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O Exército de Libertação Nacional derrota o ditador Mobutu
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O Exército de Libertação Nacional derrota o ditador Mobutu

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Há 23 anos, Laurent Kabila liderava os rebeldes da Aliança das Forças Democráticas pela Libertação do Congo (AFDL) rumo à cidade de Kinshasa para derrubar o governo do ditador Mobuto, após 32 anos de exploração e de dominação imperialista pelos Estados Unidos e países da Europa Central.

A República Democrática do Congo sofreu com um período de muitas instabilidades políticas depois de sua independência. Isso porque, apesar de não ser mais uma colônia Belga, os interesses imperialistas de países como França, Alemanha e Estados Unidos nas riquezas minerais e petróleo abundantes na região levaram a diversas intervenções políticas externas.

O processo de lutas pela independência do Congo começou nos anos 1940, liderado por Patrice Lumumba. Porém, só em 1960, a partir de pressões internas e externas, a Bélgica decretou a independência do Congo e Lumumba foi eleito o primeiro-ministro congolês. Ele defendia que a verdadeira libertação africana só aconteceria a partir da soberania nacional, ou seja, a partir do momento em que a República Democrática do Congo deixasse de ser economicamente dependente da Europa.

O discurso anticolonial de Lumumba gerou alarme entre os países imperialistas. As grandes corporações inglesas e belgas que investiam ainda na exploração de minérios no Congo, se viram ameaçadas por uma possível nacionalização das empresas. Temiam também a influência dos ideais comunistas, visto que países vizinhos como Angola e Moçambique viviam um processo de avanço do socialismo.

Sendo assim, em 1965, Mobutu Sese Seko, então Chefe das Forças Armadas, sobe ao poder a partir de um golpe de Estado apoiado pelos Estados Unidos, se autodeclarando presidente do Congo. Mobutu discursava em favor de um projeto de ‘africanização’, prometendo devolver os meios de produção aos ‘filhos do país’. Na prática, porém, o ditador promoveu a concentração desses meios e riquezas nacionais nas mãos de uma reduzida elite política, enquanto submetia a produção nacional aos interesses externos e aumentava o próprio patrimônio.

A maior força de oposição ao governo de Mobutu era a Aliança das Forças Democráticas pela Libertação do Congo (AFDL), liderada por Laurent Kabila e que contava com o apoio internacional de Angola, Ruanda e Uganda. Kabila, nascido no Congo e tendo estudado filosofia política na França, tinha forte influência marxista e liderou movimentos de oposição desde 1967, com a fundação do Partido Revolucionário Popular, cujo braço armado travou guerras de guerrilha durante pelo menos 18 anos. Kabili foi companheiro de guerrilha de Ernesto Che Guevara, quando este foi ao Congo prestar ajuda aos camaradas na elaboração de um plano revolucionário para o país e o continente.

Em 1996, tem início a 1ª Guerra do Congo, em que a AFDL tomou diversos territórios, triunfando sobre o exército congolês. A Guerra termina em 17 de maio de 1997, com a tomada da cidade de Kinshasa, capital do Congo, pela Aliança. O movimento culminou na derrubada e exílio de Mobutu.