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SOBRE A DETENÇÃO ARBITRÁRIA DO MILITANTE DA UJC EM GOIÂNIA POR PARTE DA PM
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SOBRE A DETENÇÃO ARBITRÁRIA DO MILITANTE DA UJC EM GOIÂNIA POR PARTE DA PM

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Contra a criminalização da juventude negra do estado de Goiás!

Hoje, aconteceram diversas manifestações pelo país contra o governo genocida, antidemocrático e ilegítimo de Bolsonaro. No ato que aconteceu na cidade de Goiânia, o integrante do Diretório Acadêmico da Educação Física e Dança da Universidade Federal de Goiás e militante da UJC, Alake Oranyan, foi detido de forma ilegal e arbitrária por portar uma tesourinha sem pontas, para recorte de papel e fabricação de cartazes. Alake, que estava acompanhado por um amigo e pelo irmão, foi revistado de forma truculenta sem razão justificada, com armas apontadas para ele e os companheiros, e levado sozinho pela Polícia Militar, que cercava o local do protesto e revistava todos que tentavam se aproximar. Após ser levado por mais de duas horas, não se teve notícias do paradeiro dele, o mesmo não se encontrava no local informado pela polícia. Só após divulgação massiva do seu sumiço nas redes sociais é que o camarada foi encontrado.

Alake é mais uma vítima da criminalização da nossa juventude trabalhadora, negra e periférica. É mais um jovem negro que ficou por algumas horas “fora do radar” que, embora não tenha sofrido violência física, sofreu todo tipo de pressão e terror psicológico, a quem foi negado o direito básico a um advogado e teve suas informações criminosamente omitidas pela polícia. Alake não só não virou mais uma estatística devido à grande mobilização de muitos setores dos movimentos sociais por sua busca. Após pressão intensa nas redes sociais, pressão de sindicatos, organizações e advogados populares, ele “apareceu”. Ele foi liberado com um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) sob a alegação de “porte de arma branca”.

Essa ação truculenta da polícia estadual vem em consonância com a política federal de criminalização dos movimentos sociais e de organismos de luta da classe trabalhadora. Vale lembrar a frase que disse recentemente o governador Caiado (DEM): “Eu e Bolsonaro fomos e sempre seremos amigos”. Caiado vem aproveitando desta aproximação com o governo federal para conseguir maiores verbas, assim, desde o início da pandemia Bolsonaro participa de diversos eventos, como inauguração de hospitais de campanha no estado de Goiás. Ao mesmo tempo em que estes são inaugurados, vemos o governador em aliança com diversos setores da burguesia goiana e reabrindo o comércio, mesmo estudos apontando que ainda não atingimos o pico da contaminação pelo COVID-19 no estado e que a crise no sistema de saúde goiano tende a aumentar.

Isso só reafirma o caráter de ambos governos, vale lembrar que Caiado vem do agronegócio responsável pelo envenenamento da comida do povo com a liberação de agrotóxicos e pelo assassinato em massa de povos nativos e lutadores do campo. Essa situação só nos demonstra a forma com a Polícia Militar é usada como aparelho de repressão do Estado racista, proto-fascista e genocida, que nem ao menos é capaz de garantir direitos básicos da classe trabalhadora, como o direito à defesa. A polícia goiana é a segunda que mais mata no país por quantidade de habitantes* (comparação feita por estimativa visto que logo após assumir Caiado colocou estes números em segurança de Estado). Estamos no país que condena jovens negros por “porte de pinho sol”, mata trabalhador favelado por “porte de guarda-chuva”, assassina crianças negras por “porte de pipoca”, e considera tesoura de papel usada para adornar cartazes e expressar nossa indignação como “arma branca”.

Mais do que nunca é preciso ocuparmos as ruas para barrarmos os retrocessos e a ofensiva do capitalismo sobre a classe trabalhadora. Estamos vivendo sob ameaça às liberdades democráticas e sob um Estado que se utiliza de todas diversas táticas para criminalizar a nossa luta. Alake foi só mais um dos diversos trabalhadores que sofrem diariamente na mão da PM. Nossa luta é antirracista, antifascista e anticapitalista e pela construção do poder popular. Isso porque só existe fascismo como tentativa de salvar o capitalismo de sua crise, e só existe racismo para perpetuar esse sistema de exploração do homem pelo homem. Portanto, compomos o ato do dia 07 levando nossas bandeiras pelo poder popular, pois só assim conseguiremos destruir este sistema de opressão e avançar em nossas pautas.

– Fora Caiado e aliados!

– Fora Bolsonaro/Mourão e o projeto do golpe!

– Em defesa das liberdades democráticas!

– Pela revogação da EC95 e maior investimento no SUS!

– Pelo fim da polícia militar!

– Pelo Poder Popular!

– Por um auxílio econômico de verdade que garanta o direito ao isolamento social!

*https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/goi%C3%A1s-%C3%A9-o-estado-com-o-maior-aumento-de-mortes-por-interven%C3%A7%C3%A3o-policial-em-2019-1.2057975