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Revolução e contrarrevolução na Venezuela
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Revolução e contrarrevolução na Venezuela

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imagemElton John*

“Defendamos a alegria, aprofundemos a Revolução” Esse é o lema da Juventude Comunista da Venezuela, que tem inflamado os jovens comunistas de todo o país durante as eleições venezuelanas, após a perda física do comandante Hugo Chávez.

O povo venezuelano vive hoje um momento singular em sua história, após a perda física do comandante Chávez, que trouxe de volta a chama libertadora de Bolívar, a esperança agora é depositada em Nicolás Maduro, o qual carrega consigo uma grande responsabilidade: dar continuidade ao processo revolucionário bolivariano iniciado por Chávez e aprofundá-lo, tendo como destino a construção plena do socialismo e a ruptura, de vez, com o capital.

Nas ruas vê-se claro o desejo da maioria do povo deste país, mas vê-se claro também o desespero do candidato da oposição, o antichavista Henrique Capriles, quando a burguesia venezuelana e seus lacaios jogam todas suas fichas nesses últimos dias de campanha, recrudescendo o ódio a Chávez e aos chavistas, intensificando a sabotagem nas plantas elétricas e petroleiras, e tentando fazer da Venezuela o que foi o Chile de Allende no pré-golpe, criando a falsa sensação de desabastecimento.

Desde a morte de Chávez, a burguesia venezuelana, que tem ainda o controle da escassa produção industrial e da produção de alimentos no país, tem travado uma batalha econômica com o governo, tem se dedicado a plantar a desconfiança e a dúvida entre os trabalhadores venezuelanos através da estocagem de alimentos e especulação do preço.

A produção de alimentos, já insuficiente para alimentar todo o povo venezuelano, tem sido direcionada a atender o mercado externo e o pouco que fica no país tem sido estocado pela oligarquia do setor agropecuário, de modo que nos supermercados faltam alimentos básicos como os derivados do milho, o leite, o frango, a carne, o ovo, o açúcar. Com a falta de alimentos cresceu também a especulação, tendo os alimentos sofrido grande aumento de preço.

Este cenário aponta mais um desafio para o governo de Nicolás Maduro, se eleito: como tratar a questão da gestão da produção no país e como ampliá-la? Uma coisa é certa, enquanto não houver uma mudança profunda na estrutura econômica e política do Estado venezuelano, não haverá construção plena de uma revolução de caráter socialista, e sendo assim, será com muita dificuldade que se conseguirá resolver esses e outros problemas que certamente irão surgir durante o processo, já que a burguesia, agora travestida de Capriles, segue atuando livremente pelo país.

Os comunistas venezuelanos tem colocado na ordem do dia a necessidade do controle popular e a gestão da produção pelos trabalhadores como forma de resolver o problema, como única saída para a resolução do problema da acumulação e especulação que tomou o país, de modo que se possa avançar também rumo a soberania alimentar.

Apesar da forte investida da burguesia venezuelana contra Nicolás Maduro, o forte apoio popular e das forças progressistas da Venezuela à sua candidatura é sentido nas ruas, o sentimento que se vive é de vitória e confiança no “filho de Chávez”, como está sendo chamado pelo seu povo. É muito comum ver pelas ruas os carros pintados com frases de apoio e buzinaços, é comum também ver a todo momento alguém passando e gritando um “viva Chávez” ou erguendo os punhos, como símbolo da vitória que vem, são pessoas comuns, gente do povo, trabalhadores que manifestam seu apoio e sua confiança na continuidade do processo e no seu aprofundamento.

É com muita alegria que se vê o povo venezuelano na peleia, nas ruas, mesmo com a forte investida da direita e a necessidade de rápida de superação frente a profunda dor causada pela perda física de Chávez.

É esta alegria que a Juventude Comunista da Venezuela coloca como algo a ser defendido neste processo eleitoral. É o aprofundamento da Revolução Boliviariana, como forma de superar o capitalismo, agudizando suas contradições, que os comunistas venezuelanos colocam como algo primordial, essencial para seguir avançando até a ruptura definitiva com o capital, e são os trabalhadores os protagonistas desse processo, os que podem levar a cabo este verdadeiro aprofundamento revolucionário rumo a construção plena do socialismo e de suas bases de sustentação rumo ao comunismo.

*Militante do PCB-RJ e membro da Coordenação Nacional da UJC.