Home Movimentos sociais Nota Política da UJC Jaraguá do Sul – Solidariedade aos que lutam! Contra a perseguição a manifestantes em Jaraguá do Sul!
Nota Política da UJC Jaraguá do Sul – Solidariedade aos que lutam! Contra a perseguição a manifestantes em Jaraguá do Sul!

Nota Política da UJC Jaraguá do Sul – Solidariedade aos que lutam! Contra a perseguição a manifestantes em Jaraguá do Sul!

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No último dia 3 de julho, dia de mobilizações nacionais pelo Fora Bolsonaro e Mourão, ativistas e militantes de Jaraguá do Sul realizaram um ato simbólico no parque Via Verde, no qual foram colocadas algumas cruzes de madeira com palavras de ordem, como uma forma de lembrar as mais de 520 mil vítimas da pandemia e responsabilizar o governo genocida de Jair Bolsonaro por seus crimes. No mesmo dia, o ato começou a tomar repercussão nas redes bolsonaristas da cidade por conta da incitação de ódio de um comunicador local. Não tardou para que fascistas invadissem os perfis das redes sociais de dois ativistas envolvidos, com mensagens de ódio e claras ameaças. No domingo, um perfil falso chegou a publicar um vídeo em que se identifica como responsável pela retirada das cruzes do parque, e ameaça os manifestantes com uma arma de fogo. Em Jaraguá do Sul, esse tipo de ameaça e intimidação são recorrentes. Grupos de extrema-direita da cidade, organizados e capilarizados pelas mídias digitais, promovem ataques e perseguições a tudo que expresse divergência de suas posições fascistas. Nesse mesmo ano, em episódio recente, buscaram intimidar, criminalizar e perseguir militantes da UJC por terem feito colagem de lambes pela cidade. Não por acaso, vários destes casos são promovidos através das redes sociais do comunicador digital William Fritzke, ex-repórter da OCP. A manifestação mais recente foi compartilhada por ele, seguida de posicionamentos incitando o ódio dos seguidores. No seu histórico, Fritzke aparece sempre associado a posições reacionárias, fascistas e misóginas, numa nítida associação com o bolsonarismo.Essas atitudes, porém, longe de serem “isoladas”, revelam um mal-estar típico do contexto que presenciamos. Vivemos um período de acirramento das lutas de classes no nosso país, com os atos populares de rua crescendo e acuando o governo genocida de Bolsonaro e dos militares, com a CPI da pandemia revelando novos crimes do governo dia após dia, e com a crise econômica e social tomando proporções dramáticas. Para a população em geral, Bolsonaro aparece desmoralizado, acuado como um criminoso e corrupto, mesmo que continue sendo apoiado pela burguesia brasileira, pelos militares, pelos latifundiários e pelo capital internacional. Aos grupelhos fascistas que continuam a apoiá-lo, resta a radicalização verborrágica com crescentes tentativas de intimidação dos opositores.Mas eles não vencerão. Quando o fascismo começa a perder o medo de se mostrar, é tarefa histórica da classe trabalhadora organizada e orientada pela ciência revolucionária do proletariado travar a luta contra os interesses fascistas e daqueles que os alimentam: a burguesia nacional e internacional. É preciso manter a ofensiva que temos construído com nossos atos nacionais, e não abandonar as ruas, espaço primordial de resistência e de luta!Contra os ataques fascistas, impõe-se a solidariedade militante e a resistência popular organizada! A União da Juventude Comunista, juventude do Partido Comunista Brasileiro, manifesta toda a solidariedade aos manifestantes ameaçados. Não calarão aqueles que ousam lutar! Também reafirmamos o compromisso dos comunistas com a luta em Jaraguá do Sul, na construção de um calendário unificado de mobilizações, rumo a uma Greve Geral na cidade e no país.

