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Para Estudar com Saúde e Segurança Alimentar, Lutar por um Restaurante Universitário Popular!
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Para Estudar com Saúde e Segurança Alimentar, Lutar por um Restaurante Universitário Popular!

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Por: Núcleo Litoral Sul – UJC-Brasil

No último dia 22 de fevereiro, na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), inúmeros estudantes apresentaram simultaneamente sintomas como cólicas intestinais, vômito e diarreia logo após terem almoçado no Restaurante Universitário (R.U.) da instituição. O acontecimento torna-se ainda mais revoltante por este ser o terceiro caso similar na Universidade em menos de dois anos. Além disso, como também já ocorreu anteriormente, o Restaurante, gerido pela Pupo Restaurante e Cozinha Industrial Ltda., encontrou-se desde a terça-feira, dia 27/2, com as atividades interrompidas para averiguação e manutenção pela vigilância sanitária, permanecendo deste modo até o dia de retorno às aulas (5/3).

Para uma parte significativa dos estudantes da UESC, o R.U. cumpre um papel central em sua manutenção na Universidade entre os turnos, motivo pelo qual este fechamento temporário representou uma forte crise em suas possibilidades de realizar estudo, pesquisa e extensão. Durante os últimos anos, as sucessivas lutas do Movimento Estudantil (M.E.) trouxeram importantes conquistas relacionadas ao Restaurante, como a ampliação do número de fichas diárias e funcionamento aos sábados. Por outro lado, seu fechamento pouco antes do início do semestre letivo apenas escancarou as dificuldades encontradas pelos filhos/as da classe trabalhadora que conseguem atravessar a peneira da exclusão e ingressar na instituição.

Nesse momento, faz-se necessário afirmar as profundas raízes da situação do R.U., relacionadas à política antidemocrática presente na elaboração do Plano de Permanência Estudantil (PPE) do Governo do estado da Bahia para as universidades. O documento, que não traz menção alguma a políticas tão fundamentais como restaurantes e creches universitárias, não apenas não foi debatido de forma ampla com a comunidade estudantil das universidades estaduais baianas (UEBAs), como contou com repressão violenta da Polícia Militar sobre os estudantes que protestaram durante sua votação, em dezembro de 2015.

Nós, da União da Juventude Comunista, defendemos a pauta histórica do M.E. pela revisão no orçamento das UEBAs, com 7% da Receita de Liquida de Impostos anual indo para as Universidades e 1% para assistência e permanência estudantil, em rubrica específica. Junto a isso, defendemos a construção de R.U.s com financiamento público, que contem com envolvimento da comunidade acadêmica desde a produção dos ingredientes (com os conhecimentos e práticas das ciências agrárias e biológicas), à participação em sua gestão e elaboração dos cardápios. Necessitamos de um R.U. a serviço de estudantes e trabalhadores, que forneça alimentação balanceada e de qualidade, sem riscos à nossa saúde!

Ademais, entendemos que é fundamental nesse momento a cobrança de um posicionamento oficial sobre a situação por parte da Reitoria da UESC. A falta de transparência da administração superior em torno do R.U., assim como a constante “tolerância” com a empresa gestora do serviço, surgem cada dia mais intoleráveis aos olhos do conjunto dos estudantes.

Por fim, ratificamos que a defesa de um R.U. popular e de qualidade deve estar também atrelada à construção de um novo modelo de universidade, que atenda às necessidades concretas da classe trabalhadora e da juventude, tendo como meta a superação dos grandes desafios da sociedade brasileira. A nossa luta é por uma Universidade Popular!

Permanência estudantil é coisa nossa!

Lutar, criar Universidade Popular!