1 mês sem Ana Caroline
Há um mês, no dia 10 de dezembro de 2023, Ana Caroline, de apenas 21 anos, lésbica e preta, foi encontrada morta na cidade de Maranhãozinho (MA) com os olhos, a pele do rosto, orelhas e couro cabeludo arrancados.
Um mês sem respostas. Esse lesbocídio segue sendo ignorado pela mídia hegemônica e pelo Estado, tornando-se ainda mais necessário que estejamos juntes e apoiando o Levante Nacional contra o Lesbocídio, que está sendo construído por diversos movimentos e coletivos lésbicos e LGBTQI+ em todo o Brasil, exigindo respostas e celeridade na solução dos crimes.
É extremamente doloroso como essa morte brutal vem sendo ignorada pelas autoridades, assim como pelos grandes veículos de comunicação. A morte de Ana Caroline não os comove, não os horroriza. Isso é inadmissível!
Ano após ano o Brasil bate recordes nos índices de violência contra mulheres, LGBTs e corpos trans e travestis. É inaceitável o discurso de que essas violências digam respeito à “pauta dos costumes”, como se fosse algo individual, de responsabilidades individuais. É urgente a construção de um plano de combate à LGBTfobia e à violência de gênero no país.
Vale ressaltar também que casos como o de Ana Caroline são computados nos registros oficiais como homicídio ou feminicídio, não sendo possível mensurar a quantidade exata de casos de lesbocídio nos estados, nem no país. Isso mostra a necessidade premente de implementação de um censo nacional que leve em consideração identidade de gênero e orientação sexual.
No dossiê “Lesbocídio – a história que ninguém conta”, apesar da dificuldade relatada para chegar a muitos desses dados, é apresentado a escalada de aumento do número de lesbocídios a cada ano que passa. Se existe um padrão de comportamento violento contra nossas vidas e nossos corpos, daremos então uma resposta coletiva a essa política que nos mata!
NEM PRESAS, NEM MORTAS!
ANA CAROLINE, PRESENTE!
PELO FIM DO LESBOCÍDIO E FEMINICÍDIO!
União da Juventude Comunista
10 de janeiro de 2024