NOTA ORIGINAL, PUBLICADA PELA FRENTE:Os partidos e organizações de esquerda de Jaraguá do Sul vêm através deste documento repudiar os últimos ataques, promovidos através de um comunicador, contra militantes e simpatizantes que tomaram parte de manifestações contrárias a atual gestão do governo federal na nossa cidade.Após o ato simbólico em memória das mais de 500 mil mortes em nosso país pela COVID-19, realizado no último sábado (03/07), no qual foram colocadas cruzes em pontos públicos da nossa cidade, o influenciador William Fritzke divulgou em suas redes sociais, para milhares de seguidores, imagens e vídeos onde ataca os manifestantes e expõe alguns dos participantes do ato, incitando a perseguição contra aqueles identificados.Depois dessa incitação, as redes sociais dos manifestantes identificados passaram a receber dezenas de comentários e mensagens com xingamentos e ameaças. Dentre as ameaças, um vídeo divulgado no Twitter, por uma conta falsa, mostra um homem segurando uma arma de fogo em frente às cruzes recolhidas. O autor afirma ter recolhido as placas e exige que se deixe a Via Verde (o parque público onde a ação foi realizada) sem “manifestações políticas”.Mas as ameaças e perseguições não pararam por aí. Na manhã desta segunda-feira (05/07), o mesmo comunicador citado anteriormente, juntamente do deputado estadual Jessé Lopes (PSL), foram à rádio Studio FM de Jaraguá do Sul para desmoralizar os atos e os manifestantes mais uma vez, aumentando o alcance e a intensidade das perseguições que já vinham acontecendo desde o dia anterior. Os atos que vêm sendo realizados na cidade desde o dia 29 de Maio deste ano aconteceram, todos, de forma pacífica. A manifestação simbólica deste último sábado também seguiu nessa linha, respeitando nosso direito de livre manifestação. As intimidações e perseguições não são novidade em nossa cidade, e por isso muitos e muitas têm medo de expressar suas posições políticas. Lembramos do episódio ocorrido em 2019 em que se atacou a jornalista Miriam Leitão, convidada para a Feira do Livro de Jaraguá do Sul, e também ataques mais recentes contra uma militante do PSOL da cidade, cujos ataques envolveram sua filha, uma criança com deficiência. Não por acaso, William Fritzke esteve envolvido em todos esses casos. E também não por acaso, todos eles têm em comum que são ataques dirigidos à mulheres. Além da intimidação política, a misoginia é elemento recorrente das perseguições na cidade.As posições políticas levantadas pelo movimento manifestante, cuja liderança se organiza na “Frente Fora Bolsonaro” de Jaraguá do Sul, são conhecidas publicamente; levamos nossas palavras de ordem, nossas bandeiras, faixas e cartazes e para a rua para todos e todas verem. A discordância com essas posições faz parte da democracia, e, portanto, não podem ser colocadas de fora da arena das discordâncias e das lutas políticas. Nossa luta é por mais vacina, emprego para todos, auxílio emergencial para aqueles que precisam. Levantamos a bandeira de mais investimento público em saúde, educação e assistência social. Somos contra as reformas trabalhistas, da previdência e administrativa, bem como das privatizações promovidas por esse e pelo último governo. Defendemos a demarcação das terras indígenas e a derrubada do PL490. Associamos todas essas reivindicações, e as muitas outras que carregamos juntos, à oposição do governo de Jair Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes e seus aliados por entender que é impossível conquistar o que desejamos dentro desse governo. E se há discordância com relação a isso, que assim seja. Se coloquem as posições contrárias no debate público. A disputa política existe e ela faz parte da nossa sociedade. O que não aceitamos, e não aceitaremos, é a perseguição e os ataques àqueles que protestam. Liberdade de expressão não é só direito de todos, é também dever coletivo. A responsabilidade dos formadores de opinião existe e será cobrada sempre que seus atos de divulgações mentirosas e odiosas repercutam de forma violenta. Repudiamos veementemente qualquer tentativa de intimidação e perseguição aos manifestantes. As medidas legais contra as ameaças e a incitações ao ódio já estão sendo tomadas e os envolvidos serão notificados. O direito à livre manifestação é constitucional, bem como aquele que resguarda a integridade física e moral de todo cidadão brasileiro contra qualquer tipo de violência. Jaraguá do Sul deve ser uma cidade de todas e de todos, e continuaremos lutando para que assim o seja, apesar dos esforços daqueles que buscam silenciar, invisibilizar e até mesmo humilhar muitos e muitas dos que aqui vivem.