito indígenas do seu povo, vindos do sul da Bahia, lutavam pela demarcação das terras Pataxó. Após um longo dia de protestos e reuniões com representantes da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o cacique acabou se perdendo no caminho de volta à pensão em que estava hospedado. Quando conseguiu chegar ao local, foi impedido de entrar, sob alegação de que o horário de acesso ao local já tinha sido extrapolado. O indígena, então, voltou ao ponto de ônibus que viu pelo caminho e decidiu esperar o dia amanhecer ali.
Por volta das 5h do domingo, os cinco jovens cruzaram o seu caminho e tiveram a cruel ideia de atear fogo ao corpo inerte, por “diversão”. Então compraram álcool e fósforos, encharcaram seu corpo de álcool, acenderam o fósforo e lançaram sobre o corpo adormecido. Entraram no carro e deram a partida enquanto Galdino se levantava desesperado, gritando de dor.
Para se defenderem os jovens afirmaram pensar ser um mendigo naquele ponto de ônibus , como se isso tornasse a atitude justificável.
Seguimos cerrando fileiras nas lutas junto aos Povos Indígenas.
Demarcação de terras Já!
Pelo Poder Popular e pelo Socialismo!