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Nota Política da UJC RJ sobre o ocorrido no 24J: Pelo avanço das lutas populares! Paz entre nós e guerra aos senhores!
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Nota Política da UJC RJ sobre o ocorrido no 24J: Pelo avanço das lutas populares! Paz entre nós e guerra aos senhores!

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NOTA POLÍTICA DA UJC RJ SOBRE O OCORRIDO NO 24J: PELO AVANÇO DAS LUTAS POPULARES! PAZ ENTRE NÓS E GUERRA AOS SENHORES!

Desde a retomada dos atos de rua, o PCB e seus coletivos partidários têm se empenhado em construir e fortalecer as manifestações populares por todo o Brasil. Não apenas compomos os atos e participamos das frentes de discussão e deliberação das atividades, como realizamos ações de panfletagem, colagem de lambes e rodas de conversa para divulgar e massificar os atos. Acreditamos ser central nesta conjuntura seguir acumulando forças e organizando o conjunto da classe trabalhadora para construirmos uma Greve Geral em agosto, no sentido de promover uma contraofensiva dos trabalhadores contra o governo Bolsonaro-Mourão, as classes dominantes e todos os setores que apoiam o seu projeto de genocídio e terra-arrasada.

Contudo, defendemos que a realização dos atos no contexto da pandemia da Covid-19 deve ser feita de forma organizada e, na medida do possível, garantindo a segurança sanitária dos manifestantes. Por isso, temos não apenas reforçado a importância do uso de máscara e álcool gel, como também organizado nosso bloco em fileiras, de modo a manter algum nível de distanciamento entre as pessoas, o que vem tendo grande destaque positivo entre os manifestantes e outras organizações. Também promovemos ações solidárias de distribuição de máscaras PFF2 nos atos para manifestantes e demais trabalhadores que estejam próximos ao local da manifestação. Acreditamos que o atual contexto requer medidas de segurança sanitária como estas e que é uma tarefa das organizações políticas de esquerda darem o exemplo para o conjunto da sociedade e fazerem a disputa de consciência, contrapondo-se ao negacionismo da extrema-direita, indo às ruas em segurança.

Para além disso, é central que as organizações permaneçam vigilantes frente às possibilidades de repressão por parte do Estado e ações de infiltração de grupos fascistas e de direita nas manifestações. Neste sentido, a organização para a segurança dos militantes e de todas as pessoas que estão nos atos é primordial. É com essas questões em mente que atuamos nas manifestações de rua, sempre de forma disciplinada. Afinal, em outros atos tivemos as nossas fileiras furadas e no dia seguinte aos atos, fomos surpreendidos com alguns militantes nossos sendo expostos em redes da direita, com a gravação e a imagem deles circulando e sendo atacados. Além disso, em São Paulo, um vídeo de um infiltrado circulou tanto pelas redes como pelo gabinete da Presidência da República, em reunião com o Exército brasileiro, com o rosto de muitos militantes nossos.

No dia 24 de julho, não foi diferente e buscamos manter nossa atuação organizada e disciplinada. Contudo, conforme o ato marchava pela Avenida Presidente Vargas, aconteceu algo que não esperávamos. Militantes de coletivos anarquistas com bandeiras da FOB e do Bloco Autônomo, militantes da FIST e da Casa Nem iniciaram tentativas de atravessar nosso bloco por dentro das fileiras. Compreendemos que essa atitude é completamente inadequada, pois além de ampliar a aglomeração e colocar em risco a segurança sanitária da militância (alguns dos que tentavam furar nosso bloco estavam sem máscara), também desestabiliza o bloco e compromete a segurança das pessoas, posto que abre margem para possíveis infiltrações de grupos direcionados para a provocação e a desagregação das forças de esquerda, incitando a repressão. A tentativa de furar um outro bloco caracteriza-se efetivamente como prática de provocação. De imediato e em consonância com nossas orientações de segurança, negamos a passagem por dentro do bloco e buscamos a mediação com os referidos grupos para que a travessia fosse feita pelas laterais da Avenida, prática, aliás, comum em manifestações de rua e realizada naquele dia por diversas outras organizações com muita tranquilidade e sem nenhum tipo de problema. É importante frisar que em momento algum buscamos impedir que qualquer organização presente compusesse o ato, tratando-se de uma acusação completamente absurda e sem fundamento.

Ainda que alguns militantes dos referidos grupos tivessem, a princípio, aceitado a mediação e tentado distensionar a situação, as tentativas de forçar a passagem por dentro do nosso bloco não pararam, o tom das provocações por parte dos que tentavam foi subindo e iniciou-se o uso da tática de cercar nossos militantes para intimidação, algo que a maioria desses grupos escondem nas suas notas oficiais. Tais notas difundem mentiras, escondendo que as agressões iniciais partiram deles ao tentar furar nosso bloco a todo custo. Ignoram completamente a tentativa deles de isolar militantes mulheres do nosso bloco e agredi-las. Durante o processo, duas camaradas caíram no chão por causa dos ataques e quase foram agredidas covardemente, se não fosse a nossa organização para garantir a segurança física destas.

Tendo em vista a escalada do tensionamento, nossos militantes formaram um cordão de isolamento para garantir a segurança da nossa militância e de todos que estavam conosco no ato. A partir daí, aumentaram as provocações e xingamentos contra nós, bem como intensificou-se a agressão física contra nossos militantes que formavam o cordão por parte daqueles que tentavam furar nosso bloco, inclusive sem o uso de máscaras. Entretanto, permanecemos disciplinados, não respondemos às provocações, mesmo com todas as agressões físicas e verbais, como fica comprovado pelos vídeos compartilhados e usados para tentar nos difamar.

Em um dado momento, contudo, algumas pessoas começaram a tentar gravar os rostos da nossa militância, prática considerada por nós irresponsável na atual conjuntura em que nos encontramos. Diversos episódios de exposição de vídeos, fotos de militantes e ataques coordenados a eles por meio das redes sociais estão ocorrendo durante esse momento de grande acirramento da luta de classes. Nesse sentido, como resposta e buscando a integridade de todos, tanto nossos militantes como as demais pessoas que tiveram seus rostos gravados, reagiram, tentando garantir que a gravação não fosse feita. Neste momento, uma das nossas militantes foi puxada pelas tranças do cabelo, derrubada no chão e começou a ser pisoteada, chutada e agredida, provocando a reação da nossa militância para protegê-la, iniciando uma confusão generalizada, da qual saímos inclusive com militantes feridos, e que tiveram seus celulares quebrados. No momento em que puxaram essa militante, e amontoaram para pisoteá-la, a faixa da Marielle Franco, da Casa Nem, infelizmente, também caiu no chão e pessoas que estavam tentando ferir a militante, e pessoas que tentavam impedir que que esta sofresse mais ferimentos, pisaram na faixa acidentalmente, situação bem diferente da relatada pelas notas dos grupos que tentam nos difamar. Foi neste momento também em que a PM interveio, soltando gás de pimenta em todos os que estavam por ali, sem distinção. Após o ocorrido, o bloco do PCB aproveitou a agulha seguinte da Presidente Vargas e se dirigiu para uma outra faixa da Avenida, de modo a distensionar toda a situação.

Reafirmamos que a acusação de que a UJC tentou impedir a participação de qualquer um no ato é completamente falsa. Também, de forma alguma buscamos qualquer tipo de problema com os militantes das referidas organizações, como é da nossa cultura política. Houve, sim, uma tentativa deliberada de furar e desestabilizar nosso bloco, nos provocar e efetivamente agredir a nossa militância. Buscamos, na medida do possível, evitar confusões e agimos defensivamente. É importante destacar que tentativas de penetrar nossas fileiras para causar desordem não aconteceram apenas no Rio de Janeiro, mas em outros estados também, ao longo das manifestações do dia 24, o que pode ser indício de uma ação coordenada e direcionada contra nós. Todas as organizações de esquerda precisam redobrar os seus cuidados com a segurança diante da atual conjuntura.

Reforçamos nosso compromisso com a luta popular organizada e acreditamos que atitudes como as tomadas no ato são prejudiciais para o conjunto das forças de esquerda em luta contra as classes dominantes e o governo Bolsonaro-Mourão. Seguiremos colocando nossa energia militante no fortalecimento das mobilizações, na construção da Greve Geral e na organização da nossa classe e esperamos contar com todo entusiasmo, força e disciplina de todos os trabalhadores e da juventude nesse momento que exige tanto de nós.

Paz entre nós, guerra aos senhores!

Pelo Poder Popular, rumo ao Socialismo